Dá pra escolher o assunto. Vamos falar das refinarias de Pasadena, do Japão e Abreu Lima? Vamos falar da Copa das Copas e dos zilhões de reais desperdiçados em estádios de futebol? Vamos falar da transposição do São Francisco que já consumiu quase o dobro do previsto?
Para onde quer que se olhe, o que se vê é uma montanha de dinheiro público indo pro ralo.
Só em Abreu e Lima, a maior obra do PAC, gastou-se 36 bilhões de reais a mais do que o valor orçado. O custo estimado era de 4 bilhões e já ficou em 40!!! O caso Pasadena não é nada, comparado a essa soma monstruosa que desapareceu pura e simplesmente em Pernambuco, por obra e graça do líder mor, Lula da Silva.
Agora ficamos sabendo que a Petrobras já tinha "captado" 10,5 bilhões de reais para a construção da refinaria do Hugo Chávez, antes mesmo de ter aprovado o estudo de viabilidade econômica. O diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que está preso, já havia firmado com a Jaraguá (também envolvida no episódio desvendado pela Operação Lava-jato da Polícia Federal) contratos de mais de 1 bilhão em novembro de 2009. O estudo de viabilidade só foi apresentado e aprovado pelo Conselho em janeiro de 2010.
Esse mesmo diretor assinou mais de 150 aditivos aumentando o valor dos contratos.
Há mais! Uma outra notícia está passando despercebida! Trata-se da Petrobras Asphalt, constituída em 2010 e fechada em 2013, que fabricaria asfalto como subproduto do petróleo refinado em Pasadena. Nem mesmo os acionistas foram comunicados da criação de mais esse sumidouro de dinheiro. Esse esqueleto ainda está guardado no armário. Deve haver muitos outros. Por quê não haveria? A cumpanherada tem que ganhar o leite das criancinhas, não é?
Dá para entender por que o PT não quer largar o governo. Com esse programa bolsa-cumpanhero eles vão fazer de tudo para não terem que abandonar as deliciosas tetas estatais. Vale até chute na canela e dedo no olho do adversário, para não dizer outra coisa.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
terça-feira, 13 de maio de 2014
País Maravilhoso
Em um raro acesso de humildade a soberana admitiu que as obras estão atrasadas! Que espanto! Quase nada se faz com atraso aqui! Nada é superfaturado! Nada estoura os valores orçados!
Dilma, ao mesmo tempo em que admitia essa "falha", justificava-a dizendo que a causa do atraso "é que a obra foi subestimada"! É mesmo? Verdade? Não dá pra acreditar que um país tão organizado, com tanto planejamento, coloque em marcha uma obra faraônica desse porte, sem uma criteriosa e perfeita avaliação de todos os obstáculos, problemas e circunstâncias que possam interferir com o seu cronograma. Não! Jamais o estado brasileiro iria investir bilhões em um projeto dessa magnitude, sem se precaver contra todas as possibilidades negativas, afinal, trata-se de dinheiro público e isso aqui é cuidado sempre com o maior critério.
Mas, já que por razões insondáveis, cometeu-se o pecado de se subestimar a "complexidade da coisa", temos que aceitar as desculpas da soberana. Se não tivesse sido subestimada, a transposição do rio S.Francisco estaria então pronta. Dona Dilma diz textualmente: "Fomos aprendendo durante o processo. Os projetos melhoraram de qualidade e tivemos que refazê-los".
Será que entendi direito? Como os projetos foram melhorando durante a obra (primeiro caso no mundo!), tiveram que refazê-los para manter o padrão anterior?
Continua a sabichona do planalto: "As negociações também avançaram...e as empresas hoje estão mais capacitadas". Agora, entendi corretamente. Quando o poder público abre uma licitação para uma obra qualquer, as empresas que ganham essa licitação não estão plenamente capacitadas, gente! Muito lógico!
Mas à medida que as negociações "avançam" a capacitação das empresas aumenta exponencialmente. Quanto mais avanços nas negociações, mais capacitadas ficam as empresas! Como é que eu não tinha percebido isso antes? Como é que a oposição não enxerga isso?
Os custos - ela não tocou nesse assunto - também avançaram! Partindo do valor subestimado inicial de 4,6 bilhões, as negociações "avançaram" para um valor de 8,2 bilhões. Houve só um acréscimo de 80%, aumento que deve ter ocorrido também logicamente com a capacitação das empresas. Somos um país maravilhoso! Ninguém vê isso?
sábado, 10 de maio de 2014
Auto-imagem
Apesar do eterno complexo de vira-latas, não exorcizado nem por cinco títulos mundiais, o brasileiro tem uma auto-imagem em geral positiva. Gostamos de nos ver como um povo afável, pacífico, de fácil relacionamento, aberto às novidades, sensual e maroto. Acreditamos ser gentis, cordiais, alegres, brincalhões, talvez um pouco descompromissados mas isso até faz parte da nossa "leveza". Somos ligados à família, aos amigos, somos irreverentes, informais, descontraídos. Alguns estrangeiros chegam a pensar isso de nós também. Esse seria o retrato do "brasileiro médio".
Até que ponto esse retrato corresponde à realidade? Somos afáveis, cordiais, gentis? Então explique-se o linchamento dessa pobre Fabiane no Guarujá, o assassinato do menino Bernardo Boldrini por sua madrasta, o de Isabella Nardoni por seu pai e pela madrasta, o dos pais da Suzane Richthoffen, o da atriz Daniella Perez por sua colega de trabalho e por aí vai.
Esses são apenas os casos rumorosos, que dão assunto para a mídia. No anonimato, entretanto, temos dados estatísticos assustadores, como o número de homicídios por ano, que já passa de 50 mil e representa 30% de todos os homicídios da América Latina. Em 2012 o número de homicídios no Brasil já representava 11% do total mundial, ou seja, de cada 10 pessoas assassinadas no mundo, uma é brasileira. Como diz Olavo de Carvalho:"A taxa anual de homicídios no Brasil significa, pura e simplesmente, que não há ordem pública, não há lei nem direito, não há Estado, não há administração, há apenas um esquema estatal de dar emprego para vagabundos, sanguessugas, farsantes. O Estado brasileiro é uma instituição de auto-ajuda dos incapazes."
Isso é equivalente a 3 guerras do Iraque por ano. Mata-se mais no Brasil do que na Faixa de Gaza ou na guerra civil da Síria.
Segundo o Escritório para Drogas e Crime da ONU (UNODC), estamos em 12º lugar no mundo em número anual de homicídios para cada 100 mil habitantes.
André Singer toca no mesmo assunto em sua coluna publicada hoje na Folha e conclui admitindo que não entende a razão do fenômeno.
Penso porém que, mesmo que as causas subjacentes à violência sejam várias e de difícil equacionamento, há uma causa comum que, se não produz violência por si só, pelo menos permite que ela se manifeste sem peias. É a ausência do Estado. O Estado brasileiro, privatizado em favor de grupelhos e oligarquias, está ausente da vida da maioria dos cidadãos. A presença do Estado só é percebida quando se trata de nos extorquir impostos ou quando seus funcionários usam a posição e o poder para achacar as pessoas. Quando o cidadão precisa do Estado para tratar da sua saúde, se locomover, educar seus filhos, aposentar-se com dignidade, não o encontra. Esse mesmo Estado é o que está presente nas áreas onde não é necessário: refinarias de petróleo, instituições financeiras, fundos de pensão e estádios de futebol!
Em todos os lugares e em todas as épocas em que o Estado, sob quaçquer forma, se omitiu, instituiu-se a anarquia e a desordem social.
Infelizmente é o que está acontecendo no Brasil. Aqui, quem está substituindo o Estado em áreas cada vez mais amplas é o crime organizado do narcotráfico.
Até que ponto esse retrato corresponde à realidade? Somos afáveis, cordiais, gentis? Então explique-se o linchamento dessa pobre Fabiane no Guarujá, o assassinato do menino Bernardo Boldrini por sua madrasta, o de Isabella Nardoni por seu pai e pela madrasta, o dos pais da Suzane Richthoffen, o da atriz Daniella Perez por sua colega de trabalho e por aí vai.
Esses são apenas os casos rumorosos, que dão assunto para a mídia. No anonimato, entretanto, temos dados estatísticos assustadores, como o número de homicídios por ano, que já passa de 50 mil e representa 30% de todos os homicídios da América Latina. Em 2012 o número de homicídios no Brasil já representava 11% do total mundial, ou seja, de cada 10 pessoas assassinadas no mundo, uma é brasileira. Como diz Olavo de Carvalho:"A taxa anual de homicídios no Brasil significa, pura e simplesmente, que não há ordem pública, não há lei nem direito, não há Estado, não há administração, há apenas um esquema estatal de dar emprego para vagabundos, sanguessugas, farsantes. O Estado brasileiro é uma instituição de auto-ajuda dos incapazes."
Isso é equivalente a 3 guerras do Iraque por ano. Mata-se mais no Brasil do que na Faixa de Gaza ou na guerra civil da Síria.
Segundo o Escritório para Drogas e Crime da ONU (UNODC), estamos em 12º lugar no mundo em número anual de homicídios para cada 100 mil habitantes.
André Singer toca no mesmo assunto em sua coluna publicada hoje na Folha e conclui admitindo que não entende a razão do fenômeno.
Penso porém que, mesmo que as causas subjacentes à violência sejam várias e de difícil equacionamento, há uma causa comum que, se não produz violência por si só, pelo menos permite que ela se manifeste sem peias. É a ausência do Estado. O Estado brasileiro, privatizado em favor de grupelhos e oligarquias, está ausente da vida da maioria dos cidadãos. A presença do Estado só é percebida quando se trata de nos extorquir impostos ou quando seus funcionários usam a posição e o poder para achacar as pessoas. Quando o cidadão precisa do Estado para tratar da sua saúde, se locomover, educar seus filhos, aposentar-se com dignidade, não o encontra. Esse mesmo Estado é o que está presente nas áreas onde não é necessário: refinarias de petróleo, instituições financeiras, fundos de pensão e estádios de futebol!
Em todos os lugares e em todas as épocas em que o Estado, sob quaçquer forma, se omitiu, instituiu-se a anarquia e a desordem social.
Infelizmente é o que está acontecendo no Brasil. Aqui, quem está substituindo o Estado em áreas cada vez mais amplas é o crime organizado do narcotráfico.
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