terça-feira, 13 de agosto de 2019

Desordem e Progresso?

O presidente do STF, Dias Tóffoli declarou, segundo O Antagonista, num evento para banqueiros, o seguinte:
"O Brasil ficou travado 4 anos, num moralismo, enfrentando questões de ordem e esquecendo o progresso. Você nunca vai ter progresso, se tiver que ter ordem como uma premissa."

Vamos traduzir!

  1. A tentativa de se estabelecer um Estado republicano em Pindorama, no idioma toffoliano significa "moralismo paralisante". O que travou a economia, segundo Tóffoli,  não foi a roubalheira, foi a revelação dela.
  2. Enfrentar as organizações criminosas que solapam o Estado por dentro, significa "enfrentar questões de ordem". E, ainda, destruir o seu arcabouço e seu modus operandi, significa "esquecer o progresso".
  3. E por último, a pérola, a cereja do bolo: ordem e progresso são antagonistas. Ou uma coisa, ou outra.
    Então, na novilíngua de Tóffoli, anarquia, crime e roubalheira equivalem a progresso. 
Isso foi dito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, senhoras e senhores! A esse ponto chegamos! 
A impressão que dá é que a Máfia assumiu o controle de vez, retirou as máscaras e os capuzes porque já não são necessários, abandonou os ritos e as encenações, porque agora é a hora do vale-tudo, do vai-ou-racha. Ou estão realmente acuados ou estamos em perigo!
Onde estão aquele cabo e o soldado?

domingo, 11 de agosto de 2019

Lambendo botas

Segundo dados do próprio CNJ, no dia 17 de julho, havia no Brasil 812.564 presos. Desses, 41,5% estão presos sem condenação proferida!
Não, não se trata de condenação em segunda ou em terceira instância. Trata-se de condenação em primeira instância mesmo.
Vou repetir: no Brasil, 337.126 pessoas estão presas sem que tenham sido condenadas.

O STF sabe disso. Impossível não saber. No entanto, todo o STF se mobiliza para, no prazo récorde de 6 horas, analisar e decidir sobre o enésimo habeas corpus impetrado pela defesa de um ladrão, já condenado em 3 instâncias e com outra condenação em primeira instância.

E tudo provocado por uma decisão do juízo de execução que resolveu transferí-lo de uma cela especial para um presídio, local onde já deveria estar cumprindo sua sentença.

Vamos lá. Os 337 mil cidadãos, sem sentença condenatória, obviamente não estão alojados em celas especiais. Estão em celas comuns, superlotadas, subjugados às vontades das facções criminosas que mandam nos presídios, correndo permanente risco de serem mortos. Ninguém se importa. Por quê? Porque são pobres, não tem poder, pertencem à subclasse dos párias, dos excluídos.

E o Supremo Tribunal, que deveria ser exemplo de aplicação de justiça, dito guardião de uma Constituição que diz que todos são iguais perante a Lei, fecha os olhos a essa vergonhosa realidade, mas, corre, pressuroso, subserviente, a dar satisfações quando se trata de alguém do andar de cima, como temos visto nas várias vezes em que Lula recorreu a essa casa.

Lula, o semideus, tem um Tribunal lambe-botas para chamar de seu. O STF faz, todos os dias, com que os brasileiros definitivamente não creiam na Justiça de seu país.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Dia dos pais?

Espanto total! Deve haver alguma coisa errada com o meu sistema de avaliação, meus códigos de valores, enfim, devo estar ficando gagá.
Pois li a notícia e não acreditei: Nardoni deixa a prisão para passar o dia dos Pais com a família!!!

É inacreditável gozar desse privilégio um homem que assassinou a própria filha. Podem os juristas e os exegetas do direito argumentar o que quiserem. Nada mudará a realidade! É um fato! Horrível, tenebroso, digno dos piores filmes de terror, mas é um fato. Ele é o assassino da própria filha!

Se está arrependido ou não é outra história. E, nem mesmo o mais profundo e amargo dos arrependimentos será capaz de apagar essa mancha.
Enfim, essa é uma questão de foro íntimo que, sinceramente, não me interessa. Ele que conviva lá com seus demônios e sua culpa, se tiver.

Porém a sua "saidinha" do presídio, especialmente para "comemorar" o dia dos pais, é mais uma agressão perpetrada por essa justiça brasileira, contra a sociedade. É uma agressão a todos os verdadeiros pais, que são capazes de dar a vida pelos seus filhos sem pestanejar e não de tomá-la.

Ao liberar esse facínora para festejar o esse dia, a justiça o está igualando a todos nós.

Do ponto de vista teórico, até parece que somos um exemplo civilizatório, que o sistema penitenciário brasileiro é de primeiro mundo e que casos como esse se deveriam tão somente a distúrbios emocionais.

Nada mais falso, mas acostumamo-nos a ver uma justiça absolutamente dissociada da nação, da sociedade, cuja vontade ela deveria refletir. Uma justiça assim não terá longo futuro. O maior problema então é que sem um judiciário confiável e aceito pela sociedade cairemos na barbárie, mais do que já estamos.



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