sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ministros sofrem pressão. De quem?

Ontem assistimos a uma  situação impensável num Estado democrático. Os ministros da mais alta Corte do pais, colegiado que lidera um dos poderes da Republica, ao darem seus votos, aproveitaram a oportunidade para expor o que tem vivido com as pressões e ataques sofridos por... exercerem a sua função constitucional!
Isso é o absurdo dos absurdos! Imagine-se o presidente da Republica sendo constrangido a não exercer corretamente a sua função. Ninguém teria duvidas em classificar isso como tentativa de golpe. No entanto, pessoas ligadas aos criminosos que estão sendo julgados e condenados um a um,  se dão o direito de bombardear os juízes com ameaças e constrangimentos, esquecendo-se que se tratam de membros do poder Judiciário e que essa atitude é também uma atitude golpista, um atentado contra uma das instituições fundamentais da República.
Quem atenta contra qualquer uma delas,  comete um crime contra o país e por tal ato deve ser punido exemplarmente.
Quem afirmou estar sofrendo ataques e pressões não foi um mequetrefe, foram ministros como Joaquim Barbosa, Celso de Mello e o próprio presidente do Supremo, Ayres Britto. Portanto são afirmativas que não podem ser consideradas levianas, como não foi leviana a acusação de Gilmar Mendes quando disse ter sofrido  uma tentativa velada de chantagem partindo do... ex-presidente !
Pelo visto, para essa gente não há limites! Não há nada que respeitem, a não ser  a força da Lei, cujo braço deveria descer implacável sobre todos eles, antes que acabem por destruir a democracia que tanto nos custou conseguir.



domingo, 2 de setembro de 2012

O motivo do ódio


Qual é o motivo do ódio de Lula? Incensado pelos militantes de seu partido como a última encarnação da sabedoria; bafejado pela população de baixa renda que pensa que, com o bolsa-família, seus problemas estarão resolvidos; amado pelos banqueiros e pelas oligarquias aos quais deu, não apenas a segurança de ter a classe trabalhadora e os sindicatos sob controle, mas permitiu e propiciou a essa oligarquia a manutenção de seus privilégios, agora abençoados pelo "líder do povo"; elogiado  por uma boa parte da imprensa domesticada pelo suporte financeiro do governo com doações de dinheiro público. 
O que Lula ainda quer? O que o deixa tão irritado? 
Podemos supor que seja a não-unanimidade. Há uma parcela de brasileiros que insiste em ver a realidade e sabe que o rei está nu. A irritação de Lula aumentou visivelmente agora com os primeiros resultados do Supremo no caso do mensalão. Porque com o veredicto do Supremo e com a exposição das entranhas do seu governo, Lula sabe que, embora pessoalmente  não corra risco, sua mentira será exposta e que, apesar de ter indicado a maioria dos ministros eles não estão sob seu comando, como ele gostaria que estivessem.  
Lula sabe ainda o que a história vai escrever. A partir das condenações  não vai dar mais para falar que tudo  não passa de uma invenção, que teria sido uma tentativa de golpe, etc., etc. 
Lula sabe também que até mesmo a história oficial não poderá ignorar que em seu governo, em suas barbas, dentro do palácio onde se sentava, ocorreu o 
maior escândalo dessa pobre Republica e que deu origem ao maior julgamento da história do Supremo Tribunal. E a história dirá que esse terá sido o maior, o verdadeiramente grande feito de seu governo.

sábado, 1 de setembro de 2012

Os gênios por trás do mensalão.

Mal se começou a computar os votos e já temos um panorama completo dos porões onde atuavam os ratos da República. A situação é pior do que se poderia imaginar. Empresas pretensamente sérias emitindo notas fiscais frias aos borbotões,  documentos sendo fraudados e destruídos às pamparras, contabilidade bancária mais parecida com contabilidade de jogo do bicho (aliás, todos os dois ramos de "negócio" são comandados por banqueiros), empréstimos fictícios, dinheiro vivo sendo distribuido na boca dos caixas e enfiados nos bolsos, nas bolsas, nas cuecas e sabe-se-lá onde mais. 
Tudo isso patrocinado por um banco privado de razoável credibilidade, por um banco estatal vetusto e grave como o Banco do Brasil, por uma empresa de publicidade considerada importante e  ... por várias, muitas, Excelências! Toda essa farra criminosa aconteceu sob as barbas do presidente, que nada viu e de nada soube. Crimes continuados foram articulados entre as quatro paredes do palácio do Planalto, como disse o Procurador-Geral. O palácio de governo se tornou um covil.
As teses da defesa agora vão se desmontando uma a uma. A explicação endossada pelo ex-presidente e seu partido era baseada em três premissas: a) não houve mensalão; b) não era dinheiro público; c) o dinheiro era para pagar despesas de campanha.
Essa explicação justificava inclusive a leniência com os mensaleiros. Afinal, teriam participado de um crime "menor" e para benefício do Partido, em nome do qual tudo se desculpa. Essa era pelo menos a justificativa usada pela militância mais envergonhada.
Agora, com as primeiras condenações já se pode dizer oficialmente que o dinheiro foi usado para corrupção, sim; e era, sim, dinheiro público; houve sim o pagamento regular de aliados; enfim, houve o mensalâo. E foi o maior escândalo como "nunca-antes-neste-paíz" já se tinha visto!
Armar uma quadrilha desse porte, envolvendo banqueiros, altos funcionários públicos, dirigentes de empresa, marqueteiros, vários partidos políticos e uma quantidade enorme de políticos da esfera federal, todos arriscando suas carreiras, suas empresas, suas reputações, não é obra para peixe pequeno. Só poderia ser idealizada e executada por alguém que, além de ter intimidade com o poder (ou ter nas mãos o próprio poder), pudesse avalizar e dar garantia de impunidade.
Portanto não é crível que um peixe miúdo como Delúbio Soares, sozinho, pudesse engendrar um plano criminoso tão complexo e com tantas pontas a amarrar como esse.
Pode ser que se condene, pode ser que não, mas um dia a história será contada com todas as letras e saberemos quais foram os mentores, os gênios por trás dos panos do mensalão.

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