sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Inflação no teto e PIB no fundo

É impressionante a fleugma, para não dizer frieza e desinteresse, com que o ministro Mantega se apresenta ao falar do caos que está se formando na economia brasileira. Ele fala e apresenta aquela cara lustrosa e beatífica como se estivéssemos às portas do paraíso. Ou como se ele não tivesse nada a ver com isso.

Os dados oficiais já indicam que a inflação baterá no teto em 2014. Mas esses dados (IPCA) representam somente uma média do aumento dos preços. Ou seja, existem itens em que o reajuste de preços passa muito de 10% ao ano, enquanto a inflação oficial é de 5,91%. Só como exemplo, em 2013, o valor dos aluguéis subiu em média 12%. Os itens de alimentação subiram 10,7%. Os planos de saúde 8,73% e o transporte escolar, 9,48%. Em resumo, a inflação já bateu no teto e o romperá com estrondo até meados do ano.

Em dezembro, o ministro Guido Mantega já havia dito que "a economia brasileira está crescendo com duas pernas mancas". Se entendi corretamente ele quis dizer que já antecipava o crescimento NEGATIVO do último trimestre de 2013. Em outras palavras, a economia está capengando mesmo, a torto e a direito. Eu diria pro ministro: cabuloso, cara! 
Que mais haveria de dizer, se ele é, supostamente, o executor da política econômica e deveria, se não concorda com as ordens recebidas, alertar a presidenta para os erros que estará cometendo; e se ela insistir, demitir-se. Claro, seria assim em um país normal, não no Brasil.

Se os países tem algo que podemos definir como uma personalidade, uma característica nacional que os distingue, eu diria que o Brasil é um caso sério de psicose maniaco-depressiva. Uma hora somos eufóricos, ufanistas, gastadores do que temos e do que não temos; em outras horas estamos abúlicos, apáticos, sem reação, conformando-nos com as desgraças como se fossem eventos naturais.

Vamos agora, em ano de Copa, enfrentar uma recessão que já se anunciava em 2013 e que vem sendo mascarada pelas maquiagens numéricas da dupla de mágicos do planalto central. E, novamente, estaremos, como no governo Sarney, no pior dos mundos: inflação no teto e PIB no fundo.





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