segunda-feira, 8 de março de 2021

Entre duas bostas

No Brasil certas coisas não acabam. Andamos, andamos e, como condenados, não saímos do lugar. Essa pena, nem Dante conseguiu imaginar em sua Comédia. Somos condenados a arrastar, como Sísifo, essa carga que constitui o Estado brasileiro, sobrecarregada com os bandos de políticos corruptos que tornam esse tormento ainda mais pesado.

Quando aparece no horizonte uma réstia de esperança, ela logo se esvai, como chuva de verão. Agora, por obra e graça do Facchin, Lula está inocentado. Como uma mágica, de repente, numa canetada, desaparecem todos os "malfeitos". Lula, livre, leve e solto pode concorrer à presidência em 2022. 

E, como efeito colateral, Facchin acabou de dar um senhor reforço à candidatura de Bolsonaro, que estava se desmilinguindo. E a corrida presidencial, então,  se anuncia um "deus-nos-acuda". Dependendo dos ânimos e das provocações dos petistas, essa será talvez a mais sangrenta campanha política da história brasileira.

Condenados estamos a ter que escolher entre o fogo e a brasa. Entre uma extrema porcaria de direita e uma extrema porcaria de esquerda. O Brasil não merecia isso. Já tivemos demais. Nossa economia não anda. O desemprego não cede. A corrupção não pára. Os poucos voos que, apesar de tudo, conseguimos alçar, não passam de voos de galinha. Nossa queda já está prevista com antecedência.

Por quanto tempo, suportaremos isso, sem reagir?


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo! Deixe aqui seu comentário:

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa