domingo, 8 de janeiro de 2017

A força das facções

Segundo a PF, com o tempo e a "experiência" de Carnaúba e Zé Roberto, a FDN desenvolveu um "modus operandi " próprio para transporte de grandes cargas de drogas, que inclui a utilização de embarcações, armas de grosso calibre e adoção de medidas de contra inteligência.  Esse é um trecho da decisão do STJ que suspendeu a desembargadora Encarnação das Graças de suas funções por suposta ligação com a facção criminosa FDN.

O que chama atenção nesse texto é a admissão de que uma organização criminosa, cujos membros tem escolaridade mínima e mal conseguem se expressar na língua pátria, é capaz de se organizar de uma forma tal que faz frente e supera, na maioria das vezes, a organização do Estado! Eles desenvolveram medidas de contra-inteligência! Espionam a própria Polícia Federal. Tem, como empregados, advogados atuantes e conexões, como se viu até agora, com juízes e ao menos uma desembargadora! 

Salve-se quem puder! A sensação é que estamos perdidos e de que não haja mais solução para esse país. Se a "coisa" chegou a esse ponto, o que podemos esperar? Por um milagre que, de repente, o aparato estatal comece a funcionar e consiga desbaratar essas quadrilhas que mandam e desmandam nas penitenciárias? Ou que o aparato estatal deixe, de repente, de servir a outras quadrilhas, as de cima, para se dedicar a combater as quadrilhas de baixo. São por esses milagres que esperamos?

Infelizmente o mais provável é que a força e a organização dessas facções cresça cada mais e passem a dominar outros setores, como, por exemplo, o poder legisltivo e o próprio judiciário. Nem é preciso mencionar a polícia, porque essa já não conta, já está cooptada e dominada. A infiltração no judiciário é um passo lógico na estratégia dessas organizações. O exemplo de como se dá essa infiltração é o caso da desembargadora Encarnação das Graças. Obviamente ninguém é ingênuo o bastante para acreditar que essa desembargadora seja a única pessoa cooptada no judiciário por uma facção criminosa.

O maior problema entretanto é que a corrupção generalizada produz um ambiente extremamente propício para o crescimento de outras organizações criminosas e consequentemente extremamente adverso ao seu combate. Como sempre, a corrupção é a mãe de todos os males. 

Solução sempre haverá, o que não sabemos é se ainda há solução dentro de um sistema democrático de direito.  

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

País sem noção

Não é preciso ser estudioso do assunto para saber que a carnificina do presídio em Manaus se deve à luta entre facções criminosas. É o PCC estendendo o seu domínio e - para ficar bem claro quem é que manda - exterminando os adversários das facções locais.
O PCC age como uma corporação bem gerida: planeja, executa e avalia antes de dar próximo passo. O PCC é velho conhecido das autoridades brasileiras e há anos vem estendendo o seu domínio, estado após estado, e as autoridades não fazem nada, fingem que não é com eles. Em alguns casos, o PCC atua até nas campanhas políticas, definindo candidatos, quem vai ganhar e quem sequer poderá disputar com eles. As inúmeras execuções na Baixada Fluminense nessas últimas eleições municipais demonstram cabalmente a realidade dessa tese.

O PCC domina os presídios, os "morros", o tráfico e as ruas de determinados territórios. Vai parar por aí? Não vai. Não há limite para o crescimento de organização criminosa alguma, se não for por duas razões: uma outra organização criminosa concorrente a enfrenta (o que não resolve o nosso problema), ou uma força maior, o braço da Lei executada por um Estado organizado e capaz, a detém. Esse é o tamanho do nosso problema: onde está o Estado forte e organizado para deter o PCC?

Esse Estado já foi assaltado antes, já pertence a uma outra organização criminosa, mais antiga e mais organizada. Devido aos interesses dessa outra Orcrim, os recursos do Estado não são para serem "desviados" para o controle da segurança dos cidadãos. Esses recursos estão nos caixas do Estado para serem devidamente apropriados por eles. As duas Orcrims não brigam entre si.
O mais patético é termos que ainda ouvir o discurso demagógico de organizações de "defesa dos direitos humanos" lamentando o massacre como se tivesse sido um genocídio de inocentes e não o resultado de uma guerra em que não há um lado virtuoso. Não defendo que organizações criminosas se matem. Elas deveriam estar sendo, se não desmanteladas, ao menos controladas pelo Estado e sequer existir dentro de uma edificação que pertence ao Estado, como é o caso de um presídio, mas enquanto a guerra é entre eles não há motivo para choro de nossa parte.

Uma outra sumidade diz que o problema é o crescimento da população carcerária, como se deixar esses criminosos na rua fosse uma solução. E ainda vem o governador dizer que vai indenizar as famílias das vítimas! Ou seja, criminoso mata criminoso e quem paga a a conta é o pobre do cidadão contribuinte! Realmente o Brasil virou um país sem noção!

PS- Para registro do país boquiaberto: segundo O Antagonista, os presidiários em Manaus tinham acesso a frigobar, sistema de som, armas, bebidas e celulares.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Cuba Livre!

O regime, que Chico Buarque e outros "artistas e intelectuais" da cena brasileira apoiam, revela mais uma vez a sua face hedionda.
O regime castrista prendeu, sem emitir sequer uma acusação formal, o artista cubano conhecido como El Sexto. Motivo da prisão: depois da morte de Fidel, ele pichou em alguns muros a frase "se fué".
Isso bastou  para a policia política invadir sua casa e o levar, sem mandado e sem acusação, para um complexo penitenciário onde está trancafiado sem a assistência de um advogado. 
Direitos humanos? Direito ao devido processo legal? Isso são firulas burguesas, que são necessárias nos regimes burgueses, injustos por natureza! No regime castrista, puro e perfeito, isso não é necessário, pois o regime está sempre certo no que faz.

O absurdo de um regime desses é que sequer ofensiva essa frase poderia ser considerada. Mas os regimes totalitários não podem deixar escapar nenhuma brecha na liberdade de expressão. O que um regime totalitário mais teme é a mente livre e a livre expressão do pensamento. Isso é um veneno para eles, veneno que mata o seu "modus operandi", pois eles só podem prosperar mediante a lavagem cerebral das massas. que oprimem.

É por isso que todos as ditaduras prezam tanto a doutrinação, a catequese, a uniformização do pensamento, que é o que eles fazem nos países onde conseguem impor um regime autoritário. E, mesmo nos países, onde são obrigados a aderir às regras democráticas, procuram criar uma casta de seguidores descerebrados. E usam todos os meios possíveis para essa catequese, especializando-se em conquistar os corações e mentes das classes formadoras de opinião: os professores, os intelectuais e os artistas.

No Brasil essa classe há muito está catequizada e já não tem pensamento ou opinião própria e é por isso que, diante de fatos como esse, eles se manifestam por um silêncio "ensudercedor".

Alguém terá escutado um pio da Marilena Chauí? Do ex-frei Leonardo Boff? De Chico Buarque,  Caetano, Gil e outros "artistas"? Será que George Duvivier vai fazer uma sátira no youtube com a polícia de Raul Castro? Vladimir Safatle e Jânio de Freitas vão protestar em suas colunas na Folha? Tal como Sartre e Simone de Beauvoir, que defenderam o stalinismo e o maoísmo, os chamados intelectuais daqui são partidários da liberdade de expressão condicional, ou seja, só pode ser livre para expressar o pensamento quem for a favor da sua ideologia. 

Para os crimes cometidos pelos ditadores de esquerda contra os direitos humanos eles são completamente cegos, surdos e mudos. A cegueira intelectual é proposital!  Seguem os passos de Sartre, o filósofo da canalhice intelectual,que  os ensinou: "Nós podemos ficar indignados ou horrorizados diante da existência desses campos [de concentração soviéticos]; nós podemos até ficar obcecados por eles, mas por que eles deveriam nos constranger?" E, referindo-se ao maoísmo: "Um regime revolucionário deve descartar um certo número de indivíduos que o ameaçam, e não vejo outro meio para isso, a não ser a morte. Sair de uma prisão sempre é possível."

É isso aí, Chico Buarque!

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