quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Nação de mendigos

Ninguém está suficientemente treinado para sobreviver a essa calamidade que atende pelo nome de Brasil. O incêndio no Museu Nacional é apenas uma ponta do iceberg de desmandos, incúria, má fé, prevaricação, corrupção e roubalheira pura e simples, que se abateu sobre a administração pública.

Todas as mazelas que vivemos no país são consequência dessa mesma causa.

Historicamente, nunca fomos um país com cidadania plena, nem temos muita noção de coisa pública. A mistura entre o público e o privado sempre foi um dos motivos para o interesse de aproveitadores em ocupar posições importantes na estrutura do Estado, mas no passado havia ainda algum pudor, alguma simulação de respeito ao público e ao país, e isso limitava a ação desses predadores. Aqueles que não conseguiam manter a aura de probidade eram normalmente execrados publicamente e sobreviviam na política às custas de sua clientela a cujos interesses atendiam quando se tornava necessário atender.

Haviam figuras populistas, que se tornaram folclóricas, como Adhemar de Barros, Waldomiro Lobo, Benedito Valadares, Tenório Cavalcanti... Mas mesmo assim eram uma minoria. E corrupto mesmo, dessa turma, só o Adhemar, com quem passou a ser identificado o mote: "rouba, mas faz".

Com a redemocratização, aos poucos, o espaço público foi sendo dominado por espertalhões que acabaram por se tornar a liderança política, sem a qual não se faz nada, não se aprova um projeto. Temer e sua camarilha do MDB não estão lá por acaso, foram levados de andor pelo PT. E o MBD foi parte do governo e apoiador de todos os presidentes desde o fim da ditadura militar, não interessando o espectro ideológico. E isso ocorreu porque todos os partidos tradicionais sempre procuraram o apoio do MDB, que nunca se negou a isso, claro, mas, como qualquer prostituta, desde que lhe pagassem o preço pedido.

Hoje sabemos qual foi o preço. E seguindo o mesmo caminho, outros partidos também passaram a vender seu apoio.
FHC pode ter inaugurado esse estilo de governar com a votação da emenda constitucional da re-eleição, mas Lula e seu partido fizeram disso uma obra de arte. Roubaram à vontade, mas usaram, como ainda usam, a justificativa da "causa política que não se curva à moral burguesa", a "defesa dos pobres" como remissão de todos os pecados. É por isso que, enquanto Aécio se encolhe e se esconde, Lula continua bravateando uma candidatura à presidência.

Realmente, o incêndio que destruiu o Museu Nacional pode ser uma metáfora do Brasil. A organização criminosa conseguiu dominar a administração pública e transformar um país, que poderia ser rico e pujante, em uma nação de mendigos.





quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Palhaçada!

A defesa de Lula e o PT estão colocando a Justiça brasileira contra a parede. O cara já foi condenado, está cumprindo pena e comporta-se como um coronel manda-chuva que não se submete às leis e às decisões do Estado.

O pior é que o Estado, sob o poder Judiciário, deixa-se levar a essa situação ridícula. Em qualquer outro país, um condenado preso, sequer se atreveria a candidatar-se, nem mesmo a síndico, quanto mais ao cargo de presidente do seu país. Aqui, toda essa palhaçada é levada a sério.

O problema é que o poder judiciário no Brasil parece que foi criado para não agir, para não exercer seu poder contra o poderosos. Nessa classe se incluem os muito ricos e os que possuem poder político.

Apesar de preso, Lula continua sendo um intocável. Ao ser decretada sua prisão, ele ainda teve o privilégio de fazer um comício e decidir quando e como se entregaria à Justiça. Recebeu uma cela especial, até com banheiro privativo. Recebe visitas constantes de seus correligionários e culmina, agora,  com a inscrição de sua candidatura, aceita pela Justiça Eleitoral.

Será impugnada, pelo bem e pela preservação de um mínimo de legalidade no país, mas só pelo fato de a inscrição ter sido aceita, isso demonstra o quanto o poder Judiciário se ajoelha diante do caudilho.

O que deveria ter sido feito é a Justiça eleitoral ter recusado a inscrição, pelo simples fato de que Lula é um condenado em cumprimento de pena. Bastaria isso. Como não fez o que devia, agora a Justiça tem que se submeter a essa palhaçada sem fim.

domingo, 5 de agosto de 2018

Martha não está morta!

Martha Suplicy resolveu abandonar a vida pública, ou melhor, a vida partidária. Foi a melhor decisão que tomou nos últimos 30 anos! A psicóloga e psicanalista Martha Suplicy tem uma contribuição muito melhor a dar ao seu país do que a Martha Suplicy política, petista ou peemedebista.

Martha é uma lutadora pela igualdade de direitos da mulher e pelo respeito à diversidade de orientação sexual há muito tempo. Esse importante papel, entretanto, foi abandonado por conta das atividades político-partidárias que exerceu e dos cargos que ocupou.

Acredito que sua opção política tenha sido sincera, embora errada. Todos erramos! A maior parte dos eleitores brasileiros elegeu o PT para governar o país por 14 anos e só há pouco se deu conta que isso foi um erro. Martha também se deu conta e saiu do partido que ajudara a fundar. Mas foi para um partido ainda pior, no meu ponto de vista.

Agora parece que casou-se, pelo visto. Ou a ficha caiu de vez e ela concluiu que deveria voltar para a atividade da qual  não deveria ter saído. Espero que ainda possa dar sua contribuição ao processo civilizatório deste país, lutando pelo reconhecimento legítimo de valores liberais, tai como a igualdade de todos perante a Lei e o direito de plena cidadania das minorias, quaisquer que sejam.

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