domingo, 11 de agosto de 2019

Lambendo botas

Segundo dados do próprio CNJ, no dia 17 de julho, havia no Brasil 812.564 presos. Desses, 41,5% estão presos sem condenação proferida!
Não, não se trata de condenação em segunda ou em terceira instância. Trata-se de condenação em primeira instância mesmo.
Vou repetir: no Brasil, 337.126 pessoas estão presas sem que tenham sido condenadas.

O STF sabe disso. Impossível não saber. No entanto, todo o STF se mobiliza para, no prazo récorde de 6 horas, analisar e decidir sobre o enésimo habeas corpus impetrado pela defesa de um ladrão, já condenado em 3 instâncias e com outra condenação em primeira instância.

E tudo provocado por uma decisão do juízo de execução que resolveu transferí-lo de uma cela especial para um presídio, local onde já deveria estar cumprindo sua sentença.

Vamos lá. Os 337 mil cidadãos, sem sentença condenatória, obviamente não estão alojados em celas especiais. Estão em celas comuns, superlotadas, subjugados às vontades das facções criminosas que mandam nos presídios, correndo permanente risco de serem mortos. Ninguém se importa. Por quê? Porque são pobres, não tem poder, pertencem à subclasse dos párias, dos excluídos.

E o Supremo Tribunal, que deveria ser exemplo de aplicação de justiça, dito guardião de uma Constituição que diz que todos são iguais perante a Lei, fecha os olhos a essa vergonhosa realidade, mas, corre, pressuroso, subserviente, a dar satisfações quando se trata de alguém do andar de cima, como temos visto nas várias vezes em que Lula recorreu a essa casa.

Lula, o semideus, tem um Tribunal lambe-botas para chamar de seu. O STF faz, todos os dias, com que os brasileiros definitivamente não creiam na Justiça de seu país.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Dia dos pais?

Espanto total! Deve haver alguma coisa errada com o meu sistema de avaliação, meus códigos de valores, enfim, devo estar ficando gagá.
Pois li a notícia e não acreditei: Nardoni deixa a prisão para passar o dia dos Pais com a família!!!

É inacreditável gozar desse privilégio um homem que assassinou a própria filha. Podem os juristas e os exegetas do direito argumentar o que quiserem. Nada mudará a realidade! É um fato! Horrível, tenebroso, digno dos piores filmes de terror, mas é um fato. Ele é o assassino da própria filha!

Se está arrependido ou não é outra história. E, nem mesmo o mais profundo e amargo dos arrependimentos será capaz de apagar essa mancha.
Enfim, essa é uma questão de foro íntimo que, sinceramente, não me interessa. Ele que conviva lá com seus demônios e sua culpa, se tiver.

Porém a sua "saidinha" do presídio, especialmente para "comemorar" o dia dos pais, é mais uma agressão perpetrada por essa justiça brasileira, contra a sociedade. É uma agressão a todos os verdadeiros pais, que são capazes de dar a vida pelos seus filhos sem pestanejar e não de tomá-la.

Ao liberar esse facínora para festejar o esse dia, a justiça o está igualando a todos nós.

Do ponto de vista teórico, até parece que somos um exemplo civilizatório, que o sistema penitenciário brasileiro é de primeiro mundo e que casos como esse se deveriam tão somente a distúrbios emocionais.

Nada mais falso, mas acostumamo-nos a ver uma justiça absolutamente dissociada da nação, da sociedade, cuja vontade ela deveria refletir. Uma justiça assim não terá longo futuro. O maior problema então é que sem um judiciário confiável e aceito pela sociedade cairemos na barbárie, mais do que já estamos.



quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Socialismo brasileiro

Não custa repetir George Orwell, que em sua emblemática parábola sobre o socialismo (Animal Farm ou Revolução dos Bichos), deixou-nos essa pérola:
"todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros".
Esse é o resumo do socialismo, essa religião política dogmática, que tanto mal fez e tem feito à humanidade.

Pois aqui em Pindorama temos assistido a essa manifestação, clara e inequivocamente. O partido, supostamente, dos trabalhadores, que prega a igualdade - principalmente nivelando por baixo, mas isso é um detalhe - entre as pessoas, acorreu em peso ao Supremo para pedir exatamente a manutenção dos privilégios para seu líder máximo e semideus.


O apenado iria ser transferido para um presídio "comum" em S.Paulo, mas os súditos não se conformariam com esse nivelamento. Correram ao Supremo para garantir, se não a liberdade, mas que ao menos seu Capo permanecesse na cela especial em Curitiba.

E ainda dizemos que estamos em um estado de direito. Talvez estejamos, mas é um direito parecido com os da novela de Orwell, alguns sempre tem mais direitos que outros. Basta pertencer à classe correta: ser rico, influente ou poderoso, que as leis se adaptam, macias e conformadas, a cada caso excepcional.

Se não, como explicar a prisão especial para Eduardo Azeredo, para Sérgio Cabral, para Lula?

Bastou uma simples ameaça e a coorte de submissos ao Capo se movimentou como pôde para evitar que seu líder fosse transportado para uma cela dita "comum" mas ainda muito superior em qualidade àquelas que abrigam a grande massa carcerária pobre desse país desigual; massa desvalida com a qual eles pouco se preocupam.

É assim o socialismo! Está em casa no Brasil!

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