segunda-feira, 18 de abril de 2011

A inclusão necessária

A única maneira de deter ou mesmo eliminar a violência (urbana ou internacional) é promover a inclusão social, quer dos grupos de pessoas, quer dos países como um todo, na prosperidade e no progresso sustentável. Não haverá paz no mundo enquanto houver ricos de um lado e pobres do outro lado da cerca.
Quando olhamos para o oriente médio e ásia central só vemos aquilo que o nosso preconceito ocidental-cristão nos permite ver. Só identificamos fanatismo, violência e terror e queremos uma cerca de proteção, um fosso, para separar o nosso mundo do "deles". Isso foi possível até o advento do século XX e agora, no século XXI é simplesmente uma utopia irrealizável. Os mundos se entrelaçam e, queiram ou não, serão forçados ao convívio. Podemos escolher se queremos um convívio conflitante ou cooperativo e pacífico.
No caso da escolha de um convívio conflitante (que é o que temos feito até agora) mesmo sendo o ocidente uma potência militar e econômica, não há nada que garanta a supremacia de nenhuma das partes. O império romano caiu sob o domínio dos bárbaros de então, mesmo tendo sido uma civilização espetacular como jamais se repetiu nesse planeta. A terceira lei da termodinâmica também nos garante que é mais fácil destruir do que construir, portanto a lei natural tende a favorecer os processos menos complexos, incluindo aí as civilizações. Depois, basta fazer um cálculo de custo x benefício e ver que a manutenção dessa desigualdade custa muito caro.
Por qualquer ângulo que se olhe, a paz, o convívio respeitoso entre os povos é uma opção melhor. Para que isso se torne realidade é necessário que comecemos por nos despir da arrogância de considerarmos o nosso ponto de vista melhor que o dos outros. Não estou pregando o relativismo cultural radical que despreze a questão dos direitos humanos fundamentais. Ao contrário, penso que podemos concordar em uma agenda comum, respeitando os seres humanos igualmente em seus direitos e deveres, mas devemos aceitar as diferenças e a autodeterminação, e, para mim,  a chave do sucesso está na inclusão. Um bom exemplo foi a inclusão da sociedade japonesa no mundo da prosperidade. Não se percebe nessa sociedade nenhum resquício de ressentimento contra o que os americanos fizeram lá. E acredito que boa parte da explicação está no fato que a sociedade japonesa não se sentiu marginalizada e fechada em um gueto, ao contrário, foi convidada a participar da geração de riqueza mundial. Se isso funcionou com uma sociedade antípoda em muitos aspectos e não só no geográfico, deverá funcionar em outras sociedades que, de certo modo estão mais perto de nós. O oriente médio, ao lado da Grécia, é o berço da nossa civilização e a maior parte dos nossos valores morais e éticos são derivados dalí. "Ex oriente lux" (o sol nasce no leste) já diziam os romanos. Não podemos nos esquecer disso.


2 comentários:

  1. Eus,
    Concordo integralmente com essa ideia.
    Não adianta esperarmos mudanças para o mundo e,
    em particular para o Brasil, se não tivermos uma melhoria na distribuição de renda.
    Beta.

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  2. Eustáquio,
    Muito oportuna sua idéia sobre a necessidade da "inclusão social"! Vivemos mesmo um momento crítico e urgente em termos planetários.Porém, percebo também uma convergencia de opiniões que é decisiva para garantir nossa sobrevivencia: precisamos todos da PAZ!A PAZ é o único caminho possível para a solução de nossos conflitos, desde os mais íntimos e individuais até aqueles mais explícitos e coletivos.A qualidade de vida é antes de tudo, a criação de uma cultura de paz.
    Mandela disse certa vez: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinados a amar!"
    Eis aí solução! ´Para tornar isso uma realidade comecemos em nossos lares e expandindo para fora dele, até que tudo se transforme por inteiro. Parece até a parábola de fermento contada por Jesus. "Um pouco de fermento consegue levedar toda a massa!"
    So, "vamos em frente que atrás vem gente"!
    Abraços,
    Maria Elvira

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