domingo, 12 de dezembro de 2010

Gilberto Carvalho o bajulador


Carta do presidente Fernando Henrique ao Estadão a respeito das aleivosias levantadas pelo "amarra-cachorro" de Lula, Sr. Gilberto Carvalho, aquele, do caso Celso Daniel.


Li com espanto a entrevista do sr. Gilberto Carvalho publicada neste jornal na edição de domingo passado (“Ninguém engana a Dilma nem põe faca no pescoço dela”, 5/12, A10). Espanto porque imaginei que o entrevistado devesse estar mais preocupado em se defender de insinuações que podem manchar a sua biografia ─ a de haver sido receptador de propinas extorquidas por um bando de seus companheiros de partido que teriam usado a administração petista de Santo André para obter recursos para uso político, como afirmam procuradores estaduais ─ do que em dar curso a calúnias contra mim.
Lula, segundo o entrevistado, recusa o termo “mensalão” para caracterizar os desatinos praticados nas relações entre seu governo e a Câmara dos Deputados, quando da alegada compra de apoios políticos. Na verdade, trata-se de mero jogo de palavras para negar a periodicidade da propina, e não sua existência. Artifício semelhante a outro ─ este com consequências jurídicas maiores ─ quando afirmou que o dinheiro utilizado naquelas práticas teria sido obtido de “sobras de campanha”, esquecendo-se de que houve transações entre poder público e agentes privados como no caso da Visanet.
Para melhorar a imagem presidencial, Gilberto Carvalho diz que Lula, ao negar que seu governo tenha comprado votos, me acusa nominalmente de tê-lo feito para aprovar a emenda da reeleição. Ora, jamais houve qualquer indício nem qualquer afirmação direta de que eu assim procedera. Mais ainda, os rumores sobre uma escuta telefônica feita entre deputados de um Estado que estariam envolvidos em tais práticas aberrantes surgiram num jornal meses depois de aprovada a referida emenda, com votação avassaladora ─ 80% no Senado e margem de mais de 20 votos acima dos 308 requeridos na Câmara.
No caso, a referida escuta teria feito alusão ao primeiro nome de um de meus ministros. Para evitar dúvidas o ministro eventualmente aludido foi, por decisão própria, à Comissão de Justiça da Câmara, prestou todos os esclarecimentos e desafiou quem dissesse o contrário da verdade, que era sua inocência. Posteriormente, três ou quatro deputados ─ mais tarde ligados à base do governo Lula ─ renunciaram a seus mandatos para evitar cassações, confessando culpa, mas sem qualquer envolvimento do PSDB e muito menos do governo ou meu.
Se não fosse o suficiente ser um procedimento contrário à ética, mesmo em termos pragmáticos, seria de todo descabido comprar o que era, explicitamente, oferecido: a opinião pública, os editoriais de toda a mídia e a maioria avassaladora do Congresso Nacional eram favoráveis à emenda da reeleição, contra a qual se batiam isoladamente o PT e os “malufistas”, pela razão de haver nessas correntes quem quisesse disputar as eleições presidenciais e temesse minha força eleitoral, comprovada na reeleição em primeiro turno em 1998. Estes são os fatos.
Custa-me a crer que Lula, para se defender do indefensável no caso do mensalão, ataque a honra de um ex-presidente que foi seu amigo nas horas difíceis e que não usa de artimanhas para desacreditar adversários. Dói mais ainda que pessoas como Gilberto Carvalho ecoem o sabidamente falso para endeusar o chefe. Sinal dos tempos, que arrastam mesmo os que parecem ser melhores a cair na calúnia, na mesquinharia e na mediocridade.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Felicidade, esperanto e otras cositas más

O ministério já está quase formado, com a cara de... Lula! Nada de novo no front. Nenhuma novidade impactante. Na economia, sabemos que vai continuar a mesma gestão, com os mesmos acertos e , infelizmente, com os mesmos erros. O Copom e o BC continuarão a monitorar a economia via taxa de juros. Até agora parece ter dado certo, mas até quando isso será possível? 
Na política, para variar, vai continuar tudo também na mesma. Os mesmos vícios já se anunciam, o velho fisiologismo, a barganha de cargos, nenhuma idéia nova, nenhum plano para a  nação, nenhum ideal, tudo pura e simplesmente em função de interesses mesquinhos, pessoais, escusos. O pais que se dane!
Essa corja política brasileira que se apossou do estado, temos que reconhecer, é muito eficiente em seus propósitos. Conseguiu sobreviver por todo o século XX, mudando para não mudar e já vai adentrando o século XXI,  já finda a sua primeira década, fazendo o que sempre fez: roubando o futuro da nação!
Basta ver os resultados da educação brasileira. Estamos em 57º e 58º lugar entre 65 nações.  O Brasil, apesar da propaganda oficial, ainda tem 79 milhões de pessoas que vivem com menos de mil reais por mês de renda familiar!!!!. São 13 milhões de pessoas a depender do Bolsa-Família (mais que a população inteira de Portugal). A tal classe média B, cuja renda familiar ultrapassa os 10 mil reais, é constituída de apenas 3 milhões de viventes.
E, nessa altura do "campeonato" ainda vem um senador do nível de um Cristóvam Buarque, propor uma emenda constitucional para incluir o direito à felicidade na nossa Constituição e quer acrescentar na grade curricular da escola pública o ensino do esperanto. Pelo amor de Deus, isso só pode ser gozação. 
Como disse o jornalista Clóvis Rossi hoje na Folha: "Emergente? Só a cabeça."
Pois eu diria: Emergente, nem o rabo!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Decifrando Lula

A esfinge vai se deixando revelar. O senador Tasso Jereissatti em seu discurso de despedida do Senado disse que ficou decepcionado com Lula: "Lula foi uma decepção em vários sentidos. Lula nos decepcionou como político, como liderança comprometida com a ética e com a honestidade, como símbolo da mudança nas relações do governo com a sociedade, do Executivo com os demais poderes e, principalmente, como esperança de algo realmente novo na vida nacional". Esses sentimentos de frustração e decepção com certeza afloraram nas mentes e corações de muitos outros brasileiros, incluindo a mim.
Também fui ingênuo em acreditar, no passado, que o PT representaria algo novo na política brasileira e que Lula, o líder operário, tal qual o "bon sauvage" de Rousseau, nos iria redimir de nossa história centenária de coronelismo, peleguismo e dominação oligárquica.
Mas, eis que, chegando ao poder, Lula e o PT nos mostraram sua verdadeira face. Ninguém se transforma naquilo que não é. Portanto, a cara que Lula e seu partido passaram a mostrar a nação, era a carantonha feia e escusa que durante tanto tempo conseguiram esconder: a cara do oportunismo, da desfaçatez, da falta de ética, do maquiavelismo político, do lobo em pele de cordeiro. A cara do próprio regime que preconizavam e que, implantado em outros países, levou tantos sers humanos à dor, ao medo, ao desespero e morte. Não à toa, o primeiro ensaio já se dava nas prefeituras, como a de Santo André e que. muito coerentemente, terminou em um crime ainda não totalmente esclarecido.
Mas Lula é ainda maior que seu partido. O partido naufragou nas marolas do escândalo do mensalão, mas ele, entregando os "cumpanheros" para não entregar a si, sobreviveu politicamente. Sobreviveu e até chegou aos píncaros da glória da popularidade, mas não convenceu nem aos adversários, nem a si mesmo, que seria o grande líder que todos gostaríamos, no passado, que fosse. Por isso, agora vai deixando o que lhe resta de máscara cair. Lula não é do PT, nem é realmente de "esquerda". O unico partido de Lula é ele mesmo. Aprendeu isso no mundo sindical e jamais esqueceu, porque isso é o que lhe deu até hoje a sobrevivência política. Lula não tem ideologia, Lula é o político de resultados: não importa quem foram os adversários de ontem, nem quem sejam os aliados de hoje, o que interessa é empalmar o poder e nele permanecer. Se amigos cairem, paciência. Se inimigos, que ontem o vilipendiavam até mesmo na sua vida pessoal, forem agora convenientes que substituam os amigos de outrora. Assim vemos o PPS que foi aliado de outras derrotas, como a de 89, tornar-se naturalmente oposição ao seu governo. E Collor e Sarney, que eram os próprios diabos encarnados, tornam-se amigos de infância. É patético ver os vídeos em que Lula vociferava contra o clã Sarney e compará-los com os atuais em que vocifera a favor do clã Sarney. Como é que essa oligarquia jurássica, conseguiu, sem gritos e sem alarde, cooptar aquele que parecia ser o seu maior inimigo político e fazê-lo seu cão de guarda, rosnando e mordendo do alto dos palanques? Sábia oligarquia e esperta. Segue à risca o ditado: " o bom cabrito não berra" e permanece sempre à espreita dos líderes sem alma aos quais possa atrair com o simulacro do poder para continuar mandando e desmandando nesses tristes trópicos.

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