A história oficial nos diz que a República foi proclamada em 15 de novembro de 1889. A monarquia foi abolida é certo, porém há dúvidas se a República foi realmente estabelecida nessas terras. República, desde Platão, quer dizer um sistema político em que o bem publico, a coisa pública, seja o regente da organização social.
Para começar, o maior ausente nesse processo foi justamente o povo, aquele que as Constituições dizem que detém o poder soberano. O povo assistiu entre perplexo e assustado àquela movimentação de tropas no campo de Santana sem entender direito o que estava acontecendo. Aliás, segundo alguns historiadores, nem mesmo Deodoro tinha consciência e intenção de proclamar uma república naquele momento. Tudo o que queria era derrubar o Conselho de Ministros. Mas parece que o fato de D.Pedro pretender nomear primeiro-ministro, em substituição ao visconde de Ouro Preto, um inimigo de Deodoro, o qual deveria assumir o governo em 20 de novembro, foi o que o fez converter um golpe em outro. Ou seja, motivos pessoais é que foram determinantes para que a República passasse a ser o nosso regime político. E o jornalista Aristides Lobo escreveu à época, o "povo assistiu bestializado" à proclamação. E continua assistindo bestializado até hoje aos desmandos dos governantes.
Quem assumiu o controle da situação foi a mesma classe que já governava o país antes, a elite rural. Essa Republica de uns poucos perdurou até a revolução de 30, quando foi substituída por uma outra república, até pior, porque autoritária, populista, sindicalista e fascista, liderada pelo caudilho Getúlio e que, no fim, deu no que deu, ou seja, no golpe militar de 64. Pois foi Jango, um herdeiro direto de Getúlio, quem resolvera retomar o populismo varguista e restabelecer uma república sindicalista e autoritária, agora com tintas esquerdistas. Calculou errado, buscou suporte nos sargentos do exército, nos marinheiros e nos sindicalistas e depositou fé no apoio popular das massas, o que não aconteceu. Ao contrário, as massas eram conservadoras e foram para as ruas no movimento reacionário "Marcha da Família com Deus pela Liberdade". O exército, uma instituição de classe média, fez o que a classe média queria, deu o golpe. E Jango, com todo o suporte que parecia ter, com o apoio militar de seu cunhado Brizola, governador do Rio Grande do Sul, nem mesmo esboçou uma reação. Fugiu e deixou seus correligionários ao deus-dará.
Aí vieram 21 anos de ditadura. Mais uma vez uma república sem participação popular.
Então, depois da Constituição de 88, depois do impeachment do Collor, quando se pensava que as coisas tinham começado a mudar nesse pais temos que chegar à conclusaõ de que o povo só participa nessa república como agente passivo, aquele que trabalha, paga impostos e sustenta a mesma cambada que não larga o osso do poder. Todo o nosso arcabouço jurídico, político e social é feito para a eternização dessa gente que explora, rouba e suga os recursos dos país em benefício próprio. São os donos dos bancos Rurais; são os Eikes Batistas, useiros e vezeiros de pegar empréstimo do BNDES; são os capitães-donatários como a família Sarney; os arrivistas políticos filhinhos-de-papai como Fernando Collor, que deu a volta por cima; são os Maluf que são julgados e condenados e continuam com a mesma cara-de-pau e nada lhes acontece; e recentemente essa turma viu chegar novos amigos, uma gente que chegou com fome, comendo o que via pela frente, falando de boca cheia e arrotando à mesa, mas que tinha votos e um canal de comunicação com o povo, aquele ser místico do qual todos dependem de 4 em 4 anos. Como as tetas são grandes e elásticas dá para todo mundo mamar. Foram todos acomodados e convivem em harmonia Genoínos, Sarneys, Collors, Malufs, Lulas, Delúbios e Renans. Nem dá mais para distinguir uns dos outros. Quem fica de fora, bestializado como sempre, é aquele que deveria ser o autor e ator principal, a razão de ser da coisa pública. Não há coisa pública, ela foi sempre tomada, usurpada e transformada em coisa privada por alguns espertalhões.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Fraude explica
A carga tributária no Brasil atinge inacreditáveis 60% do PIB!. Sabe o que isso significa? Isso quer dizer que trabalhamos 219 dias por ano, só para pagar impostos. Nos outros 146 dias restantes temos que ganhar o suficiente para pagar escolas, moradia, transporte, roupa, comida, plano de saúde, remédios, energia elétrica, telefone, etc.
Mas se o governo arrecada tanto, por que nunca tem dinheiro para investir na educação pública universal e de qualidade, na segurança e transporte públicos, na saúde, etc., etc.? Aí é que está a questão. Dinheiro tem, basta ver que o BNDES está sempre pronto para financiar qualquer projeto mirabolante, tal como financiou o Pró-Álcool e as empresas do Eike Batista. Dinheiro tem, se consideramos todos os bilhões de investimentos prometidos pela Dilma para as creches, postos de sáude, trem-bala, transposição do S.Francisco, rodovias, portos e aeroportos espalhados pelo país.
No mundo oficial o Brasil é nada mais nada menos que um feliz canteiro de obras. Há que ter dinheiro para bancar essas obras todas. Agora mesmo, Dilma, irresponsavelmente, enviou projeto ao Congresso para cração de mais alguns órgãos públicos inúteis que só vão servir de cabides de emprego para os cabos eleitorais a serem contratados nas próximas eleições. São eles: o Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste, o Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal e um tal de Instituto Nacional de Águas.
Do outro lado, o Brasil real é aquele em que uma ministra usurpa um helicóptero de socorro para fazer passeios e campanha eleitoral com o nosso dinheiro. O Brasil real é aquele onde 50.000 homicídios são cometidos por ano e 97% ficam impunes. O Brasil real é aquele onde morrem outras 50.000 pessoas anualmente no trânsito. O Brasil real é aquele onde um deputado ganha 28 mil por mês, sem a obrigação de fazer coisa alguma e um policial que põe a vida em risco todos os dias, ganha 1200. O Brasil real é aquele onde faltam escolas, transporte público, estradas, assistência médica, segurança. É onde impera o estado paralelo do tráfico de drogas e do crime organizado. O Brasil real, enfim, é aquele onde predomina a fraude e a corrupção em todos os escalões, em todos os níveis e em todas as instituições. É isso e apenas isso o que explica a nossa indigência como nação.
No mundo oficial o Brasil é nada mais nada menos que um feliz canteiro de obras. Há que ter dinheiro para bancar essas obras todas. Agora mesmo, Dilma, irresponsavelmente, enviou projeto ao Congresso para cração de mais alguns órgãos públicos inúteis que só vão servir de cabides de emprego para os cabos eleitorais a serem contratados nas próximas eleições. São eles: o Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste, o Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal e um tal de Instituto Nacional de Águas.
Do outro lado, o Brasil real é aquele em que uma ministra usurpa um helicóptero de socorro para fazer passeios e campanha eleitoral com o nosso dinheiro. O Brasil real é aquele onde 50.000 homicídios são cometidos por ano e 97% ficam impunes. O Brasil real é aquele onde morrem outras 50.000 pessoas anualmente no trânsito. O Brasil real é aquele onde um deputado ganha 28 mil por mês, sem a obrigação de fazer coisa alguma e um policial que põe a vida em risco todos os dias, ganha 1200. O Brasil real é aquele onde faltam escolas, transporte público, estradas, assistência médica, segurança. É onde impera o estado paralelo do tráfico de drogas e do crime organizado. O Brasil real, enfim, é aquele onde predomina a fraude e a corrupção em todos os escalões, em todos os níveis e em todas as instituições. É isso e apenas isso o que explica a nossa indigência como nação.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Pelo andar da carruagem...
O quadro político brasileiro começa a ficar interessante. Dilma não é Lula e o poder de Lula transferir votos parece que só era possível quande ele detinha não só a caneta presidencial, mas principalmente a visibilidade da superexposição programada na mídia e disfarçada de agenda de governo. Dilma tem agora essa mesmas ferramentas e está tentando usá-las, mas os resultados tem sido pífios. Isso é preocupante para um partido que tinha planos de ficar 30 anos no poder, no mínimo.
E quer dizer que seus aliados esperarão até um determinado momento e, quando tiverem a certeza que a vassoura da Dilma não vai decolar por falta de combustível, partirão para outra opção, que pode ser até, como sempre, uma nova velha candidatura do Molusco. Caudilho é assim mesmo, pode até sair do poder, mas o poder não sai dele nunca (vide Getúlio).
Se Lula atropelar Dilma na reta final e se candidatar, o panorama muda todo. Porém o que mais vai definir o futuro dessa história será o estado em que Dilma deixará a economia do país. Estamos descendo rapidamente a ladeira. E, em 2014, alguns analistas sérios e até mesmo favoráveis ao governo, como Delfim, estão prevendo a "tempestade perfeita", uma conjuntura de fatores que atuando sinergicamente podem nos levar ao caos econômico como aquele do final do governo Sarney.
Dilma parece que não tem a compreensão suficiente da situação. Parece pensar que basta o "marquetismo" e algumas ações demagógicas aqui e ali para lhe garantir o segundo mandato. A continuar nesse passo, a carruagem não chegará nem ao segundo turno.
E quer dizer que seus aliados esperarão até um determinado momento e, quando tiverem a certeza que a vassoura da Dilma não vai decolar por falta de combustível, partirão para outra opção, que pode ser até, como sempre, uma nova velha candidatura do Molusco. Caudilho é assim mesmo, pode até sair do poder, mas o poder não sai dele nunca (vide Getúlio).
Se Lula atropelar Dilma na reta final e se candidatar, o panorama muda todo. Porém o que mais vai definir o futuro dessa história será o estado em que Dilma deixará a economia do país. Estamos descendo rapidamente a ladeira. E, em 2014, alguns analistas sérios e até mesmo favoráveis ao governo, como Delfim, estão prevendo a "tempestade perfeita", uma conjuntura de fatores que atuando sinergicamente podem nos levar ao caos econômico como aquele do final do governo Sarney.
Dilma parece que não tem a compreensão suficiente da situação. Parece pensar que basta o "marquetismo" e algumas ações demagógicas aqui e ali para lhe garantir o segundo mandato. A continuar nesse passo, a carruagem não chegará nem ao segundo turno.
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