segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Chilique vergonhoso

É uma vergonha esse chilique todo do Genoíno. Não se discute que, estando doente, tenha que ser medicado e receber a assistência correta, como qualquer outro do meio milhão de presidiários do país. O que não pode é ter um tratamento que os demais nem sonham em ter. 

Ficar em prisão domiciliar por causa de hipertensão, uma condição crônica e que pode ser perfeita e corretamente tratada na prisão, a meu ver já se configura um privilégio. Vá lá que seja aceitável, considerando que somos o pais dos coitadinhos e adoramos sentir pena de alguém.
No entanto, dar entrevistas fazendo pose de guerrilheiro, como se estivesse sendo preso por exercer essa atividade, já passa da conta, aí já é não é nem privilégio é desrespeito à Justiça e escândalo. Receber visitas fora do horário também.

E ficar dando chilique a toda hora, mendigando aposentadoria da Câmara, com cara de bebê chorão não condiz com a biografia de alguém que participou de uma guerrilha contra uma ditadura militar e que supostamente enfrentou o exército brasileiro no Araguaia. Genoíno não devia queimar ainda mais a sua biografia, já bem chamuscada pela sua participação no mensalão, choramingando desse jeito como uma criança mimada. Nesse ponto, há que se reconhecer, o José Dirceu demonstra muito mais altivez e dignidade. Estrebuchou contra a condenação, mas isso é um direito de todo réu, mas não abaixou a cabeça, nem se pôs na posição de coitadinho.

As pessoas adultas têm que saber que todas as atitudes e opções tem consequências. Genoíno, ao assinar aqueles contratos fictícios feitos para encobertar os crimes que seu partido estava cometendo, assumiu os riscos. Agora não adianta chorar. Nem dizer que "foi condenado por corrupção sem nunca ter mexido com dinheiro", como está estampado nessa semana na capa de uma publicação.
Não se pode crer que um homem com a vivência dele possa ser ingênuo a esse ponto. Discutiu-se tanto a questão do ato de ofício, mas querem mais ato de ofício que a assinatura do presidente do partido em um documento falso?
Genoíno podia ter entrado para a história sem essa, mas optou pela lealdade a um partido e a uma ideologia, ao invés de optar pela lealdade à nação e aos seus eleitores. Dar chilique agora é só adicionar mais um episódio vergonhoso a essa triste história.

sábado, 23 de novembro de 2013

Os mais iguais

Depois que a Papuda passou a abrigar essa casta de elite da política brasileira, as condições carcerárias de lá, e somente as de lá, diga-se de passagem, passaram a ser alvo da investigação, comentários e indignação dos outros colegas. Até o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, fez pela primeira vez na vida, uma visitinha à Papuda. Ficou igualmente compadecido da situação dos presos. Note-se porém que a administração do presídio da Papuda está sob a gestão do seu próprio governo!
Os demais presidiários também reclamaram, e com razão, dos privilégios desses novos moradores, que recebem visitas a qualquer dia e hora enquanto as famílias dos demais tem que se contentar com as quartas e quintas e dormir na fila para pegar senha.

Durante esses 10 anos de governo petista nem uma palha foi movida para melhorar as condições prisionais no país. Agora estão todos escandalizados com as condições da Papuda que, nem de longe se assemelham ás outras unidades prisionais pelo país afora, muito menos às celas de detenção das delegacias dos grotões.
Advogados muito bem remunerados vêm aos jornais para dizer que é um absurdo que os condenados a um regime sem-aberto fiquem submetidos ao regime fechado por falta de condições e vagas. Ninguém se lembra que nessas condições existem outros milhares de prisioneiros cujo regime não evolui para o semi-aberto exatamente por falta de vagas e estão nessas condições há anos e sem perspectiva de mudança. A diferença é que esses outros não tem advogados da mesma estirpe para defendê-los.
Esse é o verdadeiro retrato do "Brasil, um país de todos", como diz o lema do governo. Essa é a igualdade de todos perante a lei, tanto defendida da boca para fora pelo governo petista. Nunca George Orwell esteve tão certo, como quando disse em seu livro "Animal Farm" que em um regime socialista, apesar de todos serem iguais, uns são sempre mais iguais que os outros.

Febeapá revisitado

O jornalista e humorista Sérgio Porto, também conhecido como Stanislaw Ponte Preta, na época dos grandes festivais de música, publicava também o seu Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País. Sob esse título reunia as falas mais boçais de nossos políticos. Isso, numa época em que ainda havia um certo pudor na gestão da coisa pública!
De lá para cá, fomos ficando cada vez mais à vontade, de modo que se fosse reeditado hoje, o Febeapá compreenderia alguns vários calhamaços. Ainda bem que na era da informática os textos não ocupam mais que espaços virtuais. Assim sendo, em homenagem ao cronista e imaginando o que seria um festival desses hoje em dia, e já antecipadamente desculpando-me pela pretensão, aqui apresento o Febeapá Revisitado.

E, a título de exemplo, eis uma das pérolas, escolhida a dedo, do Febeapá original:

“A minissaia era lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o Delegado de Costumes (inclusive costumes femininos), declarava aos jornais que prenderia o costureiro francês Pierre Cardin (bicharoca parisiense responsável pelo referido lançamento), caso aparecesse na capital mineira ‘para dar espetáculos obscenos, com seus vestidos decotados e saias curtas’. (…) Toda essa cocorocada iria influenciar  um deputado estadual de lá, Lourival Pereira da Silva – que fez um discurso na Câmara sobre o tema ‘Ninguém Levantará a saia da Mulher Mineira.’”


Para quem quiser mais, indico um site também inspirado no Febeapá, o Gerador de Nomes de Repartições Públicas, excelente para quem quiser se divertir um pouco com a criatividade da nossa burocracia e a capacidade de falar muito sem dizer nada ou dizendo muita besteira.

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