domingo, 12 de dezembro de 2010

Felicidade, esperanto e otras cositas más

O ministério já está quase formado, com a cara de... Lula! Nada de novo no front. Nenhuma novidade impactante. Na economia, sabemos que vai continuar a mesma gestão, com os mesmos acertos e , infelizmente, com os mesmos erros. O Copom e o BC continuarão a monitorar a economia via taxa de juros. Até agora parece ter dado certo, mas até quando isso será possível? 
Na política, para variar, vai continuar tudo também na mesma. Os mesmos vícios já se anunciam, o velho fisiologismo, a barganha de cargos, nenhuma idéia nova, nenhum plano para a  nação, nenhum ideal, tudo pura e simplesmente em função de interesses mesquinhos, pessoais, escusos. O pais que se dane!
Essa corja política brasileira que se apossou do estado, temos que reconhecer, é muito eficiente em seus propósitos. Conseguiu sobreviver por todo o século XX, mudando para não mudar e já vai adentrando o século XXI,  já finda a sua primeira década, fazendo o que sempre fez: roubando o futuro da nação!
Basta ver os resultados da educação brasileira. Estamos em 57º e 58º lugar entre 65 nações.  O Brasil, apesar da propaganda oficial, ainda tem 79 milhões de pessoas que vivem com menos de mil reais por mês de renda familiar!!!!. São 13 milhões de pessoas a depender do Bolsa-Família (mais que a população inteira de Portugal). A tal classe média B, cuja renda familiar ultrapassa os 10 mil reais, é constituída de apenas 3 milhões de viventes.
E, nessa altura do "campeonato" ainda vem um senador do nível de um Cristóvam Buarque, propor uma emenda constitucional para incluir o direito à felicidade na nossa Constituição e quer acrescentar na grade curricular da escola pública o ensino do esperanto. Pelo amor de Deus, isso só pode ser gozação. 
Como disse o jornalista Clóvis Rossi hoje na Folha: "Emergente? Só a cabeça."
Pois eu diria: Emergente, nem o rabo!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Decifrando Lula

A esfinge vai se deixando revelar. O senador Tasso Jereissatti em seu discurso de despedida do Senado disse que ficou decepcionado com Lula: "Lula foi uma decepção em vários sentidos. Lula nos decepcionou como político, como liderança comprometida com a ética e com a honestidade, como símbolo da mudança nas relações do governo com a sociedade, do Executivo com os demais poderes e, principalmente, como esperança de algo realmente novo na vida nacional". Esses sentimentos de frustração e decepção com certeza afloraram nas mentes e corações de muitos outros brasileiros, incluindo a mim.
Também fui ingênuo em acreditar, no passado, que o PT representaria algo novo na política brasileira e que Lula, o líder operário, tal qual o "bon sauvage" de Rousseau, nos iria redimir de nossa história centenária de coronelismo, peleguismo e dominação oligárquica.
Mas, eis que, chegando ao poder, Lula e o PT nos mostraram sua verdadeira face. Ninguém se transforma naquilo que não é. Portanto, a cara que Lula e seu partido passaram a mostrar a nação, era a carantonha feia e escusa que durante tanto tempo conseguiram esconder: a cara do oportunismo, da desfaçatez, da falta de ética, do maquiavelismo político, do lobo em pele de cordeiro. A cara do próprio regime que preconizavam e que, implantado em outros países, levou tantos sers humanos à dor, ao medo, ao desespero e morte. Não à toa, o primeiro ensaio já se dava nas prefeituras, como a de Santo André e que. muito coerentemente, terminou em um crime ainda não totalmente esclarecido.
Mas Lula é ainda maior que seu partido. O partido naufragou nas marolas do escândalo do mensalão, mas ele, entregando os "cumpanheros" para não entregar a si, sobreviveu politicamente. Sobreviveu e até chegou aos píncaros da glória da popularidade, mas não convenceu nem aos adversários, nem a si mesmo, que seria o grande líder que todos gostaríamos, no passado, que fosse. Por isso, agora vai deixando o que lhe resta de máscara cair. Lula não é do PT, nem é realmente de "esquerda". O unico partido de Lula é ele mesmo. Aprendeu isso no mundo sindical e jamais esqueceu, porque isso é o que lhe deu até hoje a sobrevivência política. Lula não tem ideologia, Lula é o político de resultados: não importa quem foram os adversários de ontem, nem quem sejam os aliados de hoje, o que interessa é empalmar o poder e nele permanecer. Se amigos cairem, paciência. Se inimigos, que ontem o vilipendiavam até mesmo na sua vida pessoal, forem agora convenientes que substituam os amigos de outrora. Assim vemos o PPS que foi aliado de outras derrotas, como a de 89, tornar-se naturalmente oposição ao seu governo. E Collor e Sarney, que eram os próprios diabos encarnados, tornam-se amigos de infância. É patético ver os vídeos em que Lula vociferava contra o clã Sarney e compará-los com os atuais em que vocifera a favor do clã Sarney. Como é que essa oligarquia jurássica, conseguiu, sem gritos e sem alarde, cooptar aquele que parecia ser o seu maior inimigo político e fazê-lo seu cão de guarda, rosnando e mordendo do alto dos palanques? Sábia oligarquia e esperta. Segue à risca o ditado: " o bom cabrito não berra" e permanece sempre à espreita dos líderes sem alma aos quais possa atrair com o simulacro do poder para continuar mandando e desmandando nesses tristes trópicos.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Dilma de barba - Criador e credor

Aos poucos vai se compondo o ministério que, segundo o guru, vai ter a cara da Dilma. Só se ela for uma mulher barbada, porque até agora, foi Lula quem indicou, sugeriu e apontou ministros aqui e acolá. Começou com o Mantega na Fazenda, pôs o dedo mindinho na indicação da Míriam Belchior (ex-Celso Daniel) para o Planejamento, confirmou o Jobim na Defesa, Palocci na Casa Civil e por aí vai, dando pitacos sem a menor cerimônia. Aliás, elegância é o que não se pode esperar do "nosso líder", coisa que ele tem tanto quanto cultura e educação. 
Como disse o jornalista Ricardo Setti, Lula podia indicar, mas devia ser mais discreto, pois afinal deixa a Dilma constrangida. Mas, fora o fato que constrangimento é algo ao qual os petistas e assemelhados parecem imunes, pega mal pra dona, né! Tirando a guerrilha, ela já não tinha história política, foi guinchada à candidatura como um poste, nunca falou coisa com coisa, disse e desdisse o que tinha dito, portanto já está passando da hora de se mostrar ao país, de dizer quem é e afinal a que veio. Mas o caudilho não deixa. Ele não quer largar o osso de jeito nenhum. Vai participar da cerimônia da posse até o último minuto. Vai ofuscar como puder a festa de sua criatura; afinal ele se julga dono dela, foi o seu criador e agora será o seu credor eterno. Vai cobrar essa conta até o último centavo e não se sabe até quando a gerentona vai aguentar fazer o papel de subalterna. O problema é que, quando houver o rompimento, ela cairá definitivamente no colo do PMDB, como refém. As aves de rapina que compoem esse partido estão só esperando pra ver e torcendo para que seja logo.

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