Agosto começou pegando pesado: a crise dos Estados Unidos, o rebaixamento, o risco de contágio a toda economia mundial, a fragilidae européia, a queda das bolsas, etc. E, por aqui, também a situação não está nada boa. O governo Dilma vem pulando de crise em crise e quando quer consertar só piora, como foi agora a nomeação de Celso Amorim para o ministério da Defesa. Por outro lado, apesar das quase 30 demissões, as denúncias e até mesmo prisões de figuras do alto escalão do governo não param de pipocar. Na economia, não se sabe o que fazer com o dólar, a inflação resiste a todas a manobras, a taxa de juros não pára de subir e a moeda supervalorizada dificulta as exportações. E não há sinais de reversão desse quadro a curto prazo.
A presidenta já deve estar estafada. Ainda nem começou a governar e já teve que sair de extintor na mão para apagar vários incêndios que, entretanto, nunca se extinguem totalmente. Já teve que chamar o antecessor para ajudá-la, mas não dá para continuar nessa toada porque, além de tudo, isso desmoraliza.
Suas assessoras mais próximas, Ideli e Gleisi, podem até formar uma dupla caipira, mas não são as pessoas mais indicadas para a articulação política. Uma é fraquinha demais e a outra nem conhece Brasília. Dilma, dizem, não tem paciência para a articulação política. Isso fica complicado porque afinal o cargo que ela ocupa não é técnico, é o cargo mais político da República. A presidência fica então sem interlocução, falando sozinha, fechada entre quatro paredes, e se relacionando com o mundo político através da caneta e do Diário Oficial: nomeia, demite, nomeia, demite.
Assim vamos de mal a pior. Cabe então a pergunta: qual era mesmo a intenção de Lula ao tirar do bolso do colete o nome de Dilma para disputar a presidência? Podemos fazer ilações, pois Lula conhecia Dilma muito bem e sabia de sua incapacidade (ou ojeriza) política. E Lula é esperto, como sabemos. Então, ao escolher Dilma, fez um cálculo. Ela podia não ganhar a eleição e assim ficaria: se ela ganha, foi Lula que a elegeu; se perde, perdeu por seus próprios deméritos apesar do apoio de Lula.
Se tivesse perdido, Lula seria automaticamente candidato em 2014. Como ganhou, Lula não pode agora admitir que já é candidato (embora se comporte como tal), mas sabe ele que Dilma não se aguenta até 2014 e que naturalmente sua candidatura se apresentará ao partido como a mais viável.
Até lá, Lula ficará na mídia por bem ou por mal. Quando não tiver nada acontecendo basta uma aparição sua com algumas frases "de efeito" atacando alguém ou falando uma de suas besteiras favoritas que irá para as chamadas dos jornais.
Até lá, se a situação política - que, como dizia Tancredo, é como nuvem - não tiver mudado, e a hora do estelionato eleitoral do PT já não tiver passado definitivamente.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Idos de Agosto
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Sai, encosto!
O Desencarnado foi quem soprou no ouvido da Dilma o nome do Celso Amorim. Ele foi a pior escolha que ela poderia ter feito para o min. da Defesa. Mas o que o Desencarnado quer com isso? Ora, é a teoria do quanto pior melhor, ou seja, quer um governo instável e sujeito a crises permanentes para que ele, ou venha de extintor de incêndio mostrando o quanto é f…, ou anule todas as chances da megera em 2014 para que ele volte glorioso, sucedendo-se a si mesmo no governo tampão.
O golpe pode até ser bem bolado, mas o tiro lhe pode sair também pela culatra. Depois de empossado, com sua veia rubra latejando de amores por Cuba, Irã e Venezuela, ninguém sabe o que o ministro da Defesa pode aprontar. Como ele é mais realista que o rei vai querer mostrar serviço demais e é por aí que o caldo pode entornar.
Quanto aos militares, só têm duas alternativas: ou se calam e cumprem a Constituição ou se rebelam e aí têm que virar a mesa de novo e ninguém sabe onde iremos parar.
O risco é de todos nós.
O golpe pode até ser bem bolado, mas o tiro lhe pode sair também pela culatra. Depois de empossado, com sua veia rubra latejando de amores por Cuba, Irã e Venezuela, ninguém sabe o que o ministro da Defesa pode aprontar. Como ele é mais realista que o rei vai querer mostrar serviço demais e é por aí que o caldo pode entornar.
Quanto aos militares, só têm duas alternativas: ou se calam e cumprem a Constituição ou se rebelam e aí têm que virar a mesa de novo e ninguém sabe onde iremos parar.
O risco é de todos nós.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Novos líderes mundiais!?
Os Estados Unidos estão quebrando? Essa é a grande interrogação que paira hoje sobre toda a economia mundial. Os Estados Unidos foram tão hegemônicos no século XX, a distância do valor de sua economia da dos demais países era (e ainda é) tão grande, que uma coisa como a quebradeira do país seria inconcebível até pouco tempo atrás.
Pois hoje é um dos grandes temores não claramente confessados pelos economistas, investidores, governos e mesmo o público em geral. Nesse emaranhamento econômico em que vivemos, um terremoto econômico-financeiro no hemisfério norte não deixará de nos abalar a todos, a uns mais, a outros menos, mas vai sobrar tsunami para todo mundo. E dessa vez, a Europa, lidando com seus próprios problemas, não pode sequer amortecer o tombo.
Os grandes impérios não caem da noite pro dia e não caem silenciosamente. Sua derrocada arrasta a todas as nações periféricas e geralmente se produz um retrocesso cultural e tecnológico. Foi assim na decadência do império romano. Está sendo assim na decadência do império americano. Sim, porque o que estamos vivendo hoje nada mais é que a derrocada de um império. Tudo se processa muito mais rápido e tem efeitos cada vez mais globais. E não se sabe se isso é melhor ou pior. O que se sabe é que é incontestável a ascensão da China e de outros emergentes tais como a Índia e o Brasil à liderança da economia mundial. É claro que nenhum desses países tem a estrutura e o desenvolvimento social comparável ao europeu-americano. As inovações e os avanços tecnológicos também não são os carros-chefes da economia desses países.Portanto, a se confirmar sua ascensão ao primeiro plano econômico mundial, vamos provavelmente enfrentar uma estagnação, se não um retrocesso, na evolução tecnológica mundial.
O modelo democrático e, principalmente, o modelo do estado do bem-estar social estão fadados a perder também posição de referência e de ideal a ser perseguido por nações desenvolvidas. A China é uma ditadura e deve permanecer assim por muito tempo, pelo menos enquanto perdurar o sucesso da economia. A Índia, maior democracia do mundo, convive com a miséria e a indigência milenares e os aceita do ponto de vista cultural e religioso. Além disso é uma colcha de retalhos étnicos e religiosos, cujo povo se desentende em 22 línguas oficiais (além do inglês) e mais de 1600 outros idiomas não-oficiais.
E o nosso pobre Brasil, o que tem a oferecer de novidade ao mundo? Somos uma democracia imperfeita em função da baixíssima representatividade política e da ausência quase total de identidade partidária. Nosso senso de coletividade, de bem comum, nossa coesão social também são quase nulos. A corrupção endêmica e a privatização do Estado o tornam caro e ineficiente. Somos grandes produtores de alimentos e de "commodities" e é só. Temos uma cultura alegre e musical, mas que está sendo desmanchada pela violência urbana. Não somos grandes produtores de tecnologia, o nível de educação do nosso povo é lamentável, a infraestrutura, que já não cobria boa parte do país, está sucateada e sem possibilidade de recuperação a curto e a médio prazo pois exige investimentos que o Estado perdulário não pode prover.
Assim, com esses três países sendo a opção da vanguarda econômica, a visão de futuro de curto prazo não pode ser muito otimista. Vamos provavelmente viver um retrocesso cultural e tecnológico até que o processo histórico por si só e por meio de mecanismos semelhantes ao da seleção natural, faça surgir uma nova etapa na história humana e novos modelos sociais e econômicos se levantem no horizonte.
Quem viver, verá.
Pois hoje é um dos grandes temores não claramente confessados pelos economistas, investidores, governos e mesmo o público em geral. Nesse emaranhamento econômico em que vivemos, um terremoto econômico-financeiro no hemisfério norte não deixará de nos abalar a todos, a uns mais, a outros menos, mas vai sobrar tsunami para todo mundo. E dessa vez, a Europa, lidando com seus próprios problemas, não pode sequer amortecer o tombo.
Os grandes impérios não caem da noite pro dia e não caem silenciosamente. Sua derrocada arrasta a todas as nações periféricas e geralmente se produz um retrocesso cultural e tecnológico. Foi assim na decadência do império romano. Está sendo assim na decadência do império americano. Sim, porque o que estamos vivendo hoje nada mais é que a derrocada de um império. Tudo se processa muito mais rápido e tem efeitos cada vez mais globais. E não se sabe se isso é melhor ou pior. O que se sabe é que é incontestável a ascensão da China e de outros emergentes tais como a Índia e o Brasil à liderança da economia mundial. É claro que nenhum desses países tem a estrutura e o desenvolvimento social comparável ao europeu-americano. As inovações e os avanços tecnológicos também não são os carros-chefes da economia desses países.Portanto, a se confirmar sua ascensão ao primeiro plano econômico mundial, vamos provavelmente enfrentar uma estagnação, se não um retrocesso, na evolução tecnológica mundial.
O modelo democrático e, principalmente, o modelo do estado do bem-estar social estão fadados a perder também posição de referência e de ideal a ser perseguido por nações desenvolvidas. A China é uma ditadura e deve permanecer assim por muito tempo, pelo menos enquanto perdurar o sucesso da economia. A Índia, maior democracia do mundo, convive com a miséria e a indigência milenares e os aceita do ponto de vista cultural e religioso. Além disso é uma colcha de retalhos étnicos e religiosos, cujo povo se desentende em 22 línguas oficiais (além do inglês) e mais de 1600 outros idiomas não-oficiais.
E o nosso pobre Brasil, o que tem a oferecer de novidade ao mundo? Somos uma democracia imperfeita em função da baixíssima representatividade política e da ausência quase total de identidade partidária. Nosso senso de coletividade, de bem comum, nossa coesão social também são quase nulos. A corrupção endêmica e a privatização do Estado o tornam caro e ineficiente. Somos grandes produtores de alimentos e de "commodities" e é só. Temos uma cultura alegre e musical, mas que está sendo desmanchada pela violência urbana. Não somos grandes produtores de tecnologia, o nível de educação do nosso povo é lamentável, a infraestrutura, que já não cobria boa parte do país, está sucateada e sem possibilidade de recuperação a curto e a médio prazo pois exige investimentos que o Estado perdulário não pode prover.
Assim, com esses três países sendo a opção da vanguarda econômica, a visão de futuro de curto prazo não pode ser muito otimista. Vamos provavelmente viver um retrocesso cultural e tecnológico até que o processo histórico por si só e por meio de mecanismos semelhantes ao da seleção natural, faça surgir uma nova etapa na história humana e novos modelos sociais e econômicos se levantem no horizonte.
Quem viver, verá.
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