Tivéssemos uma estadista, ao invés de uma aventureira, na presidência da República, estaria na hora de, à maneira de Sebastian Piñera, presidente do Chile, demitir a maioria dos ministros, especialmente aqueles que não foram de escolha própria. Melhor ainda seria fazer uma grande reforma ministerial, diminuindo o número de ministérios para mais ou menos uns 10.
Virão alguns analistas dizer que isso não é possível em nome da tal governabilidade, que Dilma tem que satisfazer os apetites de todos os partidos de sua base, etc., etc., senão não governa.
Isso é um blá-blá-blá sem consistência e sem apoio na realidade. Afinal, na situação presente, existe alguma governabilidade? Como é que se pode gerenciar um ministério que é uma colcha de retalhos sobre a qual só se tem a autoridade formal? Quem realmente manda sobre essas imensas parcelas do poder público são grupos, partidos, oligarquias e facções que representam outros interesses. Representam tudo, menos os interesses da nação, do povo, que teoricamente os teria escolhido como representantes.
Já que governabilidade não há, como ficou demonstrado na fragorosa derrota da votação do código florestal, ou como se demonstra quotidianamente com a confusão ministerial reinante em que um funcionário de escalão inferior faz chantagem com um ministro, denuncia o outro, ameaça a todos, inclusive a presidenta e ela, ou não tem a coragem, ou não tem a possibilidade de dar-lhe um belo pontapé nas ancas. Por quê?
Essa é a estranha pergunta que fica no ar. Por que cargas d’água uma presidenta que passa a imagem de durona, mandona, autoritária, não toma uma posição firme e decidida contra essa gangue e define um novo ministério, no tapa. Lula não faria isso e sabemos todos por quê. Mas, para uma “corajosa” ex-guerilheira que enfrentou a tortura sem denunciar seus companheiros, mentindo habilmente para os seus torturadores enquanto sofria fisica e psicologicamente dores inenarráveis, fazer isso seria uma brincadeira de criança.
Ah, mas e a questão da responsabilidade? Dilma não pode parar o país para fazer uma reforma dessas, diriam outros. Só que não precisa parar mais do que já está parado. Não se consegue avançar em ponto algum, as obras da Copa estão aí esperando, as estradas caindo aos pedaços, os aeroportos transbordando, os portos atulhados e ineficientes, nem mesmo no famigerado PAC, peça chave da propaganda oficial, há alguma coisa andando. O crescimento da economia se deve unica e exclusivamente à iniciativa privada.
Portanto o país não vai parar por causa de uma troca de ministros, que não fazem nada, por outros que se espera possam fazer alguma coisa. E a redução do número de ministérios seria o item mais importante, não só para reduzir o custeio, mas para melhorar a própria governabilidade. Com mais de 40 ministros, talvez a presidenta não saiba nem o nome de todos eles de cor.
Quais seriam os ministérios a se manter? Na minha lista ficariam onze: a Casa Civil, a Casa Militar, a Defesa, Educação e Cultura, Energia, Indústria e Comércio, Infraestrutura e Transportes, Fazenda, Justiça, Relações Exteriores, Meio Ambiente. Ao invés de três porquinhos, teríamos onze apóstolos, sem o Judas. Sem os tais porquinhos, talvez a lama diminua também.
Tenho a certeza que após o berreiro inicial, todos os governistas e apoiadores de nascença acabariam ficando quietinhos procurando se acomodar no novo sistema e descobrir alguma brecha para voltar às velhas práticas. O máximo de revolta que se pode esperar dessa gente será o falar mal da presidenta pelas costas, mas isso já o fazem.
E, se triscarem, dona Dilma, Sibéria neles!
terça-feira, 19 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
14 de Julho - Tomada da Bastilha
Não dava para não comentar o 14 de julho. Que sonho, esse de ver um povo se levantar e tomar o destino nas mãos! Claro que durou pouco e a ditadura do terror que veio depois não compensou. Mas o momento, como inspiração poética e utópica foi talvez único na história da humanidade. Nas ruas de Paris, um povo faminto, sem armas, sem quaisquer outros recursos que a indignação e a raiva, enfrenta o establishment representado pela Igreja e pelo Rei e diz: basta!
Quem dera que outros povos também fizessem o mesmo. Aqui no Brasil necessitamos urgentemente desse basta. Há quinhentos anos somos roubados, há quinhentos anos o futuro de nossos filhos é comprometido. Há quinhentos anos essa nação não tem as rédeas do seu destino nas mãos. Há quem diga, estamos numa democracia, portanto...
Mas que democracia é essa em que o povo não decide, nem direta, nem indiretamente? Temos 16 senadores que não foram votados! Estão lá por maracutaias e acordos de suplência. Estão lá porque doaram dinheiro pras campanhas dos titulares em troca da suplência. E os demais, quantos realmente representam os Estados pelos quais foram eleitos? Sarney, por exemplo, representa realmente os interesses do Amapá? Alguém acredita nisso? Collor representa Alagoas?
E a Câmara dos Deputados com seus 500 e tantos membros? Quem se lembra em qual deputado votou nas ultimas eleições?
O sentimento popular no Brasil é que todos os políticos estão lá para roubar e defender seus interesses particulares. O povo e o Estado são desconhecidos um pro outro, tanto há quinhentos anos como hoje.
Sabemos que temos uma obrigação, pagar impostos, e nenhum direito. O resto é cada um pra si e Deus contra. Precisamos de um 14 de julho na Praça dos Três Poderes.
Quem dera que outros povos também fizessem o mesmo. Aqui no Brasil necessitamos urgentemente desse basta. Há quinhentos anos somos roubados, há quinhentos anos o futuro de nossos filhos é comprometido. Há quinhentos anos essa nação não tem as rédeas do seu destino nas mãos. Há quem diga, estamos numa democracia, portanto...
Mas que democracia é essa em que o povo não decide, nem direta, nem indiretamente? Temos 16 senadores que não foram votados! Estão lá por maracutaias e acordos de suplência. Estão lá porque doaram dinheiro pras campanhas dos titulares em troca da suplência. E os demais, quantos realmente representam os Estados pelos quais foram eleitos? Sarney, por exemplo, representa realmente os interesses do Amapá? Alguém acredita nisso? Collor representa Alagoas?
E a Câmara dos Deputados com seus 500 e tantos membros? Quem se lembra em qual deputado votou nas ultimas eleições?
O sentimento popular no Brasil é que todos os políticos estão lá para roubar e defender seus interesses particulares. O povo e o Estado são desconhecidos um pro outro, tanto há quinhentos anos como hoje.
Sabemos que temos uma obrigação, pagar impostos, e nenhum direito. O resto é cada um pra si e Deus contra. Precisamos de um 14 de julho na Praça dos Três Poderes.
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Bastilha povo democracia políticos
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