domingo, 23 de junho de 2013

Falta de liderança

Vindo de quem veio, não se podia esperar grande coisa, mas resolvi perder 10 minutos para ouvir afinal o que essa governanta iria dizer ao povo brasileiro. Perdi mesmo os 10 minutos.  Além de uma coleção de obviedades sobre democracia, direito de manifestação, condenação da violência e do vandalismo, o texto do marqueteiro João Santana conseguiu mais uma vez a façanha de não dizer nada.
Tempos estranhos esses, em que, numa hora de grave crise, um(a) Chefe de Estado fica no papel de boneco de ventríloco, apenas balbuciando as palavras, enquanto, na verdade, é da boca (e do cérebro) de seu publicitário que elas saem. Por quê foi João Santana, no lugar da Dilma, quem se dirigiu à nação? Uma dica: será que é porque Dilma não tem nada a nos dizer?
Qual foi a resposta concreta que Dilma deu aos manifestantes? Que vai aplicar 100% dos royalties do petróleo na Educação? Isso já tinha sido prometido desde 2008 naquela festa do oba-oba com Lula. 
Que "não compactua com a corrupção"? Tenha a santa paciência, D. Dilma! A sua amiga e ex-secretária, Erenice Guerra, depois de defenestrada da Casa Civil, foi sua convidada na festa de posse e continua fazendo tráfico de influência no governo! Fernando Pimentel está escondido no ministério até hoje!
Que vai melhorar a saúde importando 6 mil médicos cubanos? Que vai melhorar a segurança e o transporte públicos fazendo não se sabe o quê? Que vai fazer isso, vai fazer aquilo...
O Congresso Nacional, a casa que deveria representar o povo, está mudo!
E a única resposta que a presidenta tem, nessa hora, é repetir a mesma ladainha mentirosa que está sendo sobejamente repudiada nas ruas? Ainda não entendeu que as coisas mudaram e que as velhas respostas não funcionam mais.
Perigosa essa posição. Não existe vácuo na política. A falta de liderança pode produzir uma liderança qualquer e as consequências são imprevisíveis. Mas não se pode esperar uma atitude de estadista de quem não é estadista. Essa é a herança que o governo Lula nos deixou: um governo sem liderança, uma pantomima de governante. Lula jogou pesado pensando apenas em si, mas não contava com a participação de um ente muito falado, mas pouco considerado nas decisões políticas, o povo.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

O bicho pegou

No final do ano passado, Gilberto de Carvalho, olheiro do Lula dentro do palácio do Planalto, vaticinou: " Em 2013 o bicho vai pegar!".
Não podia estar mais certo, só que o bicho está pegando pro lado contrário ao que ele pretendia ou imaginou. O governo Dilma não poderia crer que o povo não fosse se deixar engambelar pelas bolsas-disso e bolsas-daquilo e viesse a exigir seus direitos de cidadãos na ruas, ao invés de receber esmolas e ainda ficar agradecido.
Pois o bicho "pegou", Sr. Gilberto de Carvalho! Agora o bicho pegou. E quem é que vai tirar o povo das ruas? Não adianta nesse momento baixar as tarifas, aquelas que não podiam deixar de subir porque tinha inflação e custos, etc. e blá-blá-blá. Agora a briga é por muito mais que isso.
Não vai bastar entregar só os anéis. Agora queremos tudo. E a lista é grande:


  • queremos que Renan Calheiros saia da presidência do Senado;
  • queremos que a PEC 37 seja rejeitada
  • queremos que os mensaleiros condenados sejam presos JÁ!
  • queremos que todos os demais com indícios de corrupção e outros crimes contra as instituições, inclusive o ex-presidente e sua amiga Rose, sejam seriamente investigados, julgados, se for o caso, e punidos, se forem culpados, com rapidez e eficiência.
  • queremos hospitais  e uma rede pública de saúde no padrão-Fifa.
  • queremos segurança para exercermos o direito de ir e vir sem sermos assaltados, assassinados, estuprados, queimados vivos.
  • queremos uma polícia íntegra, bem treinada, bem equipada e com bons salários para nos assegurar qualidade de vida e sossego.
  • queremos um sistema de educação pública gratuita e de boa qualidade do ensino básico ao superior, com acesso universal por capacidade e mérito.
  • queremos transporte público (metrô em todas as metrópoles), rápido, eficiente e barato.
  • queremos viver em cidades limpas, bem cuidadas, com áreas verdes, calçadas que respeitem a livre circulação de pedestres e deficientes físicos.
  • queremos estradas seguras, com sinalização correta, pontos de parada, prestação de socorro.
  • queremos infra-estrutura de portos e aeroportos dignas de um país que gera riqueza para ser a sexta economia mundial.
  • queremos que todos os aumentos de salários de deputados federais, estaduais, vereadores, governadores e prefeitos, dessa presente legislatura, sejam anulados e a diferenças devolvidas aos cofres públicos.
  • queremos....
  • queremos...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Esse movimento não tem dono!

O mundo político ainda não entendeu o movimento de protesto que se espalha pelo Brasil. Os petistas ora dizem que o movimento é contra as administrações estaduais e municipais (leia-se: contra o PSDB), ora dizem que a vaia à presidAnta foi comprada e é comandanda por "organizações políticas". Alguns falam até em terrorismo! O ridículo líder do governo, senador Eduardo Braga do PMBD disse que são "movimentos organizados" que querem desestabilizar o governo.
Analistas políticos, pegos de surpresa, custaram a entender também. Uns disseram que é a classe média quem está protestando. Outros, que é a elite! Uns ainda xingam o movimento, chamando de vândalos e baderneiros todos os que saem à ruas, apesar de a violência ter sido praticada (ou o vandalismo incitado) mais pela polícia que pela maioria das pessoas, que protestou pacificamente.

O PSDB, despertado do seu sono, quer, tardiamente, pegar carona nos protestos, mas soa falso e fica também ridículo. Já que se abstiveram por tanto tempo de fazer oposição, de traduzir o sentimento das ruas em vias políticas usuais, que agora fiquem quietos e aguardem o desenrolar dos acontecimentos. Agora está na mão do povo, a verdadeira e legítima fonte  do poder!
Esse movimento não tem dono. Não tem partido, nem organização alguma dirigindo-o. As organizações, como o Anonymous, ou o PSOL, estão participando do movimento como é seu direito, mas não o estão dirigindo. Para isso seria preciso a existência uma extensa rede, espalhada por todo o país, organizada em todas as capitais com lideranças locais, mais forte que qualquer partido político hoje e capaz de mobilizar tanta gente ao mesmo tempo. 
Isso não existe. O que existe é que, de repente, o povo descobriu sua força! Acordou! Até demorou demais. Eu sempre pensava, como é que esse povo suporta tanto descaso, tanto esbulho, tanta violência, tanta frustação, tanta mentira e não reclama?!
E tinha esperado tanto que havia até desistido. Achava que jamais isso iria acontecer no Brasil. Mas aconteceu, estou de alma lavada! Os políticos que se cuidem, que entendam a mensagem e arrumem logo a casa para fazer face a essa nova realidade, porque de agora em diante será assim, sairemos ás ruas, sempre que for necessário. 
E, se ainda assim, não mudarem o país para melhor, para aquilo que nós queremos que seja e merecemos,  um dia, os arrancaremos de dentro dos palácios. 
Já houve uma tomada da Bastilha. Já houve um assalto ao palácio de Inverno do Czar. Não será a primeira vez. 





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