terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O Quarto Poder

Há um meme viralizando na internet que afirma que o quarto poder no Brasil não é a imprensa, como se diz das democracias ocidentais. Neste pobre país, temos um quarto poder diferente de todos os demais. Temos o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e agora o Poder Presidiário! De certo modo, isso é a mais pura verdade.

Esse quarto poder, no seu âmbito de ação, não tem nenhum poder que se lhe contraponha. É absoluto. Estamos vendo aí todos os dias, como eles mandam e desmandam nas prisões. 

Lá eles fazem o que querem. Recebem armas, celulares com os quais comandam o mundo de fora e o que mais queiram. Não há polícia, agente penitenciário, poder judiciário que tenha controle sobre esses grupos. O Estado brasileiro está fora dos presídios e assiste impotente à guerra que grupos rivais desse quarto poder travam entre si.

Ao Estado e seus agentes só compete fazer de conta que fazem alguma coisa.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Pura demagogia

"A gente está colhendo o que foi plantado há muito tempo. Vocês ficam revoltados porque um jovem de 25 anos foi preso? Quem é o culpado pelo jovem preso? O que deram de oportunidade quando ele tinha sete ou nove anos? Se eu não dou educação, oportunidade para trabalhar, essa pessoa vai fazer o que na vida?", questionou Lula em discurso recente.

Lula é um mistificador. Isso já sabemos. O problema é que ele ainda pode enganar uma parte do povo. Ninguém vai fazer as contas, pois se fizesse constataria que esse jovem de 25 anos, nasceu em 1992, tinha 11 anos em 2003, quando Lula era o presidente da República. Esse mesmo jovem tornou-se adolescente e jovem adulto, sem educação e sem oportunidade de trabalhar e foi cooptado pela criminalidade, em pleno "reinado" petista, que nada fez para mudar a realidade "desse jovem".

É revoltante que a mídia continue propalando as mentiras e os estratagemas desse notório ladrão de dinheiro público, sem questionar nada. Nem mesmo fazer uma continha de aritmética para demonstrar que esse chefe mafioso só pode estar falando mal de seu próprio governo.

Lula joga coisas assim ao ar. Acusa, sem dizer o nome dos acusados e muitas vezes "cola", como se ele fosse realmente um defensor dos desvalidos, entre as pessoas mais simples. Entre os domesticados pela ideologia do partido não se vai esperar uma atitude dessas. Quem pode esclarecer as coisas para o povão, ou é a imprensa independente, ou os partidos que se contrapõem ao populismo petista. Mas, ao que tudo indica, esses partidos estão ocupados demais com seus próprios problemas para "perder" tempo com essas coisas.

Depois, todos se espantam com a perda de representatividade da atividade política! Os partidos tradicionais não falam com o povo, portanto sobra lugar para os demagogos que falam qualquer coisa que o povo queira ouvir. Está aí o exemplo do Trump. Após o desastre não adianta chorar.

Felizmente, no caso de Lula, sua candidatura só pode ser uma brincadeira de mal gosto. Ele (e todo mundo) sabe que não escapa da cadeia em 2017. Essa pretensa candidatura é apenas mais uma tentativa de emprestar cores políticas inexistentes ao fato iminente de sua prisão. Mas não deixa de ser um motivo para reflexão dos líderes políticos ainda existentes: se Lula pudesse ser candidato em 2018, será que não faria um estrago?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A droga do poder

O Brasil, que trabalha e paga impostos, vive hoje espremido entre duas forças: o crime organizado do tráfico de drogas e o crime organizado do tráfico de poder. 
A droga do poder e o poder da droga são equivalentes. Um é a imagem especular do outro e se complementam, até mesmo se confundem em determinadas circunstâncias: lembremo-nos do helicóptero pertencente a um senador e que foi interceptado com 400 quilos de cocaína.

No meio, estamos nós, indefesos, submetidos ao medo e à insegurança todos os dias. Vivemos em Aleppos, em um país há muito conflagrado e que, cada vez mais, vai perdendo as condições de civilidade, submetidos a um Estado que se desmantela a olhos vistos e vai se tornando uma terra de ninguém, onde o que impera é a lei do mais forte. É a barbárie se aproximando de nós.

O psicanalista Carl Gustav Jung disse que a civilização é apenas um verniz em cima da barbárie e que, basta um pequeno relaxamento no controle, para que esse verniz se desfaça e a barbárie venha a tona com todo o seu horror. Hoje vivemos sob essa ameaça. Os bárbaros estão ali, do outro lado, espreitando. O muro que os detinha está se despedaçando e logo, logo, a seguir nesse passo, serão eles que ditarão as regras. Já o fazem nos territórios atuais de seu domínio, como nos morros e nos presídios. O Estado não tem condições de os enfrentar, mal dá conta de si mesmo, um Leviatã que só aumenta de tamanho e de voracidade para não fazer nada além de se alimentar do trabalho dos outros.

Onde vamos parar? Na verdade, tudo é urgente no Brasil. Tudo requer conserto imediato e o conserto de uma área depende do bom funcionamento de outra. Nunca se imaginou que pudéssemos chegar a uma situação dessa. Mas chegamos. Agora, como uma nação em guerra, não há outra possibilidade que não a de encontrar uma saída e começar a reconstrução do zero. Remendos não valem. Tem que ser reconstrução mesmo, do zero.

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