quinta-feira, 28 de março de 2019

De furores, furos e furadas

A Rede Globo, desde a posse de Bolsonaro, tem revelado, no seu noticiário, um viés tendencioso  contra esse governo que chega a ser insuportável e, obviamente, incompatível com uma imprensa que se diz independente. Foca nas questiúnculas, no periférico, nos desarranjos naturais de um governo que se inicia de modo absolutamente diferente do que vinha sendo feito até agora. O ministério foi preenchido com nomes que nada tinham a ver com política. São nomes técnicos, de pessoas que são reconhecidamente especialistas nas respectivas áreas.

Desnecessário dizer que essas pessoas não tem o traquejo das velhas raposas. Cometem erros bobos, às vezes até erros de comunicação. Mas para isso é que Bolsonaro foi eleito. Não para encher o governo com as raposas da velha política!

E a rede Globo não perdoa. Deita e rola, faz parecer que o governo está destrambelhado, sem rumo, quando na verdade nunca se viu um governo recém empossado mostrar trabalho tão rápido. O projeto da reforma da Previdência já está no Congresso há um mês. O projeto anti-crime do Moro também. E o Congresso o que fez até agora? Reclama que o governo não "articula", mas nós sabemos bem o que querem que seja "articulado". Isso não terão! E a rede Globo, que perdeu os caraminguás da publicidade estatal, fica furiosa e destila seu furor todos os dias no horário nobre.

Chega ao ponto de uma jornalista com a experiência e o gabarito da Eliane Cantanhêde dar um "furo" de reportagem com uma "fake news". Que vexame!
A ânsia de criticar é tanta que, basta surgir a possibilidade de apresentar algo que deponha contra o governo, isso logo é levado ao ar, sem a necessária e devida checagem.
Pois dessa vez, quebraram a cara: a rede e sua funcionária. Talvez se tenha inaugurado no Brasil a furada de reportagem! Afinal, somos muito criativos!

quarta-feira, 13 de março de 2019

A casa de Gilmar

Gilmar Mendes não é um deus, mas comporta-se como tal. É um intocável da República. Está acima das leis e acima do Bem e do Mal. Ninguém mexe com ele. Por quê?

Por que cargas d'água, Gilmar Mendes se comporta como um déspota, agride seus pares, é truculento, bufa, atua de modo indecoroso quando não se declara impedido de votar casos em que sua esposa advoga para parte interessada, recebe doações pra lá de suspeitas em sua instituição e tudo fica por isso mesmo?

Só me lembro de um caso semelhante na política brasileira: o caso de Antônio Carlos Magalhães, que chegou até a confessar quebra de sigilo do voto de senadores e nada lhe aconteceu.

No caso de ACM, o que se dizia é que ele tinha dossiês de todo mundo. Todos os que deviam, tinham uma pontinha do rabo dentro da gaveta do ACM. E ele sabia, como ninguém, usar o método da chantagem velada.

Pois, GM se assemelha muito a ele. Será que as semelhanças são só exteriores? Ou GM também tem dossiês de quase todo mundo? Só isso explicaria a sua inimputabilidade.

Pode ser, mas uma hora a casa cai.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Duas tragédias irmãs

Baixada a lama, agora já dá para se comentar a tragédia com a visão mais clara.
Pela segunda vez, atônitos, assistimos ao mesmo mar de lama avassalador destruir vidas humanas, animais, casas, rios, etc.
Parece um destino inevitável - como o daqueles países que de tempos em tempos são abalados por terremotos, erupções vulcânicas ou tornados - que o Brasil seja assolado por tragédias como essa com uma frequência assustadoramente elevada.

Fomos poupados desses sinistros, esses que são injunções da natureza, mas infelizmente fomos bem aquinhoados com todas as demais pragas derivadas diretamente da ação ou da omissão humana.

Nossa tragédia é a proporção de canalhas que vivem entre nós. São brasileiros que, ao invés de se darem por satisfeitos por terem nascido em um país abençoado, ainda querem mais, sempre mais, não se importando com o rastro de destruição que vão deixando por onde passem.

O primeiro mar de lama, o de Mariana, ainda poderia ser atribuído a alguma inexperiência ou falta de informação, apesar de se tratar de uma empresa pertencente a duas das maiores mineradoras do mundo, o que não justificaria a falta de monitoramento adequado e não uso preventivo da tecnologia disponível. Mas, se ainda assim, houvesse tido alguma justificativa, agora jamais poderia ter se repetido a tragédia. Menos ainda com a autoria de uma das empresas envolvida no primeiro caso!

Todo mundo se pergunta: o que aconteceu? Talvez a melhor pergunta fosse: o que NÃO aconteceu? Sabe-se que relatórios foram emitidos informando a precariedade da manutenção da barragem, portanto não foi falta de informação. Por quê a empresa não agiu a tempo, não providenciou ao menos um sistema de alarme suficiente, não mudou os escritórios de posição? 

A triste resposta pode ser encontrada naquilo que o caráter brasileiro tem de pior: a falta de escrúpulos e de empatia com o outro. Dizem que somos um povo cordial. Só na aparência.
Vivemos como se o outro não existisse. Jogamos lixo pelas janelas dos carros, deixamos parques e jardins entupidos com nossos restos, destruirmos as lixeiras nas ruas, os passeios são abandonados, esburacados e dane-se a mobilidade dos deficientes. Não podemos nos distrair um segundo dos nossos pertences em local público, que alguém se encarrega de fazê-los desaparecer. Espantamo-nos de saber que em países como a Suíça, por exemplo, as pessoas compram jornais e depositam as moedas em uma caixinha. Não há ninguém para cobrar e todo mundo paga. O motivo de espanto é porque, para nós, "dar o cano" é natural.

Pois bem, o que isso tem a ver com a recente tragédia? Tem tudo a ver, a começar pela incúria dos funcionários, gerentes e diretores responsáveis pela segurança. É a cultura do "deixa como está, para ver como é que fica". É a cultura ibérica do papelório que (pretensamente) substitui a realidade.

Diferentemente do direito saxão, o "nosso" direito diz: o que não está nos autos (ou seja, nos papéis) não está no mundo. E por aí vamos!

A Vale tinha os papéis "em ordem", mas a realidade é que essa ordem era apenas fictícia, como em muitas outras grandes corporações. Todo mundo brincando à beira do abismo. Daí para o desastre foi um passo.

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