sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O império contra-ataca

O grupo, que impera  atualmente na política brasileira, representado pelos partidos da base aliada, resolveu contra-atacar. Publicou manifesto jogando toda a responsabilidade pela existência do julgamento do Mensalão nas costas da oposição. Isso é golpe, dizem eles.  Comparam a situação atual aos momentos políticos às vésperas do suicídio de Getúlio ou os dias antecedentes do golpe de 64, como se esses momentos fossem realmente comparáveis. Como se, no caso da Ação Penal 470, não houvessem realmente crimes a serem reconhecidos e seus autores punidos conforme a Lei.
Esse documento teria sido revisado por Zé Dirceu, Lula e até mesmo pela presidenta. Que o Zé e Lula estejam envolvidos nisso não é de se espantar. O que espanta é uma pessoa, exercendo o cargo de Chefe de Estado, se prestar a esse papel menor da política partidária, esquecendo-se de suas funções muito mais elevadas e que dizem respeito a todos os brasileiros e não somente aos militantes dessa agremiação partidária que cada vez mais se assemelha a uma organização criminosa, tomando ares agora de agremiação terrorista.
Isso é terrorismo. Dizer que o STF ao cumprir seu papel está ameaçando a democracia é que é uma ameaça, e grave, à democracia.  Comparar o julgamento do mensalão ao tribunal de exceção que em 54 se instalou na "República do Galeão" ao arrepio da lei e das instituições da época é denegrir a Corte Suprema.
O Supremo deveria responder duramente a um manifesto como esse. 

O PT é realmente um partido singular. Não titubeia em achincalhar e passar por cima das instituições quando as instituições não se prestam a seus desígnios ou a eles não são submissas. O PT não admite oposição, não admite contraditório, não admite sequer que seja apenas mais um partido no jogo político. Tenta se confundir com o governo e com o próprio Estado. Com isso expõe o veso totalitário, estalinista. Ao não abrir mão desse totalitarismo básico e estrutural o PT indica que não aceita o jogo democrático e portanto as instituições democráticas tem que exercer sua defesa antes que seja tarde, antes que nos transformemos em uma Venezuela ou coisa pior. Não é justo e correto que o PT faça uso da democracia para permanentemente atentar contra ela.

O presente manifesto pretende ser uma defesa da honra e da dignidade de Lula. Será que querem dizer que a honra e a dignidade de Lula estão ameaçadas pelo julgamento do mensalão? Honra e dignidade, assim como respeito, não se impõem mas se conquistam.
O que realmente pode manchar a honra e a dignidade de Lula é a suspeita de que Lula deveria também estar sentado no banco dos réus, ao lado do Zé.







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