terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Cármen Lúcia e o jogo de azar

Os jogos de azar são hipocritamente proibidos no Brasil, embora o Estado tupiniquim seja o maior patrocinador deles através da "Nossa" Caixa e milhares de brasileiros, pobres principalmente, arrisquem seus caraminguás todas as semanas em busca do Eldorado!

Pois, por ironia do destino e confirmação de nossa índole, o futuro da Lava Jato na Suprema Corte do país está dependendo simplesmente... da sorte ou do azar, dependendo do ponto de vista! O novo relator do processo jurídico mais importante da nossa história será escolhido por sorteio! É espantoso e é muito azar nosso, ou melhor, somos um país projetado para não dar certo.

Um sorteio! É isso que vai definir se o relatório cairá nas mãos de um Lewandowski, ou de um Dias Tóffoli, e não nas de um Celso de Mello ou de um Edson Facchin, ou até mesmo nas mãos de um Gilmar Mendes.


Mas é o regimento do Supremo, dirão alguns! Pois que se exploda o regimento! O que está em jogo é o interesse e o futuro da nação! Se até as Constituições são mudadas ao sabor de interesses, nem sempre confessáveis, por que não se pode mudar um regimento interno de uma instituição?

Somos o país da letra morta! O que está escrito só vale quando o poderoso de plantão quer que valha. Recentemente tivemos um belo exemplo disso quando o então presidente desse mesmo Supremo violentou a Constituição ao fatiar a pena da ex-presidente admitindo que ela retivesse os direitos políticos ao arrepio do texto constitucional.  E ficou por isso mesmo! Se alguns dos seus togados colegas teve pruridos, coçou-se em silêncio! 

O caso de Renan Calheiros, que também afrontou uma decisão de um ministro dessa mesma Corte, e os demais lhe deram cobertura, com o aval e a "costura" de um acordo vergonhoso, conduzido pela própria presidente da instituição! A mesma presidente que agora vem abanando esse Regimento em nossa direção para dizer que o nosso futuro será decidido por sorteio!

Pelamordedeus, Cármen Lúcia! Tome uma decisão corajosa ao menos uma vez na sua carreira e entre para a história designando um novo relator que seja um ministro sob o qual não pese nenhuma suspeita de parcialidade, a tal da reputação ilibada, lembra-se?

Se cair com Lewandowski, ou com Dias Tóffoli, será a desmoralização Suprema! Esse é o risco ao qual dona Cármen está querendo nos submeter. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Eike e a teoria dos jogos

Não deve ser fácil um camarada ser bilionário, o mais rico do país, estar entre os mais ricos do mundo e, de repente, ver o mundo desabar a seus pés e ir parar em Bangu!
Eike Batista exibia, entretanto, tranquilidade ao embarcar em NY rumo à prisão no Brasil. Tranquilidade ou frieza, não se sabe. O fato é que disse enigmaticamente que "está na hora de passar as coisas a limpo". E está mesmo! Aliás, já passou da hora.

O país não quer mais, o país não aguenta mais, o país não aceita mais, como natural ou inevitável, essa roubalheira dos cofres públicos. Cansamo-nos. Mas parece que a classe política ainda não assimilou muito bem essa nova realidade. Eike, no entanto, como empresário e como apostador que é, já sabe que perdeu e que não adianta espernear. Faz parte. Uma hora se ganha, outra hora se perde. O que ele vai tentar agora é minimizar o prejuízo. Aplicar um programa de redução de danos. E isso passa pela delação, que não será uma delação renitente como a de Marcelo Odebrecht. Marcelo sempre foi rico, já nasceu bilionário, acostumou-se a mandar e ser obedecido. Por isso, cedeu com relutância, fazendo cara feia. Entregou o que tinha que entregar a conta-gotas e a contragosto.

Eike é diferente. Nunca foi pobre, mas também não era bilionário. Seu pai foi um grande executivo, diretor da Vale, mas, ainda assim, um empregado corporativo e,  mineiro de Nova Era, sempre teve um perfil matreiro, cauteloso e discreto. Da mãe, alemã, Eike deve ter herdado a disciplina e, talvez, a frieza (ou fleugma) com que joga as cartas que recebe. Para Eike tudo é um jogo, inclusive a delação. A PF mexe as peças de lá e ele mexe as peças de cá. Avalia os riscos, os prós e os contras e entrega, sem pestanejar, o que tiver que entregar para salvar a si e o que puder salvar de suas organizações. 

Portanto, podemos esperar lances emocionantes nessa fase da partida em que já se sabe que o Ministério Público  (e o povo brasileiro) sairão ganhando. É impossível ganhar da banca! Resta a cada um dos jogadores tentar diminuir seus próprios prejuízos, aumentando os dos demais, seus colegas (ou comparsas).


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Trumpalhão

Uma coisa é certa, Donald Trump vai dar trabalho. A sua eleição à presidência dos Estados Unidos foi, mas ou menos, como a do rinoceronte Cacareco que, em 59, foi o "candidato" a vereador mais votado do Rio de Janeiro. A única diferença é que a "eleição" do Cacareco não foi reconhecida pelo TRE.
Obviamente, quem votou no Cacareco não estava imaginando que o carismático rinoceronte iria sentar-se em uma das cadeiras da Câmara na subsequente legislatura.
Acho que, do mesmo modo, muitos eleitores americanos votaram no Trump, meio que de raiva e de provocação, imaginando que uma "coisa" daquelas jamais seria eleito. Mas foi!
Aí é que está o problema com o qual todos teremos que conviver durante pelo menos 4 anos.

Trump é um menino mimadinho que não gosta de ser contrariado. E faz biquinho! Mas tem ao alcance da mão os "botões" que podem disparar armas nucleares contra qualquer um que, em sua infantil e fértil imaginação, possa significar uma contestação aos seus desejos. O poder para Trump é um substituto do pênis!

Do outro lado do muro, há uma outra "criança" mimada e poderosa: trata-se do ditador King-Kong II (não sei e nem quero aprender como se escreve o seu nome) da Coréia do Norte. Nessa brincadeirinha de guerra entre eles, tudo pode acontecer, desde nada, até umas bombinhas estourando aqui e ali.

Agora, Trump confirma que vai construir o muro separando os dois Estados Unidos, os Estados Unidos da América e os Estados Unidos do México (são os nomes oficiais). E diz que vai fazer os mexicanos pagarem por ele, via "confisco" das rendas que os imigrantes, que vivem nos Estados Unidos do Norte enviam para suas famílias do Sul! Se isso será realmente implementado não se sabe, mas não custa levar em consideração que tudo é possível em se tratando de Donald Trump.

O que mais nos espera? O governo ainda nem começou. Se fosse no Brasil o presidente ainda estaria se degladiando com os partidos para formar o primeiro escalão. Claro, que ser ministro por aqui é muito melhor negócio do que ser secretário por lá. Até o nome que damos ao cargo é mais pomposo. Afinal, um secretário apenas auxilia o presidente. Um ministro, ministra (*)! É muito diferente! Um médico ministra um medicamento ao doente. Um professor ministra aulas. Um sacerdote ministra os sacramentos. Em nenhum desses exemplos o verbo pode ser substituído por secretariar. 

Mas, voltando ao Trump, o governo começou há uma semana e já está em pleno vapor. Ele demonstra que chegou com força e com vontade! Vai dar um trabalhão!

(*) Ministrar é sinônimo de: prestar, aplicar, fornecer, dar, administrar, servir e (vejam que interessante!) propinar!




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