Há, no ar, duas perguntas que não querem calar. A primeira se refere á declaração tonitroante do Zé Dirceu se vangloriando de não ter delatado e que preferiria morrer a entregar seus companheiros à Justiça.
Muito legal essa declaração varonil, embora se saiba que "morrer" aí é apenas uma força de expressão, posto que o Estado brasileiro não admite a pena de morte.
O que Dirceu não disse, mas ficou dito, por implicação lógica, é que:
1) ele teria coisas a delatar; A pergunta então, que se segue, é: o que o Zé poderia ter delatado?
2) essas coisas, que ele não delatou e nem delataria mesmo que fosse morto, são obviamente atividades ilegais de seus companheiros. Se fossem atividades legítimas não haveria sequer o que delatar;
3) ao criticar Palocci, Dirceu não disse que Palocci inventou fatos, disse que ele delatou fatos e que isso, a delação, é uma atitude vergonhosa e que Palocci nunca foi comprometido com a "causa".
Portanto, de forma indireta, Dirceu sacramentou tudo o que Palocci disse. E, mostrou, que o compromisso dele é com a "causa", jamais com a nação brasileira.
A outra pergunta é: de onde veio esse dinheiro encontrado nas malas do Geddel? Não se pergunta qual foi a origem da propina, pois isso já sabemos, é dinheiro público desviado da merenda escolar, da saúde, de medicamentos, de aposentadorias, da Caixa Econômica, etc., etc. Mas o que intriga é como esse dinheiro foi retirado de algum banco ou caixa eletrônico e transportado, em notas de 100 e de 50 reais, para aquele apartamento.
As retiradas em espécie, nas agências bancárias, acima de determinado valor, tem que ser avisadas com antecedência e há limites, normalmente até 50 mil reais semanais, por questões de segurança. E, saques em espécie acima de 10 mil reais, tem que ser reportados ao Banco Central. Nos caixas eletrônicos os limites máximos para saque são de 2 mil reais por dia.
Para abastecer aquele apartamento com quase 52 milhões, ao ritmo de 10 mil reais por dia, 5 dias por semana, desconsiderando os feriados bancários, Geddel levaria 1040 semanas, ou seja, 20 anos.
É inexequível. Então, ou ele recebeu produtos de vários assaltos a bancos e carros-fortes, ou há algum banco conivente nessa história que lhe foi liberando esses valores, acima dos limites e sem informar ao Banco Central, como exige a Lei. Ou o banco informou ao Banco Central, que não tomou nenhuma providência. Em resumo: não é possível acumular tal quantia em dinheiro vivo, sem a cumplicidade de alguma organização. A pergunta então é: quem auxiliou Geddel nessa atividade criminosa? A mídia não fala nada. Não está também interessada em saber?
domingo, 10 de setembro de 2017
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
Língua plesa solta
Com língua presa e tudo, Palófi, soltou a franga e arrasou!!!
Na verdade, não disse nada de mais, nada que já não tivesse sido dito por outros criminosos "arrependidos", como Marcelo e Emílio Odebrecht, Léo Pinheiro, Delcídio, Funaro, João Santana, Mônica Moura e outros.
A diferença é que quem reconta a história agora é o Palocci, um político da alta cúpula do PT, originário das entranhas do partido, e que participou de tudo o que o PT fez no âmbito nacional desde 1998. Participou de todas as campanhas do Lula e da Dilma. Foi ministro duas vezes ambos os governos petistas. Portanto, além do Molusco, Palocci deve ser a pessoa que mais sabe das "traquinagens" perpetradas pelos petistas no poder.
Além disso, Palocci tem uma conversa fácil, não titubeia, não faz rodeios, está decidido e vai contando tudo o que sabe. Depois dessa, qualquer possibilidade política que porventura restasse ao Exu de Garanhuns cai por terra. Acabou.
Agora, somente os empedernidos, os loucos de pedra, ou os que estão na mesma situação criminosa do chefe, é que ainda terão uma palavra em sua defesa.
Na próxima semana, Lula deveria sair de seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, direto para a cadeia de Curitiba. Seria uma maneira de dizer ao povo brasileiro que a missão da Lava Jato está chegando ao seu final, um final feliz para nós, e que, agora, podemos nos voltar para recuperar o país dos estragos que essa gente lhe causou.
Na verdade, não disse nada de mais, nada que já não tivesse sido dito por outros criminosos "arrependidos", como Marcelo e Emílio Odebrecht, Léo Pinheiro, Delcídio, Funaro, João Santana, Mônica Moura e outros.
A diferença é que quem reconta a história agora é o Palocci, um político da alta cúpula do PT, originário das entranhas do partido, e que participou de tudo o que o PT fez no âmbito nacional desde 1998. Participou de todas as campanhas do Lula e da Dilma. Foi ministro duas vezes ambos os governos petistas. Portanto, além do Molusco, Palocci deve ser a pessoa que mais sabe das "traquinagens" perpetradas pelos petistas no poder.
Além disso, Palocci tem uma conversa fácil, não titubeia, não faz rodeios, está decidido e vai contando tudo o que sabe. Depois dessa, qualquer possibilidade política que porventura restasse ao Exu de Garanhuns cai por terra. Acabou.
Agora, somente os empedernidos, os loucos de pedra, ou os que estão na mesma situação criminosa do chefe, é que ainda terão uma palavra em sua defesa.
Na próxima semana, Lula deveria sair de seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, direto para a cadeia de Curitiba. Seria uma maneira de dizer ao povo brasileiro que a missão da Lava Jato está chegando ao seu final, um final feliz para nós, e que, agora, podemos nos voltar para recuperar o país dos estragos que essa gente lhe causou.
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Quadrilha
Geddel é amigo do Joesley, que é amigo do Temer, que era amigo (e vice) da Dilma, que é amiga do Lula, que é, ou era, amigo do Palocci, que não é mais amigo de ninguém.
Joesley foi para os Estados Unidos, Temer comprou todo mundo,
Teori morreu de desastre, Dilma ficou falando sozinha,
Gleisi, casada com Paulo Bernardo, foram ambos parar em Curitiba
E Lula, denunciado por Palocci, perdeu os álibis e a voz.
E o STF, que ainda não tinha entrado na história, ficou indignado e só, nada mais fez ou fará.
Assim é o poema trans-drummondiano pós-moderno A Quadrilha.
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(*) Relembrando o poema original:
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
Joesley foi para os Estados Unidos, Temer comprou todo mundo,
Teori morreu de desastre, Dilma ficou falando sozinha,
Gleisi, casada com Paulo Bernardo, foram ambos parar em Curitiba
E Lula, denunciado por Palocci, perdeu os álibis e a voz.
E o STF, que ainda não tinha entrado na história, ficou indignado e só, nada mais fez ou fará.
Assim é o poema trans-drummondiano pós-moderno A Quadrilha.
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(*) Relembrando o poema original:
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
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