sexta-feira, 15 de julho de 2016

Queda da Bastilha (2)

Falando ontem sobre a Bastilha, não podia prever o que aconteceria mais tarde, em plena celebração, em Nice. O mundo está ficando um lugar muito perigoso! A qualquer momento, uma pessoa, aparentemente sem motivo real, resolve dar cabo da própria vida levando consigo o maior número possível de outros seres humanos. Não interessa a identidade desses outros, nem o que eles fizeram ou deixaram de fazer. Nem o que sejam, velhos, adultos ou crianças, homens ou mulheres, a que grupo social ou etnia pertençam, que religião sigam, que partido político ou ideologia apoiem. Basta que estejam em um certo lugar, a uma certa hora, e estão condenados "a priori".

A falta de lógica, de racionalidade, a determinar esses atos terroristas deixa a todos atônitos. Não há a menor possibilidade de se prever e, consequentemente, de se prevenir. Essa aleatoriedade deixa-nos perplexos, a correr riscos em todo canto, e a identificar suspeitos em qualquer um que se aproxime. Cada desconhecido representa um risco. A máxima de Sartre se converte em realidade física palpável: o inferno são os outros.

É esse o objetivo do Terror? Deixar a "civilização ocidental" insegura, com medo? O que se consegue com isso? 
Há um perigo maior à espreita. Pessoas com medo procuram a segurança, e estão dispostas a pagar o preço, qualquer preço, para obtê-la. Esse é o terreno fértil onde vicejam ideias xenófobas e anti-libertárias como as de um Donald Trump. Se essa corrente vencer, aquilo que conhecemos como "civilização ocidental" fundada na liberdade e na democracia, terá desaparecido.

A extrema direita está cada vez mais confortável para expor seus programas e suas ideias, baseadas na exclusão e no ódio. A esquerda, ou o que resta dela, também não ajuda, ao defender outro tipo de ditadura e dar ensejo à corrupção desenfreada. O desencanto com a democracia representativa é geral e a frustração das pessoas dá lugar a todo tipo de atitude, até as mais extremas como essa que aconteceu em Nice. Esse rapaz, de origem tunisiana, não tinha vínculos com nenhuma organização terrorista, sequer era muçulmano praticante. Era apenas mais um frustrado, que saiu de seu país de nascimento em busca de um sonho, que não se concretizou e não se concretizará jamais para nenhum dos outros, que ainda não se mataram, mas que já estão à espreita.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Queda da Bastilha

O cabeleireiro de François Hollande ganha o equivalente a mais de 35 mil reais por mês! Um escândalo se escancara na França.
Hollande devia ter em conta que, no mesmo dia de hoje, há 300 anos, fez se uma Revolução em seu país, após a qual, o que se cortava não eram propriamente os cabelos, mas a cabeça inteira dos governantes.

Os tempos e os lugares mudam, mas a cupidez humana permanece intacta. Basta ter uma pequena chance, e o bicho homem está lá, aprontando das suas, puxando um vantagenzinha daqui, um privilegiozinho dali. Isso quando não roubam descaradamente como fez outro presidente francês, Giscard D"Estaigne, ao receber diamantes, em propina, de um ditador africano, o Bokassa.

Para nós, brasileiros, quase que é um pequeno alívio. Afinal se até eles, os desenvolvidos europeus, se envolvem em falcatruas! Por que não, nós, tupiniquins?

Na verdade, o salário do Kamura de lá, é um absurdo em termos éticos, mas não é ilegal, nem se compara ao que se fez e se faz por aqui, mas o problema é a mensagem. Estamos entrando em uma era em que a política tradicional está caindo no descrédito. É isso o que explica a ascensão de um Donald Trump, por exemplo. O Brexit pertence à mesma categoria de fenômeno: os eleitores não se sentem representados pelos políticos.

Quando isso acontece só há um modo de se resolver a situação: os representantes acabam por ter suas cabeças cortadas, fisica ou metaforicamente.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

A ameaça de Lula

Na hora em que percebe que a tempestade amainou, Lula dá as caras de novo. Agora volta a ameaçar a nação com sua eventual candidatura em 2018. Disse ele: se existir um risco de retrocesso das nossas políticas sociais, vou me candidatar.

É uma mentira atrás da outra. Em primeiro lugar, Lula e seus cúmplices nunca estiveram preocupados com as "políticas sociais" a não ser naquilo em que elas serviam para lhes dar votos e eventualmente encher as burras do partido e deles próprios com dinheiro público.
O caso de Paulo Bernardo, maridão da Gleisi Hoffman, deixa isso muito claro. A "política social" do empréstimo consignado a aposentados serviu muito bem como um aparato que permitiu que ele embolsasse alguns milhões.

Quantos milhões a mais foram embolsados também em outros "programas sociais"? Ainda não sabemos, mas o Ministério Público já aponta fraudes de 2,5 bilhões no Bolsa Família. Entre beneficiários do programa encontram-se defuntos, pessoas sem CPF, pessoas com múltiplos CPF's, servidores públicos, doadores de campanhas, empresários e por aí vai.

E qualquer atitude no sentido de corrigir ou redimensionar o programa será chamada de "retrocesso". Só não acredito que Lula se candidate. Isso é só balela, que, ele pensa, irá nos aterrorizar. Em primeiro lugar, até 2018, essa múmia deverá estar é na cadeia pelos crimes que cometeu e coordenou, como grande capo da Orcrim. Em segundo lugar, se houvesse a possibilidade e ele se candidatasse, sofreria uma derrota fragorosa, para ficar na história, e ele sabe muito bem disso e não vai se arriscar a carregar isso na biografia.

Então, por quê ele faz isso? Porque não tem mais nada a fazer. Seu partido está no fundo do poço. Seu poste, desalojado do poder. Seus "aliados" querendo evitar a proximidade. Essa é portanto uma tentativa de se manter na mídia, de não ser enterrado politicamente. É o que lhe resta, pateticamente, a fazer.













Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa