terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sucesso! A dívida da Petrobrás vai aumentar!

E viva o pré-sal! Aplausos! Maravilha! Vendemos a melhor parte da riqueza do pré-sal a um único ofertante e pelo preço mínimo do leilão. Ou seja, não houve leilão! Não houve disputa porque ninguém mais se interessou. Nem a gigante British Petroleum, nem a ExxonMobil, nem a Chevron, nem mesmo a mexicana Pemex ou a norueguesa Statoil se interessaram. Mesmo assim, Dilma comemorou a formação do "maior consórcio do mundo". Tinha que ser alguma coisa "maior do mundo". Menos que isso não atinge os objetivos marqueteiros e populistas do governo.
O "sucesso" foi também comemorado pelo ministro da Justiça e pela diretora da ANP, Magda Chambriard, que disse que um "sucesso maior que esse era difícil de imaginar".
Realmente. Imaginemos se houvesse dois ou mais consórcios concorrentes, disputando a tapa o campo de Libra. Que horror! Que falta de civilidade! O bom mesmo é fazer leilão com um só interessado.  Assim não há briga e todos saem satisfeitos comemorando.
Apesar desse "sucesso" todo, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, não quis dar declarações. Talvez esteja preocupada com os 6 bilhões que a Petrobrás vai ter que pagar pela sua participação no consórcio, mas é uma bobagem se preocupar com isso.
Para quem já deve 176 bilhões (a maior dívida de empresa de capital aberto do mundo!), o que são mais 6 bilhões, menos 6 bilhões?

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Neo-liberalismo da Dllma

Estou apostando que quem vai ganhar a privatização do campo de Libra do pré-sal hoje (se o leilão puder ser realizado, apesar das liminares e dos protestos) será uma empresa... chinesa e, obviamente, estatal.
Os motivos são vários, mas chego a essa conclusão, principalmente, porque a China é o país que detm as melhores condições de poder bancar o pesado investimento que essa atividade exigirá de imediato. De quebra, entregará 15 bilhões de reais para o governo Dilma cobrir os rombos das contas públicas em 2013.
Melhor é impossível para a gerentona, que entrará em 2014 em plena campanha eleitoral buzinando aos quatro ventos as maravilhas da sua condução econômica, temporariamente "saneada".
E o seus partidos PDT/PT que tanto berravam contra o "entreguismo" das riquezas brasileiras ao capital estrangeiro, ficarão caladinhos, fingindo-se de mortos.
É claro que, para eles, "entregar" para a China não é o mesmo que "entregar" para os Estados Unidos ou para a nação britânica. Nisso, os brios e as coceiras nacionalistas petitas e pedetistas ainda mantém a mesma posição ideológica. Afinal a China, pelo menos na forma, é ainda um país comunista. Imperialismo e neo-colonialismo, para eles, é só aquele patrocinado pelo hemisfério norte de olhos azuis! Para os demais, como os "comunistas" chineses, isso deve ter um outro nome: talvez "cooperação estratégica" ou "parceira terceiro-mundista".

Após 5 anos das bravatas lulistas sobre o pré-sal, lá vamos nós ao primeiro leilão com a nossa estatal do petróleo quebrada. Sua dívida passou de 49 bilhões (em 2007) para os 176 bilhões atuais, mesmo tendo havido a tal megacapitalização. Ou seja, em cinco anos o PT quebrou a Petrobrás. A sociedade brasileira não pode deixar que os recursos do pré-sal sejam desperdiçados da mesma maneira. 
O discurso é um, mas a prática é outra. Por isso assistiremos hoje ao espetáculo tragicômico do petismo fazendo todos os malabarismos para justificar suas ações neo-liberais! 
Como no caso das biografias, na hora "H",  a ideologia que conta mesmo para eles é a que garante o vil metal.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Biografias manchadas

Censura é coisa de ditadura. Ponto. Não há como argumentar. Em democracia ou você tem liberdade de expressão, para dizer o que quiser (e depois responder pelos eventuais excessos), ou não é democracia.
Houve uma polêmica recente que ilustra essa questão. Trata-se da "Marcha da Maconha" como uma livre manifestação do pensamento. Aqueles que queriam a proibição da "Marcha" diziam que era incitação ao crime. Os que a defendiam diziam que era livre expressão do pensamento, o que acabou confirmado por decisão do Supremo.
Gostemos ou não do que as pessoas dizem, elas tem o direito de dizê-lo. Esse é um bem democrático absoluto e inegociável. Não há como relativizar! Não dá para argumentar com o direito à privacidade, até porque os direitos tem uma hierarquia entre si. Há direitos que tem precedência sobre os outros, como por exemplo, o direito à vida, à liberdade, que não podem estar no mesmo nível do direito ao sossego e à privacidade.
A censura restringe um dos direitos fundamentais do Homem, que é a liberdade de expressão. Os biografados que me desculpem, mas ao aceitarem os bônus decorrentes de uma vida pública, tem que aceitar também os ônus que vem junto. A moeda tem duas faces e não dá para querer ficar só com uma delas.
O mais estranho ainda é dizer que as biografias escritas por jornalistas não autorizados, contra as quais eles se insurgem, podem ser liberadas se o biografado (ou herdeiros) receber royalties por elas! Ou seja, a questão que está sendo conduzida como uma defesa da privacidade, muda completamente quando aparece o fator "grana".
Francamente, aí já fica muito parecido com uma espécide de prostituição. A intimidade de alguém pode ser acessada, desde que se pague por isso.
E ver exercendo desse papel de censor, pessoas como Chico Buarque de Holanda é penoso para quem o admira e que viveu todo aquele horror dos anos de chumbo. A posição do Caetano e do Gil não me espanta muito, até porque nos anos 60 e 70, a gente reclamava que eles eram muito "alienados", como se dizia na época. Não faziam música "engajada". Enquanto o pau comia nos DOPS, eles curtiam um auto-exílio dourado em Londres e preferiam fazer "um iê-iê-iê romântico" e procurar "flying saucers in the sky" (1971). Não mudaram nada. 
Mas, o Chico, apesar da incoerência de morar na ilha de S.Louis, um dos lugares mais exclusivos e caros de Paris e ainda assim defender o regime cubano (pros outros, é claro!), por ter sido um dos artistas mais censurados durante a ditadura militar não poderia, ou melhor, não deveria deixar seu nome associado a esse movimento retrógrado de censura. Isso sim é que mancha uma biografia.

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