segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021
Estelionatário
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
No quartel...de Abrantes!
A pergunta a se fazer não é se o Estado brasileiro é mais, ou menos, eficiente. A questão é se já houve um Estado no Brasil, que possa ser chamado por esse nome. Existe uma classe que se aboletou no poder desde as caravelas, que não tem a menor noção de coisa pública, que só pensa nos próprios interesses e que se especializou em desenvolver mecanismos muito eficazes de autopreservação.
"Façamos a revolução, antes que o povo a faça". Essa frase deveria ter sido proferida por Maria Antonieta enquanto dava tempo, mas foi proferida por um dos próceres da política nacional, o governador mineiro Antônio Carlos de Andrada. Essa frase resume a ideologia dessa classe política. Em primeiro lugar, distingue-se do povo, contra o qual quer agir rápido. Em segundo, se deixar o povo agir, seus privilégios estarão perdidos. Terceiro, sabe muito bem se apropriar dos desejos da plebe e fingir realizá-los para que a plebe se acalme e tudo continue como dantes no quartel de Abrantes.
Há uma versão italiana, cujo Estado é tão capenga como o nosso, dita pelo personagem do romance de Lampedusa, o príncipe de Falconieri: "Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude".
Tudo isso me vem à mente, ao assistir ao vídeo do espólio encontrado em presídio de Goiás: 22 pistolas e revólveres, 4423 munições, 527 celulares, 1538 chips de celular, 1 celular via satélite, entre outros "brinquedos". Como é que isso acontece? Todos nós já sabemos ou imaginamos.
Ao fim e ao cabo, chega-se à mesma conclusão: não há Estado no Brasil. O que há é um ajuntamento interesseiro de uma classe que nunca deixou o poder, mesmo quando aparentava fazê-lo.
Enquanto isso, nós, o povo, que não reage, continuamos a viver no quartel de Abrantes.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
Fora isso
No Brasil, a esquerda é hipócrita, a direita é burra e o centro é corrupto. Essa frase poderia ser atribuída a Roberto Campos, mas não é dele. Eu diria, reformando o texto, que a esquerda é hipócrita e corrupta, a direita é burra e corrupta e o centro é corrupto e corrupto.
A corrupção está em todas as bases. A corrupção é um esporte nacional, desde um simples fura-fila de vacina, até as centenas de milhões surrupiados da nação, na cara-de-pau. Sendo assim, ela impregna todo o sistema e cria mecanismos para sua perpetuação. É como um virus, que, inclusive, sofre mutação quando se sente ameaçado.
Os fanáticos e os ingênuos ainda pensam que o governo Bolsonaro luta contra a corrupção. Eu também já fui ingênuo, não posso apontar o dedo aos demais. Mas Bolsonaro se distingue dos demais corruptos pelo seguinte: primeiro, é burro, limitado intelectualmente. Essa é uma característica da direita fanática da qual ele não escapa; segundo, é corrupto de baixo clero, tipo Severino Cavalcanti, contenta-se com alguns caraminguás, rachadinhas e coisas semelhantes. Mas Bolsonaro é louco também, não se importa em botar fogo no país se lhe surgirem as oportunidades e por isso, talvez, seja tão perigoso quanto Lula.
Agora, demonstrando que sua liderança não tem rumo, diante dos erros primários cometidos durante a pandemia, com a taxa de aprovação em queda livre, só resta a ele cair no colo do Centrão corruptão integralmente. Fora isso é o impeachment.
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