Sarney não dá ponto sem nó. Quando era um dos próceres da ARENA (depois PDS), partido de sustentação da ditadura militar, ao perceber a mudança dos ventos, deixou o partido e criou a Frente Liberal que se aliou ao partido então de oposição, PMDB, saindo daí candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo. Chegou à presidência, pela morte de Tancredo, sem um voto sequer.
Passa o tempo e Sarney, que era execrado por Lula, passa a ser um aliado de primeira classe, um sustentáculo do regime lulo-petista, com todas as benesses que isso pôde trazer.
Eis que, Sarney dá outra guinada. A presidenta indicou, a toque de caixa, o Sr. Teori Zavaski para a vaga do ministro Peluso e a toque de caixa foi agendada a sabatina formal pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Pois a tal sabatina teve que ser interrompida em função do início de sessão do plenário e Sarney posterga a continuação para depois das eleições. Diz fazer isso atendendo a pedido da oposição.
Ótimo, excelente que o faça. Não há necessidade de toda essa correria e a assunção de novo ministro em meio ao julgamento mais importante da história só pode tumultuar o processo, que por si só já é bastante complicado. Ainda mais quando esse candidato a ministro, em sabatina, recusa-se a expor seu pensamento, sua ideologia.
Eis que Sarney, como presidente do Senado, toma uma atitude sensata e independente em relação ao poder executivo. O que isso quer dizer? Posso até estar cometendo uma injustiça, mas o passado desse senhor nos permite concluir que aí tem coisa! Tem boi na linha! Há mais coisas no ar, além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé.
Quererá isso dizer que Sarney há farejou nova mudança de ventos? Que já pressentiu o fim da linha para o lulo-petismo? E que se prepara, mais uma vez, para sair à frente, liderando outra corrente política, aquela que finalmente vai "salvar" o Brasil e "renovar" a maneira de se fazer política nesse país? Tudo é possível. Nesse estranho país ao sul do equador, tudo é possível!
terça-feira, 25 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
O império contra-ataca
O grupo, que impera atualmente na política brasileira, representado pelos partidos da base aliada, resolveu contra-atacar. Publicou manifesto jogando toda a responsabilidade pela existência do julgamento do Mensalão nas costas da oposição. Isso é golpe, dizem eles. Comparam a situação atual aos momentos políticos às vésperas do suicídio de Getúlio ou os dias antecedentes do golpe de 64, como se esses momentos fossem realmente comparáveis. Como se, no caso da Ação Penal 470, não houvessem realmente crimes a serem reconhecidos e seus autores punidos conforme a Lei.
Esse documento teria sido revisado por Zé Dirceu, Lula e até mesmo pela presidenta. Que o Zé e Lula estejam envolvidos nisso não é de se espantar. O que espanta é uma pessoa, exercendo o cargo de Chefe de Estado, se prestar a esse papel menor da política partidária, esquecendo-se de suas funções muito mais elevadas e que dizem respeito a todos os brasileiros e não somente aos militantes dessa agremiação partidária que cada vez mais se assemelha a uma organização criminosa, tomando ares agora de agremiação terrorista.
Isso é terrorismo. Dizer que o STF ao cumprir seu papel está ameaçando a democracia é que é uma ameaça, e grave, à democracia. Comparar o julgamento do mensalão ao tribunal de exceção que em 54 se instalou na "República do Galeão" ao arrepio da lei e das instituições da época é denegrir a Corte Suprema.
O Supremo deveria responder duramente a um manifesto como esse.
O PT é realmente um partido singular. Não titubeia em achincalhar e passar por cima das instituições quando as instituições não se prestam a seus desígnios ou a eles não são submissas. O PT não admite oposição, não admite contraditório, não admite sequer que seja apenas mais um partido no jogo político. Tenta se confundir com o governo e com o próprio Estado. Com isso expõe o veso totalitário, estalinista. Ao não abrir mão desse totalitarismo básico e estrutural o PT indica que não aceita o jogo democrático e portanto as instituições democráticas tem que exercer sua defesa antes que seja tarde, antes que nos transformemos em uma Venezuela ou coisa pior. Não é justo e correto que o PT faça uso da democracia para permanentemente atentar contra ela.
O presente manifesto pretende ser uma defesa da honra e da dignidade de Lula. Será que querem dizer que a honra e a dignidade de Lula estão ameaçadas pelo julgamento do mensalão? Honra e dignidade, assim como respeito, não se impõem mas se conquistam.
O que realmente pode manchar a honra e a dignidade de Lula é a suspeita de que Lula deveria também estar sentado no banco dos réus, ao lado do Zé.
Esse documento teria sido revisado por Zé Dirceu, Lula e até mesmo pela presidenta. Que o Zé e Lula estejam envolvidos nisso não é de se espantar. O que espanta é uma pessoa, exercendo o cargo de Chefe de Estado, se prestar a esse papel menor da política partidária, esquecendo-se de suas funções muito mais elevadas e que dizem respeito a todos os brasileiros e não somente aos militantes dessa agremiação partidária que cada vez mais se assemelha a uma organização criminosa, tomando ares agora de agremiação terrorista.
Isso é terrorismo. Dizer que o STF ao cumprir seu papel está ameaçando a democracia é que é uma ameaça, e grave, à democracia. Comparar o julgamento do mensalão ao tribunal de exceção que em 54 se instalou na "República do Galeão" ao arrepio da lei e das instituições da época é denegrir a Corte Suprema.
O Supremo deveria responder duramente a um manifesto como esse.
O PT é realmente um partido singular. Não titubeia em achincalhar e passar por cima das instituições quando as instituições não se prestam a seus desígnios ou a eles não são submissas. O PT não admite oposição, não admite contraditório, não admite sequer que seja apenas mais um partido no jogo político. Tenta se confundir com o governo e com o próprio Estado. Com isso expõe o veso totalitário, estalinista. Ao não abrir mão desse totalitarismo básico e estrutural o PT indica que não aceita o jogo democrático e portanto as instituições democráticas tem que exercer sua defesa antes que seja tarde, antes que nos transformemos em uma Venezuela ou coisa pior. Não é justo e correto que o PT faça uso da democracia para permanentemente atentar contra ela.
O presente manifesto pretende ser uma defesa da honra e da dignidade de Lula. Será que querem dizer que a honra e a dignidade de Lula estão ameaçadas pelo julgamento do mensalão? Honra e dignidade, assim como respeito, não se impõem mas se conquistam.
O que realmente pode manchar a honra e a dignidade de Lula é a suspeita de que Lula deveria também estar sentado no banco dos réus, ao lado do Zé.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Quem não deve, não teme
Velho ditado, ouvido muitas vezes na minha infância, indicava qual era o caminho a seguir: o da verdade, da honra, do caráter. E que, se esse caminho não fosse seguido havia muito a temer.
Há muito esse ditado foi esquecido pela sociedade cínica em que vivemos. Mas nada dá maior conforto moral a cada um de nós, do que saber-se inocente, saber que embora não sejamos perfeitos e portanto cometemos erros, há limites que não ultrapassamos, nem ultrapassaremos. É o limite da ética, que pode ser considerado como o respeito ao direito do outro, que nos define como seres civilizados.
Sem ética, caímos na barbárie, na incivilidade, no vale-tudo. Sem ética é o que vemos acontecer no submundo do crime, nos redutos do tráfico, e ... nas mais altas esferas do poder!
Sem ética as decisões políticas ao invés de focarem o bem comum, passam a dar relevo a interesses particulares. Essa é a razão de termos tantos hospitais sem leitos, sem equipamentos e sem medicamentos. Essa é a razão de termos tantas escolas caindo aos pedaços, professores mal treinados e mal pagos. Essa é a razão de as nossas estradas serem locais de alto risco de acidentes e mortes. Essa é a razão de a previdência estar sempre deficitária e o valor da aposentadoria ser uma esmola que se dá a quem contribuiu por mais de 3 décadas de trabalho. Essa á a razão de termos uma das mais altas cargas tributárias do mundo e quase nenhum retorno digno ao contribuinte. Essa é a razão do caos urbano, das cracolândias proliferando livremente, das áreas públicas sendo privatizadas por flanelinhas, dos roubos, assaltos, sequestros e assassinatos, sendo os delinquentes perfeitamente identificados pela polícia.
Tudo começa de cima. Quando altas autoridades de um país acham que podem livremente roubar, mentir, fraudar, corromper ou serem corrompidos, o sinal que dão à sociedade é que acabaram-se as regras, entramos no mundo da barbárie onde quem tem mais força (leia-se dinheiro) é quem manda.
O Supremo Tribunal está com a tarefa patriótica de devolver o temor a quem deve. Só assim se respeitam as leis. Só assim se pode submeter o selvagem ser humano à civilidade.
Quem não deve, não teme. Mas quem deve tem que temer e tremer.
Há muito esse ditado foi esquecido pela sociedade cínica em que vivemos. Mas nada dá maior conforto moral a cada um de nós, do que saber-se inocente, saber que embora não sejamos perfeitos e portanto cometemos erros, há limites que não ultrapassamos, nem ultrapassaremos. É o limite da ética, que pode ser considerado como o respeito ao direito do outro, que nos define como seres civilizados.
Sem ética, caímos na barbárie, na incivilidade, no vale-tudo. Sem ética é o que vemos acontecer no submundo do crime, nos redutos do tráfico, e ... nas mais altas esferas do poder!
Sem ética as decisões políticas ao invés de focarem o bem comum, passam a dar relevo a interesses particulares. Essa é a razão de termos tantos hospitais sem leitos, sem equipamentos e sem medicamentos. Essa é a razão de termos tantas escolas caindo aos pedaços, professores mal treinados e mal pagos. Essa é a razão de as nossas estradas serem locais de alto risco de acidentes e mortes. Essa é a razão de a previdência estar sempre deficitária e o valor da aposentadoria ser uma esmola que se dá a quem contribuiu por mais de 3 décadas de trabalho. Essa á a razão de termos uma das mais altas cargas tributárias do mundo e quase nenhum retorno digno ao contribuinte. Essa é a razão do caos urbano, das cracolândias proliferando livremente, das áreas públicas sendo privatizadas por flanelinhas, dos roubos, assaltos, sequestros e assassinatos, sendo os delinquentes perfeitamente identificados pela polícia.
Tudo começa de cima. Quando altas autoridades de um país acham que podem livremente roubar, mentir, fraudar, corromper ou serem corrompidos, o sinal que dão à sociedade é que acabaram-se as regras, entramos no mundo da barbárie onde quem tem mais força (leia-se dinheiro) é quem manda.
O Supremo Tribunal está com a tarefa patriótica de devolver o temor a quem deve. Só assim se respeitam as leis. Só assim se pode submeter o selvagem ser humano à civilidade.
Quem não deve, não teme. Mas quem deve tem que temer e tremer.
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