segunda-feira, 8 de setembro de 2014

De bilhões e bilhões

A política brasileira é um troço. Pode ser grosseiro definir assim, mas não há outro termo para qualificar esse jogo de enganação em que os supostos representantes da sociedade nos enredam. O que a revista "Veja" publica nessa semana é estarrecedor. É óbvio que os envolvidos vão negar até a morte e, como o chamado direito de defesa no Brasil pode ser esticado ao infinito, vão todos continuar impunes. Está aí o Maluf, aliado do lulismo, que não nos deixa mentir.
É podre. É estarrecedor. É nojento. Mas sobretudo é criminoso. Por causa dessa sangria permanente dos cofres públicos é que não há dinheiro para se investir na saúde, na educação, nas estradas, na segurança pública. Na minha opinião, o nosso código penal deveria tipificar esse crime como hediondo e de lesa-pátria ou alta traição, sujeito à pena mais grave possível. 
O maior crime que se pode cometer em um país é o de traição, porque é um crime contra todos. E quem se aboleta em um cargo político, constitui uma quadrilha e fica dali roubando  o dinheiro de todos, comete exatamente esse crime. É um traidor da pátria. Nada mais, nada menos.
Só para dar uma idéia da escala: o doleiro Youssef, sozinho, movimentou mais de 10 bilhões de reais em operações de lavagem de dinheiro. Esse dinheiro dava para comprar 5 refinarias supersuperfaturadas (Pasadena, que valia 40 mil, mas custou mais de 1 bilhão de dólares).

Para relembrar:


  • Em 2005, a empresa belga Astra Oil comprou a refinaria de Pasadena por 42, 5 milhões de dólares.

  • Em 2006, Dilma Roussef, como presidente do Conselho, autorizou a Petrobrás a comprar 50% dessa refinaria por 360 milhões de dólares!!! Em um ano, a Astra Oil conseguiu transformar 21,3 milhões de dólares em 360 milhões de dólares, ou seja, 17 vezes mais.

  • Havia, nesse contrato de compra, uma cláusula chamada "put option" que obrigava a Petrobrás a comprar os restantes 50%, caso houvesse alguma divergência entre os sócios. Dilma Rousseff disse que não sabia da existência dessa "put option"

  • Obviamente, a divergência surgiu. Em 2007 a Astra Oil quis então vender os outros 50% à Petrobrás, que recusou a compra. O caso foi parar na justiça e a Petrobrás se viu obrigada a cumprir a "put option", tendo que pagar o valor adicional de 820 milhões de dólares pela outra metade da refinaria. 
  • Resumo da ópera: a Petrobrás pagou o valor de 1 bilhão e 200 mil dólares por uma refinaria que tinha sido comprada por 42,5 milhões. Há poucos casos no mundo capitalista de tal performance. É de se notar que essa performance espetacular foi conduzida por não-capitalistas convictos.

  • Existe alguém que seja tão ingênuo a ponto de pensar que todo esse negócio tenha sido conduzido dentro dos padrões de ética e de probidade? Não é surpresa nenhuma, portanto, aquilo que o ex-diretor está nos dizendo: que havia envolvimento de políticos graúdos e que mais um propinoduto tinha se estabelecido. Só não creio que esse diretor nos vá dizer toda a verdade. 

    Na máfia siciliana há um acordo tácito que se chama "omertá", pelo qual se algum mafioso cair, cai sozinho e se tiver que denunciar alguém, denuncia apenas os de mais baixo escalão, preservando os grandes e verdadeiros "capos". Com isso eles podem ir presos, mas tem preservada a sua vida. E, com isso, os grandes chefes jamais correm algum risco. Inteligente, não?




    sexta-feira, 5 de setembro de 2014

    Youssef ou Roussef?

    Muda apenas uma letra, mas a numerologia continua a mesma, ou seja,  o mar não tá pra peixe para nenhum dos dois. Ele, o Youssef, é o pivô central (o Marcos Valério) de outro crime, talvez ainda maior que o mensalão.
    O ex-diretor da Petrobras está dando nomes aos bois e contando como eram feitas as artimanhas para roubarem o nosso dinheiro na estatal. Estatais de capital misto e fundos de pensão estão entre os alvos preferenciais das quadrilhas, principalmente porque tem muito dinheiro e pouco dono.
    Em qualquer empresa privada seria absolutamemte impensável que um Conselho de Administração aprovasse uma compra como a da refinaria de Pasadena. Seria impensável até que se levasse ao Conselho tal proposta. Um diretor, tomado de insanidade, que tentasse uma coisa dessas seria sumaria e automaticamente demitido.
    Mas na estatal, não. É tudo normal. Foi tudo "apenas" consequeência de um relatório falho. 
    Se o Brasil fosse um país minimamente sério, já estaria todo mundo na cadeia inclusive a então presidente do Conselho, hoje, presidente do país. 
    O que tem que ser feito é prosseguirem as investigações com quebras de sigilo bancário de todos os envolvidos "duela a quién duela" e, repito, incluindo-se a presidente da República que, como presidente do Conselho e ministra na época do "malfeito" é a maior responsável pelo descalabro, malversação, prevaricação ou qualquer outro nome que tenha mais esse crime contra a administração pública.
    Para a presidenta, que se diz inocenta, isso não podia ocorrer em pior momento. Já vem despencando nas pesquisas, acossada por uma ex-militante de seu partido que tem muito mais história e credibilidade. Um escândalo desses agora é o que menos ela poderia querer.
    Quanto ao outro, o Youssef, o momento vai ser ruim de qualquer jeito porque já se sabe como acabam escândalos assim. Os políticos se safam, mas os operadores não tem sempre a mesma sorte. Afinal alguém há de pagar o pato, então "prendam-se os suspeitos habituais".

    Marcos Valério exibe a sua condenação para não me deixar mentir.

    segunda-feira, 1 de setembro de 2014

    Lula de saias


    Marina é um Lula de saias com ar beatífico de um ser das florestas. Um anhangá, um curupira, ente mitológico que tinha os pés voltados pra trás. E é por esse caminho, andando pra trás, que ela pretende nos levar, se ganhar as eleições. 
    Marina é o PT ético, mas nem por isso menos equivocado, tem a alma petista, mesmo que não roube. Tem a alma petista, mesmo que não fraude. Marina tem a alma petista porque acredita que se possa reformar a realidade a fórceps e segundo a vontade de guias iluminados. Essa é a essência da alma petista. Isso é ainda mais perigoso do que o pragmatismo fraudulento do petismo-que-está-no-poder. Esses últimos são contidos pela própria cupidez e não querem mudar a realidade (a não ser no palavrório) pois essa lhes apetece muito bem. Os outros petistas, os chamados "puros" como Marina, acreditam tanto em si mesmos e em suas ideias mirabolantes que são capazes de destruir o mundo em nome dessa fé, a qual pretendem também impor aos demais. Tenho receio dessa certeza messiânica com a qual caminham. Já tivemos vários exemplos disso na história. E os resultados não foram bons.

    Agora mesmo, duas atitudes demonstram o qual inconfiável é a ex-senadora. No caso do avião sem dono, ela simplesmente se esquivou dizendo que não tem nada com isso. Como não tem? Era a vice na chapa de Eduardo Campos, viajou naquele avião fazendo campanha e agora, que se descobre que há indícios até de crime eleitoral, tira o corpo fora? Vai ser assim quando, e se, for presidente? Tal qual seu ex-guia e tutor, que nunca sabe de nada e nunca tem nada a ver com as ilegalidades que se cometem à sua volta e em seu benefício? Não é bem assim que se começa uma "nova política". 
    Outro caso interessante para se conhecer a alma da candidata é o vai-e-vem sobre o casamento gay. Em um dia aprovou, no outro, e depois de alguns telefonemas e tuítes irados do pastor Malafaya, retirou o apoio e disse que tudo foi um "engano" de assessores. Esse é mais um exemplo da "nova política"? Como qualquer outro cidadão, Marina tem todo o direito de ter suas posições pessoais, movidas por ditames religiosos ou não, mas não tem o direito de mentir para os eleitores e tentar enganá-los assumindo posições falsas. Está na hora do preto no branco. Está na hora de definições.

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