segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Privada brasileira

Engraçado com funcionam as privatizações no Brasil. Privatiza, privatiza, mas tudo continua sendo bancado com o dinheiro público! Querem exemplos? O recente fiasco do aeroporto de Viracopos  é um exemplo "interessante". O consórcio, que ganhou a concessão e que agora a está devolvendo, é formado pelas empresas UTC, Triunfo, Egis e ...tchan, tchan, tchan!...Infraero! A devolução acontece quando esse consórcio está devendo 2,16 bilhões diretamente ao BNDES e não aguenta pagar. 
Está devendo ainda, outros 423 milhões ao BNDES, mas através de repasse dos bancos Itaú, Bradesco, Haitong e...Banco do Brasil, é claro!

Capitalismo assim é fácil! Na hora do lucro, as boladas são divididas entre os "capitalistas" e os "representantes do povo". Na hora do preju, quem paga somos nós, os otários de sempre.

Exemplos de privatização à brasileira não faltam: a icônica Telemar, por exemplo. A privatização da telefonia foi sempre citada como paradigma das coisas que funcionam quando deixam de ser administradas pelo estado. Entretanto, mesmo nesses casos, encontramos as garras estatais fincadas em algo que o estado brasileiro parece incapaz de largar: a atividade empresarial. No caso da Telemar, o BNDES ainda é sócio com quase 5%.

Outro exemplo da sombra estatal influenciando e deturpando decisões que deveriam ser privadas é o caso da Vale. Para se livrar do fantasma do estado a Vale está recorrendo a uma manobra saneadora de modo a pulverizar o controle acionário da empresa. Isso ocorre 20 anos depois de sua suposta privatização!

Há duas explicações para esse fenômeno: 1) o capital público (estado) não quer largar o osso; 2) O capital privado quer um capitalismo sem riscos.

No primeiro caso, é fácil concluir porque não interessa aos que detém o poder político desfazer-se de "patrimônio público". É que de público esse patrimônio não tem nada, uma vez que está privatizado aos interesses dessa oligarquia. Essa vaca leiteira já lhes rendeu e ainda rende, muitas vantagens indevidas, e é isso o que o político médio brasileiro quer: usufruir de vantagens indevidas. Está aí a Lava Jato para desnudar e confirmar todo esse velho esquema.

No segundo caso, interessa aos empresários que são amigos do rei, a manutenção do status quo das estatais. Quando são públicas, estão privatizadas aos interesses deles, como foi o caso da Petrobras. Quando se tornam privadas (à brasileira) é sempre bom ter um sócio graúdo para pagar as contas, como está sendo o caso do aeroporto de Viracopos.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Que país é esse!?

Anteontem assistimos ao pior espetáculo da história do parlamento brasileiro. Vimos um Congresso, não só subserviente ao poder executivo, mas pura e simplesmente comprado. Não que o resultado da votação, se tivesse sido diferente, iria mudar muita coisa. A questão não é se Temer, herança maldita do PT, é melhor ou pior que Rodrigo Maia, ou quem quer que esse mesmo Congresso viesse a eleger indiretamente.

Temer não é melhor, nem pior que a média dos congressistas brasileiros, ele é simplesmente igual. Assustadoramente igual!

O Congresso que vimos anteontem foi um ajuntamento de nulidades. O PT com seu discurso fora de hora, vociferando contra a crise econômica e o desemprego como se não tivesse nada a ver com isso, chegou a ser patético. Aliás, o PT quer ver o Temer fora da presidência, não porque discorde do programa de governo. mas porque o PT quer vingança. Afinal, Temer foi capaz de deixar cair o governo petista sem esboçar nada em sua defesa. O PT, conforme o exemplo stalinista, jamais perdoará Michel Temer! Mas isso não tem nada a ver conosco, cidadãos brasileiros, lutando para sobreviver nesse caos.

Como dizia, o Congresso que vimos anteontem foi apenas um ajuntamento de nulidades. Nenhum discurso digno de nota. Nenhuma inteligência sobressaindo-se dentre os bovinos. Deu vergonha! deu vergonha de saber que esses são os representantes da nação! E, é lógico, tivemos algumas pérolas para a posteridade. Em primeiro lugar, o deputado tatuado foi flagrado mandando a seguinte mensagem pelo Whatsapp:"Mostra a tua bunda! Afinal não são as tuas profissões que a destacam como mulher. Vai lá, põe aí, garota."
Outro deputado, um tal de Júlio Lopes, declamou: "somos a elite legislativa desse país";e ainda, "Lula é uma das maiores biografias desse país".

A bancada do PSDB deu um show de tucanagem: ficou em cima do muro até na hora de votar. Foram 22 votos a favor de Temer, 21 contra e 4 ausências. Aliás, o PSDB de Minas deu um vexame maior ainda. Deu 6 votos a favor de Temer e nenhum contra.

A gente se pergunta: de onde será que saíram essas pessoas, esses congressistas? E quem foi que votou neles? É assustador imaginar a resposta.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Filme de terror

Já está até cansativo de tanta repetição. A cada vez que cai mais um corrupto, ouvimos mais ou menos a mesma história: aparelhamento do Estado pelo PT, formação de quadrilha com os próceres dos maiores partidos do país, liderados pelo PT, desvios monumentais de verbas públicas em proporções épicas, intimidação de testemunhas e obstrução de justiça, continuidade delitiva até mesmo depois de presos, confiança absoluta na impunidade, e por aí vão os delitos se sobrepondo.

Os atores desse filme de terror também são quase sempre os mesmos, mudando às vezes, os personagens e os papéis, mas lá estão, sempre, as mesmas caras conhecidas: Palocci, Mantega, Geddel, Jucá, esses são os do segundo escalão. 

De vez em quando aparece também a carantonha de um chefe: um Lula escapando pela escuridão e se escondendo atrás de uma lápide, uma Dilma se fazendo de songa-monga, um Michel Temer fingindo que é apenas o mordomo do filme, mas mostrando os dentes com manchas de sangue.

Há também um personagem secundário, ou terciário, mas cuja presença é sempre sentida, ou intuída, nos bastidores da cena principal. É uma verdadeira Entidade! Seu nome: Gilberto Carvalho, o seminarista!

Desde o caso Celso Daniel, a sombra fugidia de Gilberto Carvalho se faz notar nas entrelinhas de todos os escândalos. O sabujo está sempre lá, discreto, mas fazendo diligentemente o trabalho que lhe mandam fazer. Agora, mais uma vez, a digitais do seminarista aparecem em uma operação escusa, a tentativa de Bendine de intimidar e fazer calar o motorista Sebastião Ferreira, que lhe prestou serviços ao tempo do Banco do Brasil. Bendine tentou fazer contato com o motorista através de Gilberto Carvalho, segundo o juiz Sérgio Moro, para convencê-lo a não depor perante o Ministério Público. Diz o juiz em seu despacho: "...são provas, em cognição sumária, de um vergonhoso episódio, no qual o então presidente do Banco do Brasil teria pressionado testemunha, pessoa simples, motorista que prestava serviços a ele e à instituição financeira, para não falar a verdade, obstruindo assim a Justiça. "

Bendine tentou fazer, com o motorista, o mesmo que fez Palocci com o caseiro. O "modus operandi" da quadrilha é sempre o mesmo. 
E esse filme de terror não acaba. Ficamos, nós, cidadãos, presos dentro dessa sessão de cinema interminável, porque os atores e os personagens não querem sair de cena. Mas terão que sair. Cedo ou tarde, alguém, em algum momento, vai desligar o projetor e nos veremos livres desses monstros, que, despidos de suas máscaras horrendas, terão que enfrentar a realidade nas prisões de Curitiba, Rio, Distrito Federal e outras mais.

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