terça-feira, 20 de setembro de 2011

E agora essa do IPI...

Dizem na roça que "em tempo de chuva todo sinal é de chuva". No governo do Brasil, tudo que acontece é motivo para aumentar imposto. O governo Dilma dá sinais contraditórios não somente na política, mas também na economia. Há pouco tempo a presidenta dizia-se preocupada com a crise econômica e o risco de contágio à economia brasileira. Queria estimular o povo a consumir, tanto que resolveu impor ao Banco Central o corte na taxa de juros, passando, como um trator, por cima de qualquer veleidade de autonomia dessa instituição. Preocupava-se também, dizia a presidenta, com a competitividade das empresas brasileiras frente às importações em virtude da nossa moeda fortalecida. Pois bem, justo agora que nossa moeda perdeu em 49 dias (de 25/07 a 11/09) cerca de 18% em valor frente ao dólar, D. Dilma resolve aumentar o IPI sobre carros com componentes importados. O discurso é, como sempre, "proteger a indústria nacional", como se o Brasil só produzisse carros. E os calçados, a indústria têxtil, de brinquedos, eletrodomésticos, eletrônicos e quinquilharias em geral, que são muito mais afetados pelas importações da China? Não merecem a atenção presidencial, nem proteção? Não dão empregos? Não pagam impostos? Pois a poderosa indústria automobilística "nacional" - que lá fora produz veículos de boa qualidade e de preços muito mais baixos e aqui as carroças conhecidas de sempre - segundo a presidenta e seu assecla, digo assessor, o ministro da economia, precisa de proteção "tadinha" pois não consegue concorrer com os carros coreanos e agora também os chineses que chegam por aqui. Segundo o discurso oficial estão protegendo os empregos no Brasil exatamente quando temos uma das mais baixas taxas de desemprego históricas. E o povo, como fica? Vai pagar mais esse imposto indireto se quiser comprar um veículo com mais conforto ou mais segurança do que lhes é oferecido pelas montadoras multinacionais estabelecidas aqui. Por outro lado, as montadoras estão com sorrisos até as orelhas. Suas "filiais" brasileiras já eram as que mais davam lucro entre as unidades espalhadas pelo mundo. Agora, sem a concorrência externa, dificultada pelo imposto adicional de 35%, além das pesadas taxas de importação e da recente desvalorização cambial, as montadoras locais vão espertamente aumentar também os seus preços (oferecendo, é obvio, as mesmas porcarias). O governo ganha dos dois lados pois com o aumento dos preços aumenta a arrecadação de IPI, PIS, COFINS e ICMS dos automóveis produzidos aqui. E nós ficamos acachapados, pagando mais tributos e sem possibilidade de escolha, como sempre. Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra! Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência!

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