segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Ser e parecer

Confraternização é uma coisa, farra é outra. A Associação de Magistrados de S.Paulo esse ano resolveu fazer uma confraternização normal entre seus membros. Ao invés de fazê-la como nos anos anteriores em que empresas privadas bancavam brindes caríssimos (carros, viagens de cruzeiro, etc) a serem sorteados entre os presentes, desta vez não houve sorteio de brindes. Fica bem melhor para uma associação de juízes essa austeridade. A sociedade lhes delega essa nobre função e eles têm que fazer por merecê-la. Estamos fartos de ver juízes envolvidos com o crime, "bandidos de toga" como bem o disse a Dra. Eliana Calmon.
Não há uma classe ou profissão cujo envolvimento com o crime e o desrespeito à lei seja aceitável, porém o envolvimento de certas classes, como líderes religiosos, militares, educadores e juízes, causa uma repugnância muito maior, em função mesmo do que se deve esperar dessas pessoas.
Entre as classes nomeadas acima deveria estar também a das autoridades dirigentes e políticos em geral, mas essa já perdeu o que porventura tenha tido de respeitável há tanto tempo, que hoje o que espanta é ainda haver algum político que tenha credibilidade e respeitabilidade.
Nesse contexto é louvável a decisão da Amagis-SP nesse final de ano, exemplo que poderia ser seguido por outras organizações. O objetivo das confraternizações, como o nome indica, é o encontro e o convívio agradável entre colegas e amigos, como já foi um dia e como deveria ter sido sempre. Não, uma celebração da desfaçatez e do cinismo que permeia os nossos dias. Uma associação de magistrados tem o dever de dar o exemplo: na função pública tem-se que ser e parecer honesto. Simples assim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo! Deixe aqui seu comentário:

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa