segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mudando de assunto

Para mudar de assunto, já que a política saturou, gostaria de comentar o novo trabalho de Maria Bethânia. Não vi, nem ouvi ainda, mas já gostei. Bethânia é simplesmente uma artista superlativa. Tudo o que faz é bom. Nunca se deixou levar por modismos, nem fez nada "comercial". Canta com alma, ou melhor solta a voz  e deixa a alma cantar.  
Abandona-se à intuição e acerta sempre. Cada trtabalho é uma jóia, burilada e detalhada com um esmero de ourives. E quando sobe, descalça, ao palco, parece que uma entidade nela se incorpora e, alí,  aquela mulher adquire uma outra estatura, transporta-se e nos transporta para um outro mundo, atemporal e mágico.
Bethânia é um bem cultural do Brasil. Errei quando disse que uma entidade se incorpora nela. Não, não se incorpora, Bethânia é a própria entidade.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A hora da ressaca

O nosso guia está ressaqueado. Talvez por ter-lhe "caído a ficha" que seu governo acabou. Apesar de ter feito a sucessora, nada será mais como antes. Todos os olhares, todos os holofotes voltam-se para a criatura. E o criador sai, discretamente ou não, de cena. Loas serão tecidas, sua sapiência e sagacidade serão exaltadas, mas nada disso substitui aquela sensação afrodisíaca do exercício do poder. Promovido a  povo no dia 1º de janeiro, Lula ainda será um mito vivo para os seus seguidores e correligionários, claro,  mas ainda assim mito e do qual todos convenientemente se afastarão pouco a pouco em busca das novas luzes que despontam, pois  assim é a natureza humana. 


Isso talvez explique o súbito mal-humor do presidente desde o dia da eleição, com aquele discurso absolutamente despropositado. Parecia até que estava perdendo. Depois sumiu e só foi reaparecer na tal entrevista coletiva, em que não conseguiu disfarçar o ressentimento não-se-sabe-de-quê da oposição. Talvez o que doa em Lula é saber que não foi a unanimidade que gostava de imagnar que fosse. Talvez porque 60% dos eleitores não votaram em sua candidata. Talvez porque saiba que, no fundo, no fundo, jamais poderá se comparar em estatura política e intelectual ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Talvez por antecipar que o julgamento da história não será magnânimo como foram seus áulicos e nem brando como foi a oposição. A história o julgará pela aliança com as velhas oligarquias, pela falta de escrúpulos, pela demagogia, pelo assistencialismo barato, pela roubalheira que se implantou no governo, pelo aparelhamento do estado, pela falta de perspectiva histórica, pelo autoritarismo e pelo desprezo às instituições republicanas.

Por isso tem que continuar mordendo, tem  que continuar raivoso e espumante, vociferando que quem não concorda com ele, é porque tem preconceito. Vítima de seu complexo de inferioridade, podia aproveitar o tempo ocioso que terá pela frente para fazer uma psicoterapia.  Para o país, será tarde, mas quem sabe possa se reconciliar consigo mesmo, pois com o julgamento da história não tem mais jeito.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E agora, José?

E agora, José Serra? Fez tudo o que quis e como quis na campanha, desde as hesitações iniciais até à imposição do próprio nome em detrimento de uma escolha mais democrática que seria dada pelas prévias. Não adianta agora cobrar do Aécio, como se dele fosse a culpa da derrota. Os mineiros, Serra, não gostam de cabresto. Minas foi desprezada pela prepotência paulista, portanto aguentem as consequências! O PSDB em Minas teve acachapante vitória para o governo estadural e para o senado. Pois esses mesmos eleitores se recusaram a conduzir o Serra ao planalto. A mensagem está clara. Só não entende quem não quer. Se o PSDB continuar a ser um partido de cara paulista, dominado por paulistas, com mentalidade paulista e não se abrir para o Brasil terá o destino de ficar na oposição para sempre. Ou melhor, nem na oposição, que isso o partido não sabe fazer, será pois no limbo político mesmo.
O PSDB tem os melhores quadros? Sim. E daí, se não consegue fazer esses quadros emergirem para a alta direção do governo central? Tem que abrir-se para o Brasil real e aceitar as influências dos demais Estados da federação, caso contrário: ostracismo. E, pior para nós, cidadãos que teremos que aguentar mais alguns anos de demagogia terceiro-mundista.

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