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sábado, 2 de novembro de 2013

Mau humor

É paradoxal verificar, em tempos politicamente corretos, surgirem esses "humoristas" barra-pesada, tais como Danilo Gentili e Rafinha Bastos, que extrapolam todas as fronteiras do bom gosto e do respeito à sensibilidade das pessoas. Não defendo o "politicamente correto" até porque o acho,  além de chatíssimo, muito hipócrita. 
Portanto uma das funções do humorista, como crítico de costumes, seria denunciar esse politicamente correto quebrando os paradigmas. É isso o que um bom humorista sempre fez. Mas há um limite, além do qual o humor se transforma em agressão e aí já não deveria ter o apoio da sociedade. Passar desse ponto é o que um bom humorista jamais faria. Estabelecer qual é o ponto certo, qual é a dose correta de iconoclastia é o trabalho de um artista, o que, supostamente, os humoristas são. Entretanto para o bem e para o mal, a democratização da mídia hoje proporciona a qualquer um se intitular artista e, em especial, humorista. O "Youtube" está cheio de vídeos de gente que pensa que fazer arte e humor é gravar e publicar aquele monte de baboseiras que se postam por lá.
Reconheço também que, diante do esforço que os politicos fazem para encarnarem os papéis mais ridículos, fica difícil para um humorista se sobressair. Mas não precisavam apelar assim. Primeiro, o Rafinha Bastos veio com aquela "piada" sobre o estupro e agora o tal de Danilo Gentili nos brinda com um escracho, em termos bastante baixos, sobre a maior doadora de leite do Brasil.
E pensar que o humor no Brasil já foi representado por Millôr, Péricles, Chico Anísio, Manoel da Nóbrega, José Vasconcelos, Paulo Gracindo, Juca Chaves, Grande Otelo, Oscarito e outros. Nem mesmo a causticidade de uma Dercy Gonçalves chegou a tanto. Dercy era desbocada e sem papas na língua, mas não me lembro de tê-la visto calcar o humor sobre ofensas e desrespeito ao outro.
É claro que defendo o direito de livre expressão desses "humoristas", até mesmo para todo esse "humor" de baixo calão. Não é essa a questão. A questão é que, do mesmo modo que eles podem falar o que quiserem, a parcela da sociedade que se sente agredida por eles também pode. E deve!
Demonstrar o repúdio e não dar publicidade a esse mau humor é a melhor maneira de fazê-lo recolher-se ao seu nicho no submundo de onde nunca devia ter saído.

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