sábado, 1 de setembro de 2012

Os gênios por trás do mensalão.

Mal se começou a computar os votos e já temos um panorama completo dos porões onde atuavam os ratos da República. A situação é pior do que se poderia imaginar. Empresas pretensamente sérias emitindo notas fiscais frias aos borbotões,  documentos sendo fraudados e destruídos às pamparras, contabilidade bancária mais parecida com contabilidade de jogo do bicho (aliás, todos os dois ramos de "negócio" são comandados por banqueiros), empréstimos fictícios, dinheiro vivo sendo distribuido na boca dos caixas e enfiados nos bolsos, nas bolsas, nas cuecas e sabe-se-lá onde mais. 
Tudo isso patrocinado por um banco privado de razoável credibilidade, por um banco estatal vetusto e grave como o Banco do Brasil, por uma empresa de publicidade considerada importante e  ... por várias, muitas, Excelências! Toda essa farra criminosa aconteceu sob as barbas do presidente, que nada viu e de nada soube. Crimes continuados foram articulados entre as quatro paredes do palácio do Planalto, como disse o Procurador-Geral. O palácio de governo se tornou um covil.
As teses da defesa agora vão se desmontando uma a uma. A explicação endossada pelo ex-presidente e seu partido era baseada em três premissas: a) não houve mensalão; b) não era dinheiro público; c) o dinheiro era para pagar despesas de campanha.
Essa explicação justificava inclusive a leniência com os mensaleiros. Afinal, teriam participado de um crime "menor" e para benefício do Partido, em nome do qual tudo se desculpa. Essa era pelo menos a justificativa usada pela militância mais envergonhada.
Agora, com as primeiras condenações já se pode dizer oficialmente que o dinheiro foi usado para corrupção, sim; e era, sim, dinheiro público; houve sim o pagamento regular de aliados; enfim, houve o mensalâo. E foi o maior escândalo como "nunca-antes-neste-paíz" já se tinha visto!
Armar uma quadrilha desse porte, envolvendo banqueiros, altos funcionários públicos, dirigentes de empresa, marqueteiros, vários partidos políticos e uma quantidade enorme de políticos da esfera federal, todos arriscando suas carreiras, suas empresas, suas reputações, não é obra para peixe pequeno. Só poderia ser idealizada e executada por alguém que, além de ter intimidade com o poder (ou ter nas mãos o próprio poder), pudesse avalizar e dar garantia de impunidade.
Portanto não é crível que um peixe miúdo como Delúbio Soares, sozinho, pudesse engendrar um plano criminoso tão complexo e com tantas pontas a amarrar como esse.
Pode ser que se condene, pode ser que não, mas um dia a história será contada com todas as letras e saberemos quais foram os mentores, os gênios por trás dos panos do mensalão.

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