sábado, 25 de janeiro de 2014

Pobre de rolé. rolé, rolé

Um dos grandes problemas da esquerda "intelequitual" brasileira é que eles pretendem falar em nome dos pobres, mas não conhecem os pobres. É uma esquerda almofadinha, burguesa, pseudo-intelectual, nascida e criada na classe média, que estudou em colégios particulares, fez cursinho pré-vestibular pago com o dinheirinho da mamãe e do papai e, uma vez, adentrados na universidade pública, desandam a defender os direitos dos "pobres" e atacar todos os que não são "pobres" impingindo-lhes o rótulo de exploradores.

O conceito que lhes passa pela cabeça é um grande estereótipo e que eles creem ser uma fiel tradução da realidade. Esse estereótipo é explicitado nos seguintes pré-conceitos:
  • pobre não pensa; nós temos que pensar por eles
  • pobres não sabem escolher certo, temos que escolher por eles.Daí nasce o conceito de guia iluminado, como o que foi atribuido a Stalin, o epíteto de Guia Genial do Povos.
  • as classes exploradoras impingem aos pobres um ideal de consumo para aliená-los; a partir daí a única coisa que os pobres querem é ascender de classe social.
    Conclusão: os guias iluminados têm que destruir esse ideal de ascensão de classe social e substituí-lo pelo ideal da luta de classes, uma luta interminável e que só serve para justificar a manutenção dos iluminados eternamente no poder.
  • pobre, mesmo quando reivindica, não o faz conscientemente; temos que ser a consciência deles.
    Isso ficou claro quando certos "movimentos" tentaram se apossar dos protestos de junho em 2013. E agora, na onda dos rolezinhos a 
    psicanalista Maria Rita Kehl chegou a declarar explicitamente à Folha: "A performance dos rolezinhos funciona como denúncia da discriminação, mas não sei se eles fazem isso conscientemente ou apenas movidos pelo mal-estar de saber que não são bem-vindos nos templos do consumo de uma sociedade que, até o momento, só promoveu inclusão via consumo — e não via cultura, acesso a serviços públicos de qualidade etc.”  
Na declaração acima fica absolutamente claro o preconceito embutido nesse estereótipo que a esquerda criou para os "seus" pobres. Para eles, ser pobre não é apenas uma condição social que possa ser superada com educação e trabalho. Para eles, pobre é uma categoria do Ser, uma condição imutável que traz em seu bojo todo um conjunto de valores éticos, estéticos e culturais. Portanto quem nasce pobre, permanecerá pobre mesmo que sua conta corrente aumente em centenas de milhões.

E, fugindo um pouco do tema, não posso deixar de comentar um aspecto da declaração da psicanalista. Gostaria de informá-la que nem os pobres, nem os ricos, nem os remediados (a classe média, odiada pela Marilen Chauí) têm acesso a serviços públicos de qualidade, simplesmente porque tais serviços inexistem nesse país. Nesse quesito o Brasil é uma nação absolutamente igualitária.

Voltando ao tema. Em resumo, Joãosinho Trinta é quem tinha razão: "Pobre gosta é de luxo. Quem gosta de pobreza é intelectual". Quase meio século já se passou e os "intelequituais" ainda querem que os pobres continuem pobres, enquanto eles se refestelam nas mordomias acadêmicas ou palacianas e tecem teorias sociológicas furadas sobre os "movimentos sociais".






sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Inflação no teto e PIB no fundo

É impressionante a fleugma, para não dizer frieza e desinteresse, com que o ministro Mantega se apresenta ao falar do caos que está se formando na economia brasileira. Ele fala e apresenta aquela cara lustrosa e beatífica como se estivéssemos às portas do paraíso. Ou como se ele não tivesse nada a ver com isso.

Os dados oficiais já indicam que a inflação baterá no teto em 2014. Mas esses dados (IPCA) representam somente uma média do aumento dos preços. Ou seja, existem itens em que o reajuste de preços passa muito de 10% ao ano, enquanto a inflação oficial é de 5,91%. Só como exemplo, em 2013, o valor dos aluguéis subiu em média 12%. Os itens de alimentação subiram 10,7%. Os planos de saúde 8,73% e o transporte escolar, 9,48%. Em resumo, a inflação já bateu no teto e o romperá com estrondo até meados do ano.

Em dezembro, o ministro Guido Mantega já havia dito que "a economia brasileira está crescendo com duas pernas mancas". Se entendi corretamente ele quis dizer que já antecipava o crescimento NEGATIVO do último trimestre de 2013. Em outras palavras, a economia está capengando mesmo, a torto e a direito. Eu diria pro ministro: cabuloso, cara! 
Que mais haveria de dizer, se ele é, supostamente, o executor da política econômica e deveria, se não concorda com as ordens recebidas, alertar a presidenta para os erros que estará cometendo; e se ela insistir, demitir-se. Claro, seria assim em um país normal, não no Brasil.

Se os países tem algo que podemos definir como uma personalidade, uma característica nacional que os distingue, eu diria que o Brasil é um caso sério de psicose maniaco-depressiva. Uma hora somos eufóricos, ufanistas, gastadores do que temos e do que não temos; em outras horas estamos abúlicos, apáticos, sem reação, conformando-nos com as desgraças como se fossem eventos naturais.

Vamos agora, em ano de Copa, enfrentar uma recessão que já se anunciava em 2013 e que vem sendo mascarada pelas maquiagens numéricas da dupla de mágicos do planalto central. E, novamente, estaremos, como no governo Sarney, no pior dos mundos: inflação no teto e PIB no fundo.





quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Desmanche Organizado

O Brasil está se desmanchando rapidamente a olhos vistos. Já desde o governo Lula a infraestrutura está sendo sucateada. São as estradas federais esburacadas e sem a menor condição de segurança. São os portos, há muito obsoletos e de baixa produtividade, e, consequentemente, de custos elevadíssimos, encarecendo as importações e as exportações. E, ainda há quem se espante de o país não avançar nas exportações! 
Dos aeroportos nem se precisa falar, viraram verdadeiras rodoviárias de quinta categoria. Conforto para o passageiro? Bobagem, essa nova classe média que agora também viaja de avião não tem dessas exigências. É isso que paracem pensar as "otoridades".
E a mobilidade urbana? Onde está o transporte público, os metrôs? Só rindo para não chorar. Nem mesmo o elefante branco do trem-bala entre o Rio e S.Paulo, menina-dos-olhos da mãe do PAC, saiu do papel!
O desmanche não se dá, porém, só na infraestrutura. Não, o caso é bem planejado. O objetivo do desmanche é atingir todos os níveis. É fazer do Brasil uma grande, gigantesca, Cuba.
A economia, reorganizada no governo FHC, teve suas premissas mais ou menos respeitadas no governo Lula, mas nesse desgoverno Dilma, foi posta de pernas pro ar. São maquiagens nos números, contabilidades criativas, gastos públicos sem controle, redução do superavit primário, inflação recrudescendo, dólar na estratosfera, juros caminhando de novo para os patamares subdesenvolvidos do passado.
O governo Dilma quebrou a maior estatal do país e a Vale, se ainda não tivesse sido privatizada, estaria quebrada também. No meio dessa bagunça, chamada de gestão, a Caixa Econômica,  para nosso espanto, simplesmente faz desaparecer as contas de millhares de clientes, surrupiando-lhes o dinheiro! Simples assim!
A gracinha da "redução" da conta de luz, custou 22,6 bilhões aos cofres do Tesouro, só em 2013. A renegociação das concessões antes do término dos contratos, impostas pela gerentona,  trouxe uma desconfiança que acabou por afastar em definitivo os possíveis investidores interessados na geração de energia  e nas linhas de transmissão e, como consequência, obrigou o governo a pagar, só no ano passado, 12,7 bilhões às empresas geradoras. 
A esse valor se adiciona ainda 9,9 bilhões que o governo teve que desembolsar para subsidiar o custo da operação das termo-elétricas. Não pára por aí. Há um saldo a pagar de 8,2 bilhões, ainda dessa conta, que deve ser quitado em 2014, além de mais 13 bilhões em ressarcimento de investimentos feitos nas transmissoras de energia. É um festival de bilhões a sair pelas janelas!
A transposição do S.Francisco, nos locais onde se fez alguma coisa, mostra apenas o leito seco de um canal de concreto já cheio de rachaduras e de mato. 
A única ação que, mais ou menos, ainda se traduz em resultados concretos são os investimentos milionários nos estádios, mesmo assim em atraso. E o que já se fez até agora foi devido à pressão da FIFA.
A bandidagem corre solta em todo canto. Ninguém tem segurança mais em lugar algum. Vivemos em plena guerra civil e desarmados. O narcotráfico e suas facções substitui o Estado onde quer. 
Do quê mais necessitamos para tomar nas mãos as rédeas dessa nação? me pergunto. Quanto mais teremos que nos submeter para compreendermos que depende de nós, só de nós e de mais ninguém? Até quando suportaremos esse desmanche organizado?


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