sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Bye, bye, Lula

Temos visto alguns colunistas fazerem uma análise pra lá de condescendente nos extertores do governo Lula. Não sei porque fazem isso. Parece aquele caso de falecidos, dos quais não é de bom tom falar coisas negativas, como se canalhas também não morressem. No caso Lula, encerrando-se o mandato, é como se a "entidade" falecesse, pois já não terá mais o poder da caneta e não lhe adiantará de muita coisa ter toda essa popularidade que está sendo alardeada e da qual eu também duvido muito.
Mas o fato é que esses colunistas, alguns que até faziam críticas ao governo petista, parece que se arrependeram e passaram agora a vislumbrar bondades nesse infeliz governo. Para mim uma coisa é fundamental: nenhum governante tem que ser elogiado quando faz aquilo que é correto e é sue dever. Ele não o faz como um favor ao povo. É sua obrigação. Para isso foi eleito e disputou eleição sem ser obrigado a tal. Portanto governar com respeito às leis e com o objetivo de fazer o bem à sua nação não é mais que obrigação de todos eles. E, quando um governo não acerta, temos todos o direito de lhes cobrar explicações e retificação desses erros. Quando não o fazem temos o direito de depô-los e escolher outro. Isso não é golpismo, nem udenismo, isso chama-se respeito à leis.
Se o governo Lula tem algo de bom foi na condução da economia que isso se revelou e, mesmo assim, tudo derivando da política econômica implantada pelo antecessor e escondendo alguns problemas debaixo do tapete ou deixando algumas bombas-relógio armadas para a sua sucessora. No balanço geral, o mal que esse governo fez ao Brasil vai demorar para ser extirpado. Esse mal se traduziu na institucionalização da corrupção, do balcão de negócios, do uso privado das instituições públicas, da falta de respeito às leis, do populismo deslavado, do culto à personalidade, do  aparelhamento político dos órgãos do Estado, da cooptação do legislativo e do judiciário, do acobertamento das malfeitorias dos amigos, da abdicação da defesa dos direitos humanos, do uso da mentira como instrumento político e da enganação de uma população simples e ignorante. Sem falar nas tentativas de calar a imprensa e os opositores e da condução da política externa brasileira para o lado das piores ditaduras como nunca antes da história desse país se havia feito. Esse legado que vai permanecer ainda pelo menos por mais quatro anos, será difícl de ser extirpado. 
Não foi o governo Lula que inventou tudo isso. Sabemos da corrupção endêmica nas nossas plagas, do desinteresse pela coisa pública, do clientelismo, etc. O problema é que o PT surgiu como uma força renovadora, que iria lutar contra essas mazelas hsitóricas e estabelecer uma nova maneira de se fazer política. O problema é esse, é a demosntração de que não há salavação e todos saõ mesmo igualmente podres e corrputos. Isso nos tira, como nação, a capacidade de lutar por melhores práticas. Isso nos leva ao conformismo de que sendo impossível lutar contra essa realidade é melhor aderir a ela. Se o fizermos em pouco tempo estaremos amargando um lugar entre as nações mais atrasadas no planeta. A escolha será nossa. Por mi, já bats. Adeus, Lula. Tchau. Lula nunca mais.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Me engana que eu gosto

Antigamente havia garotas-propaganda. Quem sabe hoje, pos-modernamente, possa haver velhotes-propaganda. Se puder, um candidato natural ao título para a propaganda do Viagra seria esse deputado Pedro Novais, indicado ministro do Turismo. Todos já sabem da história: o homenzinho gastou num certo Motel Caribe a soma de 2156 reais. Nesse motel, a diária de 24 horas custa 398 reais. A explicação da alta despesa é que o deputado deu ali uma festa tendo vários casais como convidados. Esse tipo de festa, em outras épocas menos politicamente corretas, se chamava suruba mesmo. E o quê que um senhor de 80 anos estaria fazendo nessa suruba é de se perguntar. Mas até aí não temos nada com isso. O problema todo é que ele cobrou da Câmara, portanto de nós contribuintes,  o reembolso dessa "despesa" a título de verba indenizatória. O fato de já existir essa tal verba indenizatória é um descalabro, mas isso fica para outro comentário. Pego com a mão da massa, ou a boca na botija, como queiram, declarou ter sido "um erro" e disse que vai devolver o dinheiro aos cofres públicos.
É preciso muita cara-de-pau de um lado e muita apatia do outro para que um caso como esse, não só seja possível, como ainda vá ficar por isso mesmo.
A dona Dilma o convidou para o ministério do Turismo, aquele que vai reger as obras da Copa e das Olimpíadas, portanto um ministério polpudo e com muita visibilidade em seu governo. Escolheu um velhote de 80 anos, do baixo clero da Câmara, só porque é apadrinhado de quem?
Advinhem! É só ir puxando o fio que do outro lado aparece um indefectível bigode. É ele mesmo, José Sarney é o padrinho, the Godfather. Essa Sarna está em todos os meandros de corrupção da política desse país. Como consegue se infiltrar em todos os cantos, sorrateiramente, sem barulho, como uma micose que gruda e jamais sai? Sarney é outro velhote, ou melhor, velhaco, que insiste em fazer parte do nosso deplorável quadro político.  Talvez não faça surubas em motéis. Prefere fazê-las no Congresso mesmo, a portas escancaradas, com transmissão televisiva. Ali temos que assistir a essa presença nefanda a urdir conchavos, acordos escusos, pressões, imposições, tudo em nome de uma governabilidade que nada mais é que uma máscara para o mais deslavado fisiologismo e para a mais indisfarçável corrupção. Nem uma despesa de 2 mil reais se deixa passar. Tudo tem que se açambarcado, apropriado, porque afinal o Estado lhes pertence.
Nisso tudo o que ainda mais espanta é que dona Dilma, se se enganou e convocou a pessoa errada, deveria imediatamente voltar atrás e desconvidá-lo. Mas, não, isso não pode ser feito porque não pode criar caso com o santo PMDB e é impensável desfeitear Sarney.
Infelizmente tudo isso nos sinaliza que nada vai mudar. A mulher que foi "enganada" por Erenice agora pede para ser "enganada' pelo velhaco do Turismo. Quem é que está enganando quem? Pobre Brasil!

Já vai tarde!

A morte do Quércia nos proporciona um momento de reflexão: a qualidade da política brasileira é como a lei da entropia, sempre tende a piorar.
Perto do que o PT (adversário ferrenho) aprendeu a fazer, Quércia pode ser considerado um reles amador. Ele e Sarney, depois da morte de Ulisses Guimarães, tomaram conta do que um dia foi um partido de oposição à ditadura militar e destruiram a alma desse partido transformando-o nesse espectro que aí está a nos assombrar. 
Não lamento sua morte e nem farei seu panegírico. A morte não redime ninguém de nada, ao contrário, torna definitivo tudo o que fizeram. Portanto, o Brasil não perde nada com sua ausência e que desapareça da nossa memória pois nada de bom ou de útil deixou para os seus conterrâneos.

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