terça-feira, 25 de outubro de 2022

As duas Cármens

Facchin votou. Cármen Lúcia votou. E daí? Daí que esses dois votos devem entrar para os anais (nos dois sentidos) da história das mediocridades da Justiça brasileira.

Carminha já foi devidamente criticada por um ex-ladrão, ex-aliado do PT, ex-deputado, ex-mensaleiro, em termos de baixo calão, mas ela deu motivos. O voto dela também foi de baixo calão. Afinal, declarou, alto e bom som, que aquilo que estava sendo aprovado era inconstitucional, que a Constituição não admite "em hipótese nenhuma" a censura à liberdade de expressão, "mas"...apenas naquele caso...sabe como é... a gente deixa, né? 

O que se deve dizer dessa contradição em termos, explicitada por uma agente do Estado, exercendo um dos mais altos poderes desta república bananeira? Não há mais nada a dizer. O Jefferson tropical já disse tudo.

Quanto ao outro voto, o Facchin também deu um show. Disse ele: "a disseminação de notícias falsas, no curto espaço do processo eleitoral, pode ter a força de ocupar todo o espaço público, restringindo a livre circulação de ideias."

  1. Quer dizer então que se restringe a livre circulação de ideias (falsas ou não) para proteger a livre circulação de ideias?
  2. Quem é que determina o que é verdadeiro ou não? Teremos agora um Ministério da Verdade, tal qual em "1984"? É o STE/STF que decide qual notícia é falsa e qual é verdadeira?
Percebem o viés socialista, na sua grande visão do Estado totalitário controlando, se possível, os pensamentos da população? O Estado é quem sabe tudo. O Estado é quem decide o que é melhor para o cidadão, criatura infantil e desprovida de raciocínio, que necessita um tutor a lhe guiar os passos e os pensamentos.
Com seu voto, Facchin está a dizer que o eleitor brasileiro não tem capacidade para decidir se acredita ou não em uma notícia, entretanto está apto a decidir em quem irá votar. É espantoso, para dizer o mínimo. E essas sumidades escancaram tais raciocínios sem o menor pejo.

Ele mesmo diz, mais à frente, fazendo um jogo de palavras tão pretencioso quanto ridículo: "a liberdade de expressão não pode ser a expressão do fim da liberdade."

Então tá então, Carminhas.


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