quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ajuda humanitária

Anteontem assisti estarrecido a uma reportagem sobre os refugiados sírios na Jordânia. O que mais me estarreceu foram as histórias das meninas de 13 a 16 anos que estão sendo vendidas a ricaços da Arábia Saudita como escravas sexuais. E, de acordo com o moralismo islâmico, tudo camuflado sob o disfarce de um casamento.
Homens de 60 e 70 anos, compram as meninas das famílias, pagando de 2 a 3 mil dólares dependendo do "estado" da futura esposa. Na presença de um xeque, "casam-se" com elas no religioso, usufruem da lua-de-mel e divorciam-se delas depois de 1 semana ou 1 mês. E, durante o "casamento", além dos estupros habituais e esperados, ainda as espancam e submetem a todo tipo de humilhações.
Todos, dentro e fora dos campos, sabem do que se passa e fazem vista grossa, inclusive os guias religiosos.
Os casamentos forçados de jovens, porém, não se limitam à transação financeira. As garotas são forçadas a casar-se também com jordanianos mais velhos e, principalmente, com outros refugiados sírios, mesmo sem o pagamento de um "dote" às famílias.
Para muitos pais o casamento forçado de suas filhas é vantajoso porque supostamente as coloca sob a proteção de um marido, uma vez que estão sendo constantemente expostas ao assédio e sujeitas à violência sexual de gangues formadas dentro dos campos. Portanto para essas meninas não há saída. É escolher entre um jugo ou outro.

A humanidade não pode ficar inerte diante desses fatos. Isso é uma agressão a todos os seres humanos. E, na minha opinião, uma situação como essa justificaria uma intervenção imediata da ONU. Com Assad ou contra Assad, agora isso não interessa. O que interessa é que a ONU tem que tomar uma atitude imediata de salvamento dessas crianças e adolescentes antes que sejam física e/ou psicologicamente destruídos.

Digam o que disserem os esquerdistas de carteirinha, mas os Estados Unidos, mesmo em crise, já fizeram doações de 1,4 bilhão de dólares para as vítimas dessa guerra (ver aqui), providenciando alimentos, abrigos, água e serviços médicos para mais de 4 milhões de necessitados. 
O Brasil, que é o país com o maior número de sírios e descendentes de sírios fora do oriente médio, prometeu uma ajuda de 100 milhões, o menor montante entre as 10 maiores economias do mundo.
Para Cuba e Angola, cujos documentos foram tornados secretos recentemente pelo ministro Fernando Pimentel, a ajuda já havia ultrapassado 670 milhões de euros só em 2012!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ciranda, cirandinha

Quando começou a derrocada das empresas X e ficou patente o quanto de dinheiro público estava comprometido na aventura megalomaníaca, a direção do BNDES afirmou que estava tudo "sob controle" e que os empréstimos ao Eike Bastista tinham a fiança de bancos privados.
Aos poucos, porém, detalhes da verdade vão sendo revelados. Ontem, o BNDES executou a cobrança de uma dívida de 517 milhões da OSX, vencida no dia 15/11. O fiador dessa dívida é o Banco Votorantim, mas como o Banco do Brasil tem 50% das ações do Votorantim, quem vai pagar ao menos a metade dessa dívida será o Banco do Brasil.
O Banco Votorantim, já combalido, acumula 663 milhões de prejuízos até setembro/13, e vai ainda se ver em situação pior quando tiver que contabilizar esse "mico" de mais meio bilhão nos seus resultados.
Diz-se que a venda dos ativos da OSX é suficiente para cobrir a fiança. É melhor esperar para ver. Caso não cubra, o Tesouro Nacional, ao fim e ao cabo, está aí é para isso mesmo. Depois, dá-se um jeito de aumentar a carga tributária e estamos conversados.
No total, o BNDES afirma que aprovou 10 bilhões de empréstimo ao grupo X, mas "só liberou" 6 bilhões! E ainda liberou mais 50 mihões ao Eike para a reforma do Hotel Glória.

No fim dá certo! Sob a música de fundo de "Ciranda, cirandinha", o dinheiro vai saindo do nosso bolso, vai caindo nos cofres do Tesouro, do Tesouro corre pro Banco do Brasil, dali escorrega para o BNDES e do BNDES voa para o empresariado que apoia o governo.  Só que a ciranda só gira para um lado e nunca ao contrário.

E ficam todos felizes, menos nós, os panacas que bancam a farra de sempre. 
Mas fazer o quê? Somos nós que escolhemos os governantes. Somos nós que lhes damos o direito de administrar o dinheiro público. Vamos reclamar de quem? E a quem? 

domingo, 17 de novembro de 2013

Cadeia igual para todos!

Finalmente! Estão indo pra cadeia os ladrões de dinheiro público. Mas que dificuldade, hein? Será que os demais 500 mil presos do país tiveram a mesma chance de defesa? Quanto embargos infringentes apresentou a garota menor de idade trancafiada no Pará na mesma cela com outros 14 presos e por eles estuprada diariamente? É essa a igualdade que pregam esses esquerdistas de araque? É essa  a ditadura do proletariado que queriam os comunistas de carteirinha do passado? Na hora do aperto é ao estado "burguês" que recorrem. Se estivessem na República Popular da China, um estado proletário como eles enaltecem, receberiam apenas uma bala na nuca e estaríamos conversados! Sem choro, nem vela.
Mas, aqui, num "estado burguês dominado pelas elites inimigas do povo", eles têm todos os direitos e garantias e ainda acham pouco. Queriam mais. Queriam embargos dos embargos dos embargos... Queriam ampla defesa, como se não a tivessem tido, como se não tivessem bancas milionárias advogando a seu favor.
É até interessante saber como esses advogados estão sendo pagos e quem os está pagando? Para que fique claro que não é o dinheiro publico, previamente desviado, que está custeando essas defesas. Isso seria o absurdo dos absurdos.
Mas, voltando ao tema, seria útil também para a democracia uma comparação entre o tratamento que tiveram  e ainda terão esses "próceres da República"  e os demais cidadãos comuns que estão por aí amontoados nas celas, nas masmorras, como disse o ministro Tófolli. 
A igualdade de que tanto se fala é só no papel! Quero dizer que eles deveriam ser jogados em masmorras semelhantes? Não, não é o ideal, mas se não há celas em condições dignas para todos, não deve haver para ninguém. Advogados argumentam que eles tem que ficar em celas individuais porque o Estado, que os custodia, tem que preservar a sua integridade física e mental. Concordo absolutamente, mas isso não vale também para os outros cidadãos? Só Genoíno, Dirceu, Cristiano Paz, Delúbio, Marcos Valério e demais comparsas tem que ter essa proteção do Estado? Só a integridade física e mental deles é importante?
Um partido que se diz de esquerda, que proclama lutar pela igualdade, que quer até implementar um sistema de cotas raciais no serviço público, segundo eles, para reparar desigualdades passadas, não pode defender uma discriminação como essa sem perder a coerência e a credibilidade. 
Pelo menos Dirceu e Genoíno, em nome do seu passado e de sua ideologia, deveriam pleitear dividir com os demais presidiários as condições comuns do cárcere. Isso, sim, ao invés de braços erguidos, seria capaz de conferir-lhes ainda alguma dignidade nessa hora.



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