terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ciranda, cirandinha

Quando começou a derrocada das empresas X e ficou patente o quanto de dinheiro público estava comprometido na aventura megalomaníaca, a direção do BNDES afirmou que estava tudo "sob controle" e que os empréstimos ao Eike Bastista tinham a fiança de bancos privados.
Aos poucos, porém, detalhes da verdade vão sendo revelados. Ontem, o BNDES executou a cobrança de uma dívida de 517 milhões da OSX, vencida no dia 15/11. O fiador dessa dívida é o Banco Votorantim, mas como o Banco do Brasil tem 50% das ações do Votorantim, quem vai pagar ao menos a metade dessa dívida será o Banco do Brasil.
O Banco Votorantim, já combalido, acumula 663 milhões de prejuízos até setembro/13, e vai ainda se ver em situação pior quando tiver que contabilizar esse "mico" de mais meio bilhão nos seus resultados.
Diz-se que a venda dos ativos da OSX é suficiente para cobrir a fiança. É melhor esperar para ver. Caso não cubra, o Tesouro Nacional, ao fim e ao cabo, está aí é para isso mesmo. Depois, dá-se um jeito de aumentar a carga tributária e estamos conversados.
No total, o BNDES afirma que aprovou 10 bilhões de empréstimo ao grupo X, mas "só liberou" 6 bilhões! E ainda liberou mais 50 mihões ao Eike para a reforma do Hotel Glória.

No fim dá certo! Sob a música de fundo de "Ciranda, cirandinha", o dinheiro vai saindo do nosso bolso, vai caindo nos cofres do Tesouro, do Tesouro corre pro Banco do Brasil, dali escorrega para o BNDES e do BNDES voa para o empresariado que apoia o governo.  Só que a ciranda só gira para um lado e nunca ao contrário.

E ficam todos felizes, menos nós, os panacas que bancam a farra de sempre. 
Mas fazer o quê? Somos nós que escolhemos os governantes. Somos nós que lhes damos o direito de administrar o dinheiro público. Vamos reclamar de quem? E a quem? 

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