quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Ele fala javanês

Para quem não sabe, Lima Barreto escreveu um hilário conto chamado "O homem que sabia javanês". Nessa alegoria, conta a história de um desempregado que fingiu saber falar javanês para conseguir um emprego e acabou ascendendo à carreira diplomática por ser o único que sabia tal idioma.
Referindo-se a esse conto, o ministro Barroso, do Supremo, escarneceu publicamente do voto de Dias Tófolli sobre a questão do COAF: "parece que agora vamos ter que aprender javanês".

Nada mais precisa ser dito. O que é Dias Tófolli, senão um novo especialista em javanês? Esse incompetente, com ares de sumidade intelectual falsificada, não tem a qualificação sequer para advogar em porta de cadeia. No entanto, por sorte dele e azar nosso, encontra-se sentado na cadeira mais alta do poder Judiciário.


Que não se fale de corrupção, nem prevaricação, mas apenas e tão somente na incapacidade funcional do sujeito. Não foi aprovado em dois concursos para juiz de Direito! E cabe na cadeira da Corte Suprema?! Um espanto! Só no Brasil se permite uma aberração desse tipo.

Isso precisa ser remediado rapidamente por emenda constitucional que estipule um mínimo de escolaridade e critérios objetivos e mensuráveis para que alguém possa ser indicado ao cargo. Não bastam afirmações genéricas e vazias de conteúdo, tais como reputação ilibada e notório saber jurídico para qualificar alguém a assumir cargo tão importante.

Tanto a reputação, quanto o notório saber são critérios muito, muito subjetivos e sujeitos às interpretações e narrativas ideológicas, como temos visto. Aí, dá no que deu! Um falante de javanês assume a cadeira de presidente do Supremo e, como ninguém mais fala idioma tão importante, o que ele diz não pode sequer ser entendido, muito menos contestado.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Justiça a la carte

O STF inaugurou agora a Justiça a la carte. É servida conforme o gosto do cliente, que - é claro! - tiver condições de pagar por prato tão fino.
O serviço, nesses casos, é de primeira. Os garçons usam togas pretas e são chamados de excelências! Pensam até que são importantes, mas só estão alí a serviço. Os pratos do cardápio quem escolhe é o freguês:
-Sai uma dobradinha de "habeas corpus"?
-Quem sabe um ensopado de embargos infringentes ao molho Kakay!
-Ou um arroz de Lula à Gilmar Mendes!

Tudo se pode pedir, desde que se possa pagar.
Hoje é dia de festa em Brasília, os milionários escritórios de advocacia, pagos com dinheiro roubado conseguiram o que queriam.
Ganharam! E o Brasil que se dane!

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Humanidades A e B

A humanidade está rachando. De um lado estamos vendo espécimes de uma humanidade saudável, conectada, biônica, com expectativa de vida de mais de 100 anos, a humanidade A; de outro lado, convivendo na mesma cápsula do tempo, uma outra humanidade, doente, ignorante, atrasada, com expectativa de vida de 30 anos ou menos. A humanidade B.

Geneticamente ainda somos da mesma espécie.  Em breve, já não seremos.
Essa diferenciação acabará por criar duas espécies biologicamente diferentes. O processo se iniciou há 500 anos, mas foi se acelerando no século XX e o fosso entre essas duas sub-espécies já é evidente.

Vejamos apenas alguns dados elucidativos. Existem hoje 243 milhões de crianças e adolescentes que não estão frequentando escola alguma. Nessa multidão, os 10 países com maior número de crianças e adolescentes fora da escola são, na ordem, Somália, Sudão do Sul, Niger, Burkina-Faso, Mali, Afeganistão, Síria, Chad, Guiné e Senegal. A lista continua, com a preponderância absoluta da África.

Em número de analfabetos a lista é quase a mesma. Dos 20 países com maior número de analfabetos, 18 estão na África.

Do outro lado do muro, o lado da humanidade A, as 20 melhores universidades do mundo são, na ordem: MIT (USA), Stanford (USA), Harvard (USA), Oxford (UK), Cambridge (UK), CalTech (USA), Princeton (USA), Chicago (USA), Yale (USA), Berkeley (USA), Columbia (USA), Imperial College (UK), Pennsylvania (USA), ETH-Zurich (Suíça), John Hopkins (USA), UCLA (USA), UCL (UK), Cornell (USA), Washington (USA) e Nanyang (Singapura). São 14 universidades americanas, 4 do Reino Unido, 1 da Suíça e 1 de Singapura.

O que esses dados nos dizem? Apenas confirmam essa realidade bruta. O fosso entre esses dois mundos só se larga e, cada vez, mais rapidamente. Façamos as hipóteses que quisermos, mas, eu penso que não tem volta. O racha está criado.




Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa