terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quem não deve, não teme

Velho ditado, ouvido muitas vezes na minha infância, indicava qual era o caminho a seguir: o da verdade, da honra, do caráter. E que, se esse caminho não fosse seguido havia muito a temer.
Há muito esse ditado foi esquecido pela sociedade cínica em que vivemos. Mas nada dá maior conforto moral a cada um de nós, do que saber-se inocente, saber que embora não sejamos perfeitos e portanto cometemos erros,  há limites que não ultrapassamos, nem ultrapassaremos. É o limite da ética, que pode ser considerado como o respeito ao direito do outro, que nos define como seres civilizados.
Sem ética, caímos na barbárie, na incivilidade, no vale-tudo. Sem ética é o que vemos acontecer no submundo do crime, nos redutos do tráfico, e ... nas mais altas esferas do poder!
Sem ética as decisões políticas ao invés de focarem o bem comum, passam a dar relevo a interesses particulares. Essa é a razão de termos tantos hospitais sem leitos, sem equipamentos e sem medicamentos.  Essa é a razão de termos tantas escolas caindo aos pedaços, professores mal treinados e mal pagos. Essa é a razão de as nossas estradas serem locais de alto risco de acidentes e mortes. Essa é a razão de a previdência estar sempre deficitária e o valor da aposentadoria ser uma esmola que se dá  a quem contribuiu por mais de 3 décadas de trabalho. Essa á a razão de termos uma das mais altas cargas tributárias do mundo e quase nenhum retorno digno ao contribuinte. Essa é a razão do caos urbano, das cracolândias proliferando livremente, das áreas públicas sendo privatizadas por flanelinhas, dos roubos, assaltos, sequestros e assassinatos, sendo os delinquentes perfeitamente identificados pela polícia.
Tudo começa de cima. Quando altas autoridades de um país acham que podem livremente roubar, mentir, fraudar, corromper ou serem corrompidos, o sinal que dão à sociedade é que acabaram-se as regras, entramos no mundo da barbárie onde quem tem mais força (leia-se dinheiro) é quem manda.
O Supremo Tribunal está com a tarefa patriótica de devolver o temor a quem deve. Só assim se respeitam as leis. Só assim se pode submeter o selvagem ser humano à civilidade.
Quem não deve, não teme. Mas quem deve tem que temer e tremer.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Os chefões do Mensalão

Está claro como água de montanha que os chefões do PT sabiam do esquema de desvio de dinheiro, quer seja para o partido, quer seja para os aliados. Nem importa se esse dinheiro desviado era para compra de votos no Congresso. Com a certeza, que a mais cristalina lógica nos permite, podemos concluir que era para comprar apoio político.
Ninguém dá dinheiro a ninguém de graça. Ainda mais no meio político onde, sabemos, não é bem o meio onde proliferam Madres Terezas.
O Supremo a esta altura já deixou bem claro à nação que houve o esquema de desvio de dinheiro público (peculato), fraude, falsidade ideológica, gestão fraudulenta de instituição financeira, lavagem de dinheiro, etc. Tudo isso comandado e coordenado por um partido político, o partido que estava no poder, que poderia até ser outro, mas era o PT.
O PT meteu os pés pelas mãos. Fez de um projeto de poder um fim em si e desceu todos os degraus da dignidade para enfim se ver aos abraços e beijos com personalidades tais como Fernando Collor (que foi beijado pela Marta na semana passada) e Maluf que foi cortejado recentemente pelo Molusco.
Agora, ao Supremo só cabe prosseguir na sua grande tarefa de restabelecer a honradez e a dignidade da função pública por um julgamento sem contemporização com os crimes não importando o nome ou a posição de quem os cometeu.
O Molusco Desencarnado vai ficar de fora, por enquanto, mas nada impede que o Ministério Público abra outra investigação para deixar em pratos limpos perante a nação qual foi o verdadeiro papel do ex-presidente da República nessa organização criminosa que prosperou dentro do palácio do Planalto.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Lula deve uma explicação

O Molusco Desencarnado desdenhou do Supremo ao dizer que tinha coisas mais importantes para fazer ao invés de assistir ao julgamento do Mensalão (oops, Ação Penal 470!).
Estava tão certo que sua "tese" (a de que não houve mensalão) seria vitoriosa, que não se dava ao "luxo" de perder tempo assistindo a uma coisa cujo resultado já lhe era, de antemão, conhecido.
Pois agora, diante da montanha de dados sendo dissecados em frente às câmeras e gerando novas perguntas, o que o ex-chefe de governo no qual aconteceu essa aberração institucional,  têm a dizer? Lula deve uma explicação, sim, ao país.

Antes, escapava com essa conversa de que tudo não passou de invenção, de armação e de tentativa de golpe contra seu governo. Mas, agora, diante das acusações sendo aceitas pelos ministros do Supremo, chegando mesmo a escandalizar os próprios ministros, não dá mais para usar essa desculpa.
E, então, repito a pergunta, diante do que ficou cabalmente demonstrado perante a mais alta corte de justiça do país sobre fatos que ocorreram dentro de quatro paredes do palácio presidencial, idealizados, coordenados e monitorados por membros da alta cúpula do governo e do partido do presidente, o quê tem ele a dizer à nação? Já disse que não sabia, já disse que teria sido traído e já disse que isso era fantasia da oposição. Qual será a quarta versão agora? 
Ou não dirá nada, porque do mesmo modo como desrespeita as leis e as instituições brasileiras, também não respeita o povo que o elegeu duas vezes. O povo só serve mesmo de massa de manobra para depositar aquele votinho na urna. Depois de eleito, o grupo de amigos passa a ser de outra estirpe.

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