sexta-feira, 31 de maio de 2013

Luz no fim do túnel?

Finalmente alguma dose de bom senso baixou em uma instância de governo. Refiro-me ao pronunciamento do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que declarou que "agora é o investimento que será o carro-chefe do crescimento econômico e não o consumo". 
O problema é saber se dona Dilma concorda. Afinal ela é a chefa e o Banco Central não tem autonomia alguma. Se Tombini conseguir implementar essa visão estaremos finalmente escapando do círculo vicioso a que o populismo consumista de Lula e Dilma nos levaram. Deveria ser ele então o ministro da Fazenda e não aquele escorregadio lacaio de salão.
Outra questão que surge é: quem vai investir? O empresariado brasileiro ou o governo? O primeiro, em sua maioria, não acredita no governo e alguns espertos (e amigos do rei) só "investem"  com dinheiro do BNDES. O governo por sua vez, não tem mais capacidade de investir e muito menos de gerir depois o investimento feito. Resta o capital externo, que também não virá a um país que o hostiliza e não oferece segurança institucional, nem jurídica. Hoje as regras são umas, amanhã são outras, a depender dos humores e das conveniências do chefete de plantão.
Para piorar, o ano que vem é ano eleitoral e outras forças entram em jogo, suplantando o bom senso. Se tivéssemos um estadista no governo, as ações a serem tomadas seriam as necessárias ao controle da inflação e retomada sustentável do desenvolvimento econômico. Mas isso é querer demais de uma pessoa sem capacidade e que foi alçada ao poder apenas pelo voluntarismo de um líder carismático mas ignorante.  
Apesar disso tudo, resta uma tênue esperança pela fala de Tombini. Pode ser, ao menos, uma luz no fim do túnel.

sábado, 25 de maio de 2013

A bolsa e a vida ou O Neo-coronelismo

Impressionante a quantidade de gente que acorreu às agências da Caixa por causa do boato de que o programa Bolsa-Família ia acabar. Aí fica patente o que é esse programa.
O governo ao invés de investir na educação, na preparação da mão-de-obra para que possa galgar um desenvolvimento individual sustentável, prefere "investir" na esmola. E por quê? Porque a esmola causa dependência e é isso que o neo-coronelismo quer. Do mesmo modo que nas fazendas antigas ( e algumas nem tão antigas assim) o patrão criava uma relação de dependência nos seus empregados e assim obtinha a sua servidão, transformando-os virtualmente em escravos, os novos coronéis repetem o mesmo modelo, sob o pretexto de fazer justiça social. Mas o que eles, coronéis, querem mesmo é o controle sobre a massa pobre, ignorante e dependente.
O interessante é que, Lula, de origem pobre, repete o padrão de comportamento a que sua classe social de origem estavam submetidos. Parece que para Lula a dialética se resume em apenas trocar de lado. Ao invés de lutar contra a opressão e libertar as pessoas, o que faz é apenas conseguir um meio de se transformar ele próprio no opressor. Isso aconteceu com muita freqüência no Brasil escravagsita. Muitos escravos libertos, procuravam, tão logo tivessem condições para isso, adquirir seus próprios escravos. Só assim sentiam-se realmente livres. Pois, hoje, o PT repete esse mesmo modelo. Trransformou-se no novo coronel que compra o apoio dos pobres pela  dependência. E, implicitamente os ameaça: se deixarem de apoiar o partido, a benesse acaba. Não há luz no fim do túnel, porque não há nem fim do túnel. O bolsa-família é para sempre. Não há resgate social. O objetivo é manter a pobreza e a dependência de modo a garantir os votos atuais e futuros. Assim passou a funcionar a política no Brasil.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Quarto de despejo

O presidente do Supremo, min. Joaquim Barbosa, mais uma vez disse a verdade nua e crua, com todas as letras, e sem salamaleques, nem rapapés. Disse que os partidos políticos são de mentirinha, que não têm consistência ideológica nem programática, que querem o poder pelo poder, que o Congresso é inteiramente dominado pelo Executivo e que isso é uma afronta à independência dos poderes, consagrada como cláusula pétrea na Constituição.
Não disse mais que a verdade que todos nós sabemos, sentimos e que ninguém diz porque não é de bom tom.
O nosso Parlamento historicamente nunca foi lá de grande independência. Durante as várias ditaduras e regimes autoritários que tivemos o Congresso se mostrou, ou subserviente, ou foi fechado, ou extinto. O mesmo se pode dizer também, infelizmente, do poder Judiciário, que se submeteu-se e calou-se durante os regimes fortes, não levantando a voz nem mesmo em defesa dos direitos humanos inalienáveis.
Mas nunca-antes-na-história-deste-país, em épocas de normalidade democrática, se viu um Congresso tão submisso, tão lacaio, tão venal, como esse que temos. O Congresso hoje é apenas um anexo, um quarto de despejo do palácio do Planalto. Sua função é apenas referendar o que o Executivo manda fazer. A tal base-aliada que, nem é base, nem aliada, só quer as benesses dos cargos, não se sabe para fazer o quê (ou melhor, sabe-se).
E todos fingem surpresa com as palavras do ministro Joaquim. Alguns fingem até indignação! Que grandes atores a televisão está perdendo! Deveriam ser convocados para a próxima novela. Audiência por audiência não vai fazer diferença nenhuma.
E o ministro Barbosa prossegue, como João Batista, clamando sozinho no deserto de homens e de idéias em que se transformou o palco da política nacional.    

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