quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Fanatismo

O funeral do general Soleimani matou mais gente que o ataque americano! Foram 7 iranianos mortos no ataque e mais de 50 pisoteados no seu funeral. 
E depois disso, um míssil disparado de terra atingiu o avião da Ukraine Airlaines e matou mais 176 pessoas. Entre elas havia 82 iranianos.
Isso mostra que os iranianos são mais perigosos para seus compatriotas que o grande Satã.

Uma coisa já devia ter ficado clara para a humanidade: religião e poder político são misturas fatais. O poder político, por si só, já é um problema. Não se inventou ainda um método suficiente para controlá-lo e, nas mãos de um ser humano desequilibrado, esse poder sempre causou muitos estragos e muito sofrimento.

Quando, além do poder político, essa pessoa ou grupo detém também o poder religioso, aí o estrago se potencializa em uma escala gigantesca. A história tem nos mostrado isso. A Inquisição é um exemplo clássico, mas as recentes assunções do Islã à política, são exemplos vivos e terríveis do mal que uma religião pode fazer.

A crença religiosa, qualquer que seja, tem como componente principal a irracionalidade. Não há religião racional. Não pode haver. A palavra crença, automaticamente, exclui a racionalidade, cuja característica é descrer, é questionar, é duvidar.

Quem questiona e duvida (o ser racional) não pode ser religioso. A autoridade religiosa exije submissão. Por acaso, ou talvez nem tão por acaso, a palavra Islã significa submissão. O crente se submete a Deus e pronto. Não pergunta, não duvida, não questiona. Para que essa submissão ocorra, é necessário que as leis religiosas tenham origem divina, ou então não teriam essa validade absoluta. As religiões mais fanáticas consideram seus livros sagrados como inspirados ou ditados pelo próprio Deus.

A partir daí, tudo se justifica: o maior absolutismo, os maiores absurdos, os maiores crimes. E, quem duvida ou não aceita essa imposição é execrado, é um infiel, um excomungado. Daí os grupos religiosos, com poder nas mãos, serem mais intolerantes e seus seguidores, mais fanáticos. O Islã é o exemplo atual. O Islã está em guerra permanente contra os "infiéis". E o "ocidente" tem sido demasiado tolerante e leniente com os muçulmanos dentro de suas próprias fronteiras.




domingo, 5 de janeiro de 2020

E agora, Macron?

Tenho a impressão que a decisão de Trump em ordenar a morte do general iraniano teve um propósito político interno. As eleições estão aí e Trump, apesar da alta popularidade, sofre um processo de impeachment.
Esse ato de agressão, aparentemente inócuo e desnecessário, contra o Irã, não passa de uma provocação. Não foi uma ação anti-terrorista, como a Casa Branca, quer fazer crer, mesmo porque o terrorismo não cessa com a morte de Soleimani, ao contrário, exacerba-se.
Então, qual seria o real motivo para que Donald Trump crie essa tremenda provocação e aumente em muitos graus a tensão no Oriente Médio? Ele está praticamente pedindo um ação violenta por parte do Irã. E haverá! O Irã não vai deixar de retaliar.
Então, quem ganha o quê com isso? Para os americanos e, em menor grau, para os europeus o risco aumenta e muito! 
Acontece que os americanos  tem a tradição de se enrolarem na própria bandeira e se alinharem com o líder de plantão - qualquer que seja ele - em períodos de risco e perigo. É isso que está nos planos de Trump. Ao criar um conflito externo, contra um inimigo fácil de ser provocado e com uma imagem bem estabelecida de vilão, ele monta uma estratégia eleitoral dificilmente superável pelos democratas e os coloca contra a parede.
Quem se atreveria a criticar um governo em ofensiva contra um inimigo externo? Isso seria visto como anti-patriotismo, um crime imperdoável para a opinião pública americana.
Do ponto de vista internacional, a França e Alemanha vão pedir calma e talvez condenar discretamente a ação dos Estados Unidos, mas sem maiores consequências. O Iraque já está alinhado com seu antigo arqui-inimigo e assim vai continuar. Israel vai fingir de morto e o Irã vai ter que deixar cair a máscara e assumir integralmente seu papel de financiador do terrorismo internacional. O tal tratado de pseudo-contenção do programa nuclear iraniano já foi pro brejo.
Melhor assim, afinal, até as pedras sabem que o Irã jamais deixou de avançar em seu objetivo de se tornar uma potência nuclear, com tratado ou sem tratado.
Agora, as coisas ficam mais explícitas e mais claras. Todo o mundo vai ter que escolher seu lado. Não vai dar mais para ficar em cima do muro, ouviu Macron?

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Um país sem esperança

Pra variar, ficamos no meio do caminho. O pacote anticrime, do ministro Sérgio Moro, foi desfigurado pelos ínclitos deputados e senadores, como seria de se esperar, visto ser o Congresso Nacional nada mais que um covil de ladrões.
Esperava-se, no entanto, que o presidente vetasse os penduricalhos estranhos, como a figura do Juiz de Garantias, introduzidos no texto original, de modo a manter o pacote o mais próximo possível daquele produzido pelo ministro da Justiça.
Eis que Bolsonaro, um traidor, saca de sua caneta Bic, vagabunda e populista, e resvala pelo texto, deixando intacto o pior de todos os jabutis.

 Alegria no Congresso, alegria no PT e na esquerda! Quem diria que o PT estaria aplaudindo algum ato do Bolsonaro!
É assim, infelizmente, a política podre que se faz no Brasil. São uns protegendo os outros e vice-versa. 

Na hora em que o calo aperta, todos colaboram, não importa a cor da camisa, não importa a ideologia. Aliás, não se pode falar em ideologia em relação a organizações criminosas e o que existe na política brasileira, com raras e honrosas exceções, são organizações criminosas. Umas de maior, outras de menor porte, algumas familiares, outras quase individuais, mas o todo funciona assim: cada um surrupia onde pode e, no momento em que são ameaçados, unem-se informalmente em busca de se proteção.

O que Bolsonaro está fazendo é tão somente blindar seus filhos larápios e, sabe-se lá se são só os filhos. Acabou com o COAF, uniu-se a Dias Tóffoli que bloqueou o processo do filho Flávio e agora sanciona essa lei sem vetar o pior de todas as excrescências nela alojadas.

Será que estamos condenados ao subdesenvolvimento e à corrupção eternamente?Parece que esse país não tem jeito. Até eu, que sou incorrigível otimista, estou perdendo as esperanças.

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