segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Simplesmente selvagem

Quanto mais se descobre de neurociência, de epigenética, de evolucionismo e adaptação das espécies ao meio, mais se percebe que Rousseau, com sua teoria romântica do bom selvagem, estava completamente enganado. Não há bons selvagens, a não ser que consideremos belo e edificante, a tortura, o infanticício, a mutilação e o canibalismo. 
Pois é isso o que fazemos em estado de selvageria! É isso o que o ser humano faz quando não há leis, ou quando as leis dependem da vontade do mais forte.
Nesse estado primitivo de organização social não há direitos humanos a serem respeitados. Não há sequer direitos. O que prevalece são privilégios e a força de pessoas ou grupos contra os demais. Instala-se então, sob a lei do mais forte, o desrespeito e a submissão de seres humanos a outros.
O processo civilizatório consumiu muitos séculos e energia humanos e ainda assim, na história moderna e no ocidente, chegamos a um estado apenas razoável e bastante frágil de civilização. Em outras épocas e lugares, nem a isso chegamos.
Carl G. Jung, médico, psicanalista e filósofo suíço,  dizia que nossa civilização é apenas uma frágil camada de verniz sobre uma essência puramente animal e instintiva. E que, bastaria um pequeno desequilíbrio para essa camada superficial desaparecer e vir à tona o homem em seu aterrorizante estado natural. 
Vimos isso acontecer muitas vezes, quer durante ascensão e predomínio do nacional-socialismo na culta e refinada Alemanha, quer nos países socialistas como China, União Soviética, Vietnam e Camboja. Ainda mais recentemente, após a passagem do furacão Katrina em New Orleans, vimos grupos de vândalos se organizarem rapidamente, na ausência do estado, e passarem ao uso da pilhagem, violência e estupros, como método de dominação sobre os demais concidadãos. 
O mesmo podemos dizer dos acessos individuais de loucura, em que, de repente, pessoas aparentemente normais e saudáveis saem atirando e matando outras pessoas a esmo, como frequentemente ocorre nos Estados Unidos, mas de cujo fenômeno não está livre nem mesmo a pacata e civilizada Noruega.
Também podemos entrever o animal feroz por baixo da pele humana no comportamento dos agentes do narcotráfico, dos "donos" dos guetos e favelas que impõem sua "lei" a todos os que vivem em "seus" territórios.
A conclusão a que podemos chegar é que o ser humano ainda mantém uma postura mais ou menos civilizada, tão somente quando há um poder maior, estruturado pelo grupo social, para submetê-lo. Esse é o poder das leis, estipuladas por consenso e por uma maioria. Essas leis, neutras, impessoais e válidas igualmente para todos, é que têm de ser respeitadas e reforçadas para assegurar a sobrevivência e o aprimoramento da civilização.

Fora disso não há salvação para a espécie humana.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Amazônia desgarrada

A Amazônia não será nossa por mais muito tempo. Afirmo isso com base em simples exercício de lógica. 
Por vivermos na América do Sul, uma região relativamente pacífica, tendemos a pensar em fronteiras nacionais mais ou menos estáveis. Não é assim, entretanto, no resto do mundo. 
Na Europa, só no século XX essas fronteiras já mudaram várias vezes de posição e de "dono". O mesmo se pode dizer da Ásia e nem é preciso mencionar a África e o Oriente Médio.
Pois bem, território é uma coisa que, quando se quer, se conquista por meios políticos, comerciais e/ou militares. E os territórios são cobiçados pelo que eles tem de valor, de bens, que um outro Estado quer ou necessita.

O quê a Amazônia tem que outros possam querer? Isso é uma pergunta retórica, pois não é preciso nenhum esforço para se concluir que a Amazônia é o maior reservatório mineral e vegetal do mundo. Lá se encontram reservas inexploradas de ouro, nióbio, titânio, estanho, prata, cobre, vanádio etc. O maior manancial de água doce do mundo está lá. A flora, também inexplorada, contém milhares de substâncias que já são e outras que podem vir a ser utilizadas na farmacopéia humana. 
Não foi à toa que, na ditadura militar, havia uma grande preocupação em ocupar aquela área. Depois, com a redemocratização, os governos civis praticamente abandonaram a Amazônia à própria sorte. Por lá, pululam ONG's estrangeiras de todo tipo, fazendo sabe-se lá o quê, além de várias missões religiosas, muitas das quais também não se sabe quais serão as suas verdadeiras intenções.

Não cuidamos do desmatamento e da contaminação dos rios por mercúrio. Nunca cuidamos do tráfico de drogas por uma fronteira absolutamente porosa que não resguardamos. A Amazônia é hoje, como sempre foi, uma terra de ninguém, que só formalmente faz parte do território brasileiro. Pois se o Estado não consegue controlar nem certas áreas urbanas em capitais do Sudeste, como é que vai controlar aquela extensão continental de florestas e rios?
Nem com toda a autossuficiência Dilmista, com os drones que ela disse que haveria de comprar, tomaremos conta desse território.
Um dia, acordaremos tarde e vamos nos lamentar de termos perdido tão rico território. Esse dia pode ser daqui a 50 ou 100 anos, mas isso, em termos históricos é amanhã. E o território amazônico será uma herança perdida para os nossos filhos e netos. Não temos o direito de abandoná-la assim.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Bloco da Papuda "Tamo Junto"

Os preparativos de Natal na Papuda não estão entusiasmando muita gente, mas a preparação do carná segue à toda.
Está se formando por lá um bloco caricato, que irá desfilar entre as grades, é claro, no próximo carnaval! 
Ou, quem sabe, desfile no Eixo Monumental em Brasília, se conseguirem o "semi-aberto" até lá.

Seu hino, entreouvido nos corredores das celas, é uma marchinha antiga, mas muito na moda, gravada por Dalva de Oliveira: o "Zum, Zum".

Para quem não conhece, aqui vai a gravação, assim como a letra e as cifras para violão. 





Am7                                              Bm7(11) 
oi! zum, zum, zum, zum, zum, zum! 
E7                         Am7 
está faltando um! 
(bis) 
                                      Dm7 
bateu asas, foi embora, 
G7                 C7+/9 
não apareceu. 
                                       Dm7 
nós vamos sair sem ele, 
            E7                    Am7 
foi a ordem que ele deu. 

Am7                                              Bm7(11) 
oi! zum, zum, zum, zum, zum, zum! 
E7                         Am7 
está faltando um! 
(bis) 


Dm7     G7      C7+/9 
ele que era o porta-estandarte 
E7                     Am7 
e que fazia alaúza e zum-zum. 
Bm7(11)           E7            Am7 
hoje o bloco está mais  triste sem ele 
Bm7(11)  E7     Am7 
está faltando um. 
  



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