quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Nau Sem Rumo (2)

É até difícil de se comentar, esse novo ministério. É uma mexida e uma dança das cadeiras, que no final das contas não muda nada. Há ministro que, penso, até nem sabe qual é o seu ministério, porque tanto fez, como tanto faz. O objetivo da distribuição é satisfazer a gana partidária, as cotas de cada partido. Por isso não interessa quem vai comandar tal ou qual área, se tem ou não competência para isso, se vai promover o desenvolvimento ou o atraso desse ou daquele setor. O que interessa é o quanto de verba o dito ministério movimenta e a qual partido essa verba estará atribuída.
Qual é a mensagem que isso passa? Que apesar dos escândalos, das prisões, das ameaças de investigação e punição aos políticos corruptos, nada de fato mudou ou vai mudar. O loteamento dos ministérios nos informa que o "modus operandi" vai permanecer e talvez os métodos sejam só um pouco mais sofisticados para dificultar ainda mais o desmascaramento.
De plano de governo ninguém fala. Estamos a poucos dias da posse e a nação ainda não foi minimamente informada sobre o que pretende fazer nos próximos 4 anos esse simulacro de gestora. Aposto que nem ela sabe. Não há plano. Será uma navegação às cegas, no escuro, sem bússola e sem mapa. O barco vai singrar à deriva, ao sabor dos acontecimentos, tocado pela correnteza do momento. Aonde chegaremos? Isso é uma bela interrogação e as possibilidades são muitas e variadas, sendo, entretanto, poucos os portos seguros onde atracar. É possível até que encalhe, no meio do caminho, em algum arrecife pedregoso. Tudo pode acontecer. Preparemo-nos para as emoções.

domingo, 21 de dezembro de 2014

O tripé

Para perpetrar o crime continuado de desvio de dinheiro público da Petrobras (e de outras instituições, logo saberemos) é necessário que tenha havido um conluio entre 3 áreas: o agentes do Estado, as empresas e os bancos!
O foco até agora tem sido nas empresas e em segundo lugar nos políticos (que estão protegidos pelo manto do inexplicável e injustificável sigilo judicial). Mas passam de liso, fingindo de mortos, em toda essa operação, as instituições bancárias. Sem elas, essa operação monumental de desvio de 10 bilhões de reais teria sido possível?
A começar, a atividade de doleiros como o Sr. Youssef, é possível de ser exercida sem alguma participação bancária? Como é que o doleiro conseguia sacar, em dinheiro vivo, 600 mil reais para cobrir o corpo do seu "entregador", Rafael Ângulo, de notas que iriam parar debaixo da cama de um deputado, sem despertar a mínima suspeita? Afinal os bancos têm ou não têm que avisar o Banco Central quando houver saque em espécie acima de 100 mil reais?
Não é concebível que os bancos sejam inocentes nessa história. E agora, ainda resistem em entregar à justiça, os valores bloqueados sob ordem do juiz Sérgio Moro. O que os bancos precisam é de investigação neles! A começar pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica, além é claro do BNDES. Esse caso do Petrolão e seus devivados tem que ser encerrado em pratos perfeitamente limpos. Tal como no caso de pestes, se faz necessária uma limpeza e higienização completa do ambiente, também nesse caso as instituições brasileiras tem que ser investigadas profundamente e limpas, senão de dois em dois anos continuaremos a nos defrontar com escândalos semelhantes e a sangria dos cofres públicos continuará a travar o desenvolvimento do país.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Larapiocracia

Tenho visto, ouvido e lido umas opiniões de gente que até se diz oposição ao governo petista, mas que, siceramente, parecem ajudar a fazer o jogo sujo dessa camarilha que se instalou no poder.
O que se apoderou da coisa pública no Brasil não foi um partido político ou uma coligação. Foi uma organização criminosa. E como tal tem agido. O que estamos vendo de escândalos na Petrobras, também acontece na Eletrobras, na "nossa" Caixa e no Banco do Brasil. Em todo lugar onde houver possibilidade de pilhagem, podemos ter a certeza, pilhagem terá havido.
E aí fica o nosso Judiciário soltando uns bandidos e anistiando outros em nome de tecnicalidades e firulas que não mudam a realidade que está cada vez mais horrorosa. Não bastasse o ministro Zavaski ter mandado soltar o indiciado, agora réu, Renato Duque, o poder Judiciário acabou de anular o processo contra o Sombra, provável mandante do assassinato de Celso Daniel, e em outra ponta, o mesmo Judiciário mandou diplomar Maluf para exercer mais um mandato![
E a oposição fica cheia de dedos em exercer um direito legal de questionar a lisura do pleito, mesmo diante de tantas evidências de crimes eleitorais como tivemos às enxurradas. E outras pessoas se arrepiam de medinho quando algumas centenas de indignados saem às ruas pedindo ajuda das Forças Armadas. Como se vivêssemos em plena democracia! Como se, essa suposta democracia em que vivemos, já não estivesse podre por dentro, corrompida no mais alto grau pela compra pura e simples dos votos dos ditos representantes do povo.
Não há democracia sem oposição. Não há democracia representativa sem representação! Portanto, o regime que vigora no Brasil, pode ser tudo, menos uma democracia. Na verdade, aqui vivemos uma larapiocracia. Vivemos sob o jugo, o comando, de uma organização criminosa.
Do mesmo modo que, em uma típica favela carioca, o narcotráfico comanda e impõe suas leis, no país como um todo, é uma Camorra, travestida de partido, que nos comanda e impõe também as suas regras.
E ainda há gente cheia de escrúpulos para fazer um simples pedido de impeachment ou de anulação das eleições fraudadas. Haja!

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