quarta-feira, 9 de julho de 2025

Correndo atrás do próprio rabo

 O Brasil é um país que anda em círculos! Quanto mais andamos, mais chegamos ao mesmo lugar. Agora mesmo parece que estamos assistindo a um filme velho, com os mesmos atores canastrões, as mesmas figuras manjadas, as mesmas caras safadas, o mesmo papel. Uma pornochanchada da pior qualidade.

A economia está se desmanchando, mais uma vez. A inflação, principalmente dos alimentos, volta a assombrar e corroer o poder de compra dos salários. Como consequência, os juros sobem também, prejudicando a produção e os investimentos. Já vimos esse filme no apagar das luzes do governo Dilma e,  por essa toada, a recessão brava não demora a se instalar de novo. 

O governo Lula recebeu um país saneado, com superavit primário e inflação sob controle. Apesar dos ataques politiqueiros, o agronegócio ia colocando o Brasil entre os maiores produtores de alimentos no mundo. Ao assumir o governo, com todo o oba-oba dos petralhas, acharam que iam deitar e rolar como já haviam feito. A gastança desenfreada comprando apoios e beneficiando os "de casa" veio com força, como se o mundo fosse acabar depois deles. "Aprés moi, le diluge" já disse uma cabeça coroada francesa, prevendo que outras cabeças rolariam em um dilúvio de sangue.

Lula se faz de Maria Antonieta, mandando o povo, que não tem pão, comer picanha. E viaja sem parar, usufruindo daquilo que serão as suas últimas benesses no poder. Ele sabe disso, portanto, quer aproveitar o máximo que conseguir. Depois, pode ser que seja encarcerado de novo. Quem sabe? O poder é mutável e volúvel como uma prima-dona. Quem diria, por exemplo, que Donald Trump voltaria à presidência?

Os ratos já começaram a abandonar o barco furado. Sensibilidade para isso eles tem. Agora é aguentar esse ano e meio de desmandos e roubalheira, para reconstruirmos, mais uma vez, o país em 2027.

Vamos ver se então, conseguiremos sair do círculo vicioso definitivamente.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Portugal brasileiro

A colonização portuguesa na África, Ásia e América foi um horror. Não que alguma colonização tenha sido boa, mas a colonização ibérica de modo geral, além de especialmente sanguinária, foi catastrófica para os colonizados mesmo após a descolonização. A Espanha foi responsável pelos genocídios dos Aztecas e dos Incas. Portugal dizimou populações indígenas no Brasil, além de traficar populações inteiras da África para cá, trazidas como escravos. Um quinto dos que saiam na África, morriam dentro dos navios negreiros, que eram também chamados de tumbeiros por causa da quantidade de mortos. 

Isso foi o passado, dizemos. Mas, até a morte do ditador Salazar, em 1970, a atitude portuguesa na África não foi diferente. A descolonização só terminou  em 1975 e nenhuma ex-colônia portuguesa, incluindo o Brasil, pode se gabar de ter uma situação social ou econômica invejável. 

Agora, Portugal está sendo invadido por brasileiros. Ex-colonizados migrarem ao país colonizador não é novidade, porém, o que nesse caso é diferente, é que os imigrantes atuais, em Portugal, não são pessoas despossuídas em busca de acolhimento. Ao contrário, são pessoas de classe média alta, ou francamente ricas, que resolveram viver em um país europeu, sem os problemas de violência e corrupção que temos aqui, e, supostamente, com mais facilidade de integração por questões históricas, culturais e linguísticas. Aí é que reside o engano! O povo português está cada vez mais revelando uma xenofobia insuspeita até então. Apesar de a economia portuguesa depender cada vez mais do mercado brasileiro, no dia a dia a convivência tem se tornado árida, áspera, quando não francamente agressiva. É isso que tem sido reportado nas redes sociais. Vídeos e mais vídeos demonstram o desprezo, a raiva, de portugueses com relação aos brasileiros que lá vivem. 

Eu diria que o primeiro componente desse comportamento é o despeito. Portugal é um país pequeno geograficamente, mas é também tacanho na mentalidade. Depois das grandes navegações e de alguns inegáveis bons escritores, nada de extraordinário surgiu naquela terra. Saramago, em "Jangada de Pedra" faz uma alegoria em que Portugal se separa fisicamente da Europa e sai à deriva pelo oceano Atlântico. Muito interessante essa alegoria, afinal Portugal jamais foi um país plenamente europeu, no sentido cultural. 

Ao mesmo tempo, Portugal não é africano, nem asiático. Poderia, sim, talvez, estreitar laços com o Brasil, o que os beneficiaria enormemente, dado que somos um mercado 20 vezes maior. Para isso, deveriam se despir de sua arrogância e admitir que sua ex-colônia é hoje, apesar de tudo, uma potência econômica incomparável com a terrinha. Aceitar a convivência com os brasileiros que para lá migraram, vai mudar sua cultura, o seu falar, a sua música, os seus gostos, as relações sociais da juventude e isso já está acontecendo, quer queiram, quer não queiram. 

Mas as mudanças que se vêem, até agora são benéficas. Lisboa está se despindo da vetustez e assumindo ares de metrópole jovial, festiva, o que vem atraindo também o turismo de outros países europeus. É uma mudança inexorável! Melhor aceitá-la com alegria, do que com ressentimento. Afinal, o destino se cumpre ao revés. Ao invés de o Brasil se tornar um imenso Portugal, será Portugal quem vai se transformar num pequeno Brasil na Europa.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Novos ventos

 

Em uma de suas raras entrevistas, George Orwell revisita o tema de seu livro "1984" e comenta que ainda viveríamos um período de “guerras civis, bombardeios, execuções públicas, surtos de fome e de epidemias, e renascenças religiosas”. 

Diz ainda “Alguém poderia contestar que as minhas predições são sombrias demais”, concluía. “Mas serão de fato? Acho que vão mostrar, pelo contrário, que fui otimista demais. 

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência, até mesmo as pandemias viróticas e surtos de religiosidade extremada estão aí, a demonstrar o quanto ele estava certo.

Orwell realmente não acredita no ser humano, ou melhor, nas organizações humanas. Em seu outro livro famoso, "Revolução dos Bichos", ao fazer uma sátira dos governos "revolucionários" de esquerda, critica também, por extensão, qualquer organização humana que se sobreponha ao indivíduo.

Depois de 2 séculos de coletivismo, adotado à força por regimes totalitários e incensado por plateias pseudo-intelectuais de esquerda mundo afora, tudo indica que o liberalismo está vencendo, finalmente, a guerra cultural. Já passava da hora de isso acontecer. É a força da criatividade humana, sem amarras ideológicas, sem tolhimentos de qualquer natureza, expressando-se com liberdade, que traz progresso e bem estar. O oposto só perpetua a dependência e o atraso, pois é daí que tira seu sustento político.

Parece que estamos acordando. 

As recentes eleições de Trump nos Estados Unidos e Bolsonaro aqui foram o prenúncio da mudança. Não que um ou outro representem o pensamento liberal. Nenhum dos dois pode servir de exemplo de um governo liberal, mas foi um passo. E agora está na hora de avançarmos  mais nessa direção. A Argentina está mostrando que pode ter superado o populismo peronista. O Uruguai, com Lacalle Pou,  já saiu da esfera da esquerda há mais tempo. O Chile na semana passada elegeu uma bancada majoritariamente de direita para reescrever a Constituição. 

Está chegando a hora de darmos um basta no Brasil a essa experiência nefasta do populismo lulista. E não precisa ser com Bolsonaro, aliás é melhor sem ele. Temos aí novos líderes despontando, que podem e devem renovar o quadro político brasileiro, de Eduardo Leite a Tarcísio de Freitas, passando pelo Zema, obviamente. Aguardemos.



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