quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Amazônia desgarrada

A Amazônia não será nossa por mais muito tempo. Afirmo isso com base em simples exercício de lógica. 
Por vivermos na América do Sul, uma região relativamente pacífica, tendemos a pensar em fronteiras nacionais mais ou menos estáveis. Não é assim, entretanto, no resto do mundo. 
Na Europa, só no século XX essas fronteiras já mudaram várias vezes de posição e de "dono". O mesmo se pode dizer da Ásia e nem é preciso mencionar a África e o Oriente Médio.
Pois bem, território é uma coisa que, quando se quer, se conquista por meios políticos, comerciais e/ou militares. E os territórios são cobiçados pelo que eles tem de valor, de bens, que um outro Estado quer ou necessita.

O quê a Amazônia tem que outros possam querer? Isso é uma pergunta retórica, pois não é preciso nenhum esforço para se concluir que a Amazônia é o maior reservatório mineral e vegetal do mundo. Lá se encontram reservas inexploradas de ouro, nióbio, titânio, estanho, prata, cobre, vanádio etc. O maior manancial de água doce do mundo está lá. A flora, também inexplorada, contém milhares de substâncias que já são e outras que podem vir a ser utilizadas na farmacopéia humana. 
Não foi à toa que, na ditadura militar, havia uma grande preocupação em ocupar aquela área. Depois, com a redemocratização, os governos civis praticamente abandonaram a Amazônia à própria sorte. Por lá, pululam ONG's estrangeiras de todo tipo, fazendo sabe-se lá o quê, além de várias missões religiosas, muitas das quais também não se sabe quais serão as suas verdadeiras intenções.

Não cuidamos do desmatamento e da contaminação dos rios por mercúrio. Nunca cuidamos do tráfico de drogas por uma fronteira absolutamente porosa que não resguardamos. A Amazônia é hoje, como sempre foi, uma terra de ninguém, que só formalmente faz parte do território brasileiro. Pois se o Estado não consegue controlar nem certas áreas urbanas em capitais do Sudeste, como é que vai controlar aquela extensão continental de florestas e rios?
Nem com toda a autossuficiência Dilmista, com os drones que ela disse que haveria de comprar, tomaremos conta desse território.
Um dia, acordaremos tarde e vamos nos lamentar de termos perdido tão rico território. Esse dia pode ser daqui a 50 ou 100 anos, mas isso, em termos históricos é amanhã. E o território amazônico será uma herança perdida para os nossos filhos e netos. Não temos o direito de abandoná-la assim.

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