quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

De boas intenções o inferno está cheio

Começou o governo Dilma! Jornais estampam hoje o programa do que será a primeira reunião ministerial, amanhâ, dia 14/01.  Por via das d[uvidas, saltou o dia 13. Pois bem, analisando o que a Presidente quer e dirá aos ministros, até que o programa não é dos piores. 
Começa pelo gasto público, uma farra no governo anterior, que a presidente quer sob controle. Já definiu que o salário mínimo vai seguir a regra estabelecida e ficar em 545 e pronto. Se vier mais do Congresso ela veta. 
Vai dizer que não acatará indicações políticas para as agências. Quer que elas tenham independência tanto do poder econômico, quanto do próprio governo. Em qualquer país do mundo isso seria o normal, mas no Brasil é o caso de dar os parabéns e até soltar foguetes.
Reiterará o compromisso com a ética e as práticas republicanas, apesar de manter em seu quadro de ministros alguns notórios malversadores do dinheiro público, como o ministro do Turismo e a ministra da Pesca com suas verbas indenizatórias,   ou de comportamento ético duvidoso, como o Palocci. Mas, voltando ao tema, o compromisso com a ética é bem vindo apesar de não ser mais que a obrigação do homem público.
Ainda mais: quer estabelecer um marco regulatório para a mineração; reestruturar as empresas distribuidoras de energia; preocupa-se com o câmbio e vai intervir quando necessário; não vai fazer reforma previdenciária, nem tributária, mas vai desonerar a folha de pagamento das empresas e fazer algumas mudanças tributárias puntuais; vai segurar gastos do orçamento de 2011 e quer, de cada ministro, uma meta de redução de gastos no seu ministério. Coroando tudo isso, estabelecerá um Conselho de Gestão. Nenhuma palavra sobre a saúde e nem sobre a educação básica. Bem, diz que quer formar mais serralheiros e eletricistas e que vai atrair mestres e doutores com salários melhores, mas nada disso resolve o problema da educação básica, da qual o país está cada vez mais carente.
Não se pode negar que as intenções são boas, apesar da falta de uma política de saúde e saneamento básico, uma política de segurança pública eficaz e, repetindo, a questão da educação que permanece em aberto. Mas, como nem tudo é possível, se o governo conseguir ao menos fechar os ralos por onde escoa o dinheiro do Erário e mudar as práticas de governança da coisa pública, já terá sido muito. Para dizer a verdade, não espero nem mesmo isso, pois afinal os sinais continuam contraditórios. Acham que um Edison Lobão, sarneysista de carteirinha, vai se dobrar a essa gestão profissional e austera? E quem vai tirá-lo de lá, se não se comportar?  O PMDB, no segundo e terceiro escalão, vai abandonar as práticas não contabilizáveis? Ideli Salvatti, que não terá nada para fazer no anódino ministério que ocupa, vai resistir em usar as mordomias do cargo para fazer viagens internacionais de reconhecimento de técnicas pesqueiras? E o vetusto ministro do Turismo, vai parar de frequentar motéis suportado com o nosso dinheiro? 
Os problemas de Dilma no governo não virão da oposição, mas sim, substancialmente, dos aliados. Como já disse: as intenções são boas, mas o inferno...



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