terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sai PT, entra PT.

Um oligarca dos velhos tempos, Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, dizia: "Façamos a Revolução, antes que o povo a faça". Parece que a sina do Brasil é essa: mudar para ficar tudo como está.
Há alguns anos a esperança vencia o medo e os brasileiros ansiavam por uma mudança na política e seus métodos mafiosos. O que se viu, com o mensalão, foi que o PT, antes mesmo de chegar à presidência, já tinha aderido à velha política. Isso vinha desde quando assumiu as prefeituras, cujo caso emblemático foi o caso Celso Daniel.
Depois do desastre do desgoverno petista, coroado com essa patacoada que se chama governo Dilma, queremos mais uma vez a mudança. E Marina Silva aparece como a messias-salvadora-da-pátria da vez. 
Com um discurso embolado, sonhático, cheio de metáforas e figuras de linguagem, difíceis de quem não é bicho-grilo entender, prega uma nova política, quase que uma política sem políticos. Eu não duvido da honestidade pessoal dela, nem da sua dignidade como cidadã honrada, mas para o que o Brasil precisa, esse discurso é pouco.
Sabe-se que ela é a favor do tal decreto 8.243 que, na prática, elimina os canais institucionais do Congresso e do Judiciário e institui facções escolhidas pelo partido governante como representante da "sociedade civil". Essa posição da candidata não é um bom sinal democrático. Mas o que a candidatura Marina Silva tem de pior, a meu ver, é que nada fica completamente explícito. Não se sabe sua posição clara sobre o agronegócio, nem sobre o crescimento econômico e o controle da inflação. E agora esse fato nebuloso, do avião que não tem dono, realmente não contribui para esclarecer a posição da ex-senadora. Mesmo assim, os resultados das últimas pesquisas apontam que Marina Silva pode estar se tornando uma terceira via possível para os eleitores que clamam por mudança. Será que mais uma vez, o Brasil vai se enganar? Vamos mudar para ficar tudo como está?
Devemos nos lembrar que Marina tem origem no PT e de lá saiu, não por causa dos escândalos de corrupção, mas porque foi atropelada pelo Lula. E seu principal assessor, Eduardo Gianetti diz que, se eleita, Marina gostaria de contar com o apoio de Lula e de FHC! É essa a nova política? Se for, estou fora!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dona Maria e a eleição

Uma campanha eleitoral é semelhante uma guerra e, como tal, a sua primeira vítima é a verdade. Mesmo assim, no meio do tiroteio e da fumaça, de vez em quando, alguém deixa escapar uma verdade cristalina. O caso seguinte é exemplar. Aliás os petistas são campeões em atos falhos, que acabam por revelar suas verdadeiras intenções.

A "doutora" Dilma, economista,  segundo declarou ao "Valor Econômico" uma assessora sua, não quer, nada mais nada menos, que fugir do debate econômico. 
"A estratégia da campanha é não discutir o que quer Aécio Neves e o Sr. Mercado, tais como crescimento econômico, taxa de câmbio, superavit primário. O que isso interessa à dona Maria?"

Vejam bem como é que se entabula um roteiro clássico de enganação ao povo, principalmente à parcela mais simples da população. 
A dona Maria pode nem saber o que é superavit primário, mas a consequência do desequilíbrio nessa área ela sabe muito bem qual é: a inflação corroendo a moeda em sua bolsa e a sacola de feira que volta cada vez mais vazia, enquanto a dona Maria enche cada vez mais a carteira de dinheiro quando sai a fazer compras.
Dona Maria talvez não saiba o que é crescimento econômico, mas, com certeza sente quando ela, seu companheiro ou qualquer parente perde o emprego e passa a sobreviver cada vez mais precariamente.
Dona Maria não sabe o que é taxa de câmbio, mas percebe nitidamente quando o preço dos transportes e dos demais produtos sobem por conta dos aumentos no preço da gasolina (que ainda não vieram, mas virão fatalmente acabadas as eleições).

O que eles querem dizer é que dona Maria pode ser enganada nesta fase; que quando perceber o erro, se perceber, será tarde demais. O Sr. Mercado não, esse não pode ser enganado, mas os votos do Sr. Mercado não ganham eleição. O que ganha eleição são os votos das donas Marias.

Quando os adversários tocam nos temas corrupção, mensalão, roubalheira, fisiologismo, os próceres petistas, ofendidos, incluindo dona Dilma, reclamam que os "inimigos" jogam sujo e que se deveriam debater idéias e propostas. Mas quando o "inimigo" quer debater idéias e propostas: Ah, isso não interessa à dona Maria!

O mundo ideal petista seria aquele onde o debate simplesmente não existisse e que todos concordassem automaticamente com os donos do partido, os guias iluminados, seja por fé, burrice ou por medo, tal como em se faz em Cuba, o seu (deles) ideal de regime político.

O Sr. Mercado, que não é bobo, tem outras maneiras de se defender, mas a dona Maria...coitada da dona Maria!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Vestal viúva

Marina quer ser mais viúva que a viúva. Está vestida de preto, apresenta um ar compungido e comporta-se de tal modo que, dizem, chegou até a ser consolada por...Renata Campos! O que ela quer com isso? Não se pode ser tão cético e crer que tudo é 100% encenação política. Seria demais! Mas que há uma boa percentagem de encenação política aí, é inegável.
Todo o mundo político tirou uma casquinha na tragédia. Políticos de todos os naipes, feitios e posições compareceram ao velório e se disseram amigos de infância de Eduardo Campos. 
Isso era esperado, mas há um caso que nos chama a atenção: ainda há pouco, o PT desancava o seu ex-aliado, chamando-o de tolo e playboy mimado. Quem quiser conferir é só ver aqui (http://glo.bo/1mZCwnC).
Mas, imediatamente depois do trágico acidente, todos os textos desabonadores contra Eduardo Campos foram retirados às pressas. 
É óbvio que o PT, como qualquer outro partido, tem o direito de criticar desafetos e adversários, desde que não propale mentiras, nem calúnias. Mas fica feio fazer essa mudança súbita de opinião, especialmente diante do acontecido. Talvez esse seja um dos motivos da vaia em Lula e Dilma no velório do ex-governador.
Por outro lado, Marina, ex-petista - não nos esqueçamos - apresenta-se como "diferente" dos demais políticos. Ostenta uma aura, que seria uma mistura de santa com bicho-grilo, mas não traz nada de diferente na política. É apenas um Lula de saias, que veio do peleguismo sindical e quer fazer de sua origem humilde um salvoconduto contra críticas. Não se pode criticar Marina, como até há pouco não se podia criticar o Lula, sem se receber a pecha de reacionário, direitista e outros palavrões. 
A postura de vestal de negro no velório de Eduardo Campos me pareceu nada mais nada menos que cálculo político. E, se formar uma chapa, tendo como vice a verdadeira viúva, aí estará configurada a tentativa de estelionato eleitoral.

(*) Nota: As vestais eram sacerdotisas romanas. Vestiam-se de branco e faziam voto de se manterem virgens por toda  a vida. Eram altamente respeitadas até mesmo pelo Senado. O templo de Vesta, em Roma, guardava o tesouro do Estado, o Erário. Obviamente, como eram virgens, jamais poderiam ser viúvas.

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