Ontem senti vergonha alheia ao assistir ao julgamento do mensalão. Vergonha pelo ministro Ricardo Lewandowski, antes mesmo da intervenção do ministro Barbosa, ao vê-lo descaradamente assumindo o papel de advogado de defesa de um dos réus, o Sr. Emerson Palmieri.
Segundo Lewandowski, Palmieri, coitadinho, só acompanhou Marcos Valério e seu advogado Tolentino a Portugal em visita à Potugal Telecom e mais nada, nem participou da reunião com o presidente da empresa... Poderia ter dito, acompanhou-os com candura, como gosta de se referir às atitudes dos réus.
Me envergonhei pelo ministro porque como cidadão brasileiro e patriota, admirador do Supremo,  não poderia admitir ver um de seus membros se comportar de maneira tão indecorosa.
Não entro no mérito do seu voto. Ele que vote como quiser ou como puder, de acordo com seu conhecimento, convencimento ou consciência. Absolva, condene, isso é uma prerrogativa sua. Mas não precisava expor uma moça que nada tem a ver com a Ação Penal. Como disse o ministro Barbosa, se essa moça fosse de classe social mais elevada, seu nome não teria sido sequer citado naquele contexto.
Não precisava também referir-se ao processo de privatização do governo Fernando Henrique, misturando as bolas, ou seja fazendo o mesmo discurso de Lula e demais mensaleiros que se defendem dizendo que a compra de votos  começou antes, no outro governo. 
Pois bem, se começou antes (o que não descarto) que se abra um processo com relação aos possíveis crimes anteriores (como aliás já está aberto e em curso, no caso do Sr. Eduardo Azeredo) e que os ministros se manifestem sobre esse assunto no bojo dessa nova Ação Penal. Ao tentar misturar os fatos, o ministro Lewandowski não age com candura, nem com ingenuidade, mas com malícia mesmo, fazendo um jogo que deveria ser o jogo dos advogados de defesa dos réus.
Como disse o ministro Ayres Britto: "como não saber", quem estava no processo, "que aquilo tudo era ilegal?" Como não saber, ou suspeitar, que o recebimento de tais quantias em dinheiro vivo não poderia ser legal?
Ora, em um país como o Brasil, em pleno século XXI, é preciso ser muito cândido ou cara-de-pau para se inferir o contrário.
Não se pode supor que um ministro do Supremo Tribunal seja ingênuo e acredite nessa candura toda.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Ponto sem nó
Sarney não dá ponto sem nó. Quando era um dos próceres da ARENA (depois PDS), partido de sustentação da ditadura militar, ao perceber a mudança dos ventos, deixou o partido e criou a Frente Liberal que se aliou ao partido então de oposição, PMDB, saindo daí candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo. Chegou à presidência, pela morte de Tancredo, sem um voto sequer.
Passa o tempo e Sarney, que era execrado por Lula, passa a ser um aliado de primeira classe, um sustentáculo do regime lulo-petista, com todas as benesses que isso pôde trazer.
Eis que, Sarney dá outra guinada. A presidenta indicou, a toque de caixa, o Sr. Teori Zavaski para a vaga do ministro Peluso e a toque de caixa foi agendada a sabatina formal pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Pois a tal sabatina teve que ser interrompida em função do início de sessão do plenário e Sarney posterga a continuação para depois das eleições. Diz fazer isso atendendo a pedido da oposição.
Ótimo, excelente que o faça. Não há necessidade de toda essa correria e a assunção de novo ministro em meio ao julgamento mais importante da história só pode tumultuar o processo, que por si só já é bastante complicado. Ainda mais quando esse candidato a ministro, em sabatina, recusa-se a expor seu pensamento, sua ideologia.
Eis que Sarney, como presidente do Senado, toma uma atitude sensata e independente em relação ao poder executivo. O que isso quer dizer? Posso até estar cometendo uma injustiça, mas o passado desse senhor nos permite concluir que aí tem coisa! Tem boi na linha! Há mais coisas no ar, além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé.
Quererá isso dizer que Sarney há farejou nova mudança de ventos? Que já pressentiu o fim da linha para o lulo-petismo? E que se prepara, mais uma vez, para sair à frente, liderando outra corrente política, aquela que finalmente vai "salvar" o Brasil e "renovar" a maneira de se fazer política nesse país? Tudo é possível. Nesse estranho país ao sul do equador, tudo é possível!
Passa o tempo e Sarney, que era execrado por Lula, passa a ser um aliado de primeira classe, um sustentáculo do regime lulo-petista, com todas as benesses que isso pôde trazer.
Eis que, Sarney dá outra guinada. A presidenta indicou, a toque de caixa, o Sr. Teori Zavaski para a vaga do ministro Peluso e a toque de caixa foi agendada a sabatina formal pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Pois a tal sabatina teve que ser interrompida em função do início de sessão do plenário e Sarney posterga a continuação para depois das eleições. Diz fazer isso atendendo a pedido da oposição.
Ótimo, excelente que o faça. Não há necessidade de toda essa correria e a assunção de novo ministro em meio ao julgamento mais importante da história só pode tumultuar o processo, que por si só já é bastante complicado. Ainda mais quando esse candidato a ministro, em sabatina, recusa-se a expor seu pensamento, sua ideologia.
Eis que Sarney, como presidente do Senado, toma uma atitude sensata e independente em relação ao poder executivo. O que isso quer dizer? Posso até estar cometendo uma injustiça, mas o passado desse senhor nos permite concluir que aí tem coisa! Tem boi na linha! Há mais coisas no ar, além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé.
Quererá isso dizer que Sarney há farejou nova mudança de ventos? Que já pressentiu o fim da linha para o lulo-petismo? E que se prepara, mais uma vez, para sair à frente, liderando outra corrente política, aquela que finalmente vai "salvar" o Brasil e "renovar" a maneira de se fazer política nesse país? Tudo é possível. Nesse estranho país ao sul do equador, tudo é possível!
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
O império contra-ataca
O grupo, que impera  atualmente na política brasileira, representado pelos partidos da base aliada, resolveu contra-atacar. Publicou manifesto jogando toda a responsabilidade pela existência do julgamento do Mensalão nas costas da oposição. Isso é golpe, dizem eles.  Comparam a situação atual aos momentos políticos às vésperas do suicídio de Getúlio ou os dias antecedentes do golpe de 64, como se esses momentos fossem realmente comparáveis. Como se, no caso da Ação Penal 470, não houvessem realmente crimes a serem reconhecidos e seus autores punidos conforme a Lei.
Esse documento teria sido revisado por Zé Dirceu, Lula e até mesmo pela presidenta. Que o Zé e Lula estejam envolvidos nisso não é de se espantar. O que espanta é uma pessoa, exercendo o cargo de Chefe de Estado, se prestar a esse papel menor da política partidária, esquecendo-se de suas funções muito mais elevadas e que dizem respeito a todos os brasileiros e não somente aos militantes dessa agremiação partidária que cada vez mais se assemelha a uma organização criminosa, tomando ares agora de agremiação terrorista.
Isso é terrorismo. Dizer que o STF ao cumprir seu papel está ameaçando a democracia é que é uma ameaça, e grave, à democracia. Comparar o julgamento do mensalão ao tribunal de exceção que em 54 se instalou na "República do Galeão" ao arrepio da lei e das instituições da época é denegrir a Corte Suprema.
O Supremo deveria responder duramente a um manifesto como esse.
O PT é realmente um partido singular. Não titubeia em achincalhar e passar por cima das instituições quando as instituições não se prestam a seus desígnios ou a eles não são submissas. O PT não admite oposição, não admite contraditório, não admite sequer que seja apenas mais um partido no jogo político. Tenta se confundir com o governo e com o próprio Estado. Com isso expõe o veso totalitário, estalinista. Ao não abrir mão desse totalitarismo básico e estrutural o PT indica que não aceita o jogo democrático e portanto as instituições democráticas tem que exercer sua defesa antes que seja tarde, antes que nos transformemos em uma Venezuela ou coisa pior. Não é justo e correto que o PT faça uso da democracia para permanentemente atentar contra ela.
O presente manifesto pretende ser uma defesa da honra e da dignidade de Lula. Será que querem dizer que a honra e a dignidade de Lula estão ameaçadas pelo julgamento do mensalão? Honra e dignidade, assim como respeito, não se impõem mas se conquistam.
O que realmente pode manchar a honra e a dignidade de Lula é a suspeita de que Lula deveria também estar sentado no banco dos réus, ao lado do Zé.
Esse documento teria sido revisado por Zé Dirceu, Lula e até mesmo pela presidenta. Que o Zé e Lula estejam envolvidos nisso não é de se espantar. O que espanta é uma pessoa, exercendo o cargo de Chefe de Estado, se prestar a esse papel menor da política partidária, esquecendo-se de suas funções muito mais elevadas e que dizem respeito a todos os brasileiros e não somente aos militantes dessa agremiação partidária que cada vez mais se assemelha a uma organização criminosa, tomando ares agora de agremiação terrorista.
Isso é terrorismo. Dizer que o STF ao cumprir seu papel está ameaçando a democracia é que é uma ameaça, e grave, à democracia. Comparar o julgamento do mensalão ao tribunal de exceção que em 54 se instalou na "República do Galeão" ao arrepio da lei e das instituições da época é denegrir a Corte Suprema.
O Supremo deveria responder duramente a um manifesto como esse.
O PT é realmente um partido singular. Não titubeia em achincalhar e passar por cima das instituições quando as instituições não se prestam a seus desígnios ou a eles não são submissas. O PT não admite oposição, não admite contraditório, não admite sequer que seja apenas mais um partido no jogo político. Tenta se confundir com o governo e com o próprio Estado. Com isso expõe o veso totalitário, estalinista. Ao não abrir mão desse totalitarismo básico e estrutural o PT indica que não aceita o jogo democrático e portanto as instituições democráticas tem que exercer sua defesa antes que seja tarde, antes que nos transformemos em uma Venezuela ou coisa pior. Não é justo e correto que o PT faça uso da democracia para permanentemente atentar contra ela.
O presente manifesto pretende ser uma defesa da honra e da dignidade de Lula. Será que querem dizer que a honra e a dignidade de Lula estão ameaçadas pelo julgamento do mensalão? Honra e dignidade, assim como respeito, não se impõem mas se conquistam.
O que realmente pode manchar a honra e a dignidade de Lula é a suspeita de que Lula deveria também estar sentado no banco dos réus, ao lado do Zé.
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