Temos visto circular pela mídia e até mesmo saltar da boca de pessoas ditas bem-pensantes, que "em termos pessoais, Dilma é honesta", ou "não há nada pessoalmente contra Dilma", "Dilma não recebeu propina para si". Isso é dito, ou escrito, como se fosse uma virtude da governanta.
Não roubar é um comportamento fundamental de qualquer cidadão e, daqueles que exercem uma função pública, um requisito fundamental! Mas isso não é tudo. Um presidente da República tem que ser probo; e probidade não é apenas não roubar para si. Probidade é não deixar que roubem o dinheiro público, seja para quem for, seja para qual partido for, seja para financiar campanhas políticas, ou simplesmente para rechear a conta bancária do larápio.
Se Dilma recebeu, ou não, dinheiro em sua conta pessoal, aqui ou no exterior, é irrelevante. O que é relevante é que essa senhora esteve sempre envolvida em todos os maiores escândalos de corrupção que ocorreram neste país nos últimos 10 anos. Só para relembrar:
1- Pasadena - a compra da famigerada refinaria em 2008 foi autorizada por ela, então, presidente do Conselho da Petrobras.
2- Cerveró - acusado por ela de ter produzido um relatório "falho", que a teria levado ao erro, foi, entretanto, promovido a diretor financeiro da BR Distribuidora, cargo que ocupou até março de 2014, já em pleno escândalo da Lava Jato.
3- Erenice Guerra - sua secretária, que a substituiu como ministra na Casa Civil, Erenice já se envolveu em pelo menos 2 casos de "malfeitos". O primeiro foi o tráfico de influência que exercia em favor de seu filho lobista. Agora, Erenice é investigada na operação Zelotes. Apesar das suspeitas, Erenice é "membra" do Conselho da Cia. Hidrelétrica do S. Francisco, a CHESF e do Conselho Fiscal do BNDES. Parece piada, mas não é.
4- Pedaladas em 2014 e em 2015 - a maquiagem contábil patrocinada pelo governo Dilma visava camuflar os problemas econômicos que já surgiam em 2014, para garantir a sua eleição. Depois, em 2015, tentou de todas as maneiras constranger o TCU, que lhe apontava os crimes de responsabilidade.
5- Emissão de decretos não numerados abrindo crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional, como requer a Constituição.
O que mais seria preciso para caracterizar a improbidade? Um governante que faz e permite que façam ações dessa ordem pode ser considerado probo, honesto? Só sob um conceito bastante relaxado de honestidade.
Quem quiser defender dona Dilma e seu mandato inútil que a defenda, é um direito de escolha, mas não precisa torcer os fatos e a verdade para fazer essa defesa. Dilma pode ser tudo, mas em suas atividades públicas, quer como ministra, quer como presidenta, demonstrou cabal improbidade, além da incompetência, arrogância e ignorância, mas essas três últimas "qualidades", infelizmente, não são condições impeditivas de se exercer a presidência. Só a improbidade. Mas isso já basta!
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Carta na manga
A Carta de Temer já entrou para a história política como a jogada de mestre de quem, querendo sair do governo, sem poder sair (afinal o cargo de vice-presidente é um cargo eletivo e com mandato definido e não fica bem um vice-presidente oposicionista), acabou ficando e saindo.
Ficou porque a elegância e a conveniência política mandam que se preservem as aparências. O vice não pode demonstrar publicamente que está coçando de vontade de sentar-se na cadeira da Presidência. Portanto, tem que manter o ar de distanciamento, de fleugma, mesmo que esteja fervendo por dentro.
Por outro lado, Temer não fez e nem fará um gesto para ajudar Dilma a vencer essa batalha. Por várias, razões. Uma delas é que o PMDB não se esquece que o PT e a Anta quiseram engolí-lo logo no início do primeiro mandato. O objetivo do PT era desidratar o PMDB e usá-lo como massa de manobra apenas para ter os votos que necessitava no Congresso e, ao mesmo tempo, enfraquecer o "aliado" para fortalecer a si mesmo, na sua tentativa de buscar uma hegemonia que lhe garantisse a perpetuação no poder. Em outras palavras, que lhe garantisse a implantação de uma ditadura disfarçada, nos moldes da Bolívia ou da Venezuela. O PMBD não se esquece disso e sabe que o PT não é um aliado confiável.
A segunda razão, pela qual Temer não ajudará Dilma, é que Temer é o vice-presidente. E a única razão de existir o vice-presidente é que ele é quem assume a presidência em caso de vacância por qualquer motivo.
E olha que os vices, no Brasil, tem assumido com muita regularidade, a começar do primeiro. Floriano Peixoto era vice de Deodoro, a quem sucedeu por causa de sua renúncia. Delfim Moreira era vice de Rodrigues Alves, que faleceu antes de tomar posse, de gripe espanhola. Nilo Peçanha era vice de Afonso Pena, a quem sucedeu em virtude da morte do presidente. Café Filho assumiu, por poucos meses, após o suicídio de Getúlio. João Goulart assumiu a presidência com a renúncia de Jânio. Sarney assumiu com a doença e morte de Tancredo. Itamar Franco assumiu com o impeachment de Collor. A lista é grande e tudo indica que vai aumentar.
Portanto essa Carta foi uma bela maneira de dizer adeus à aliança com o PT. O desgaste não é apenas pessoal. O desgaste político é de todo o partido, que não vai querer, nas eleições de 2016, carregar nas costas o peso da prximidade com o PT. Uma proximidade que já não oferece vantagem alguma ao PMDB, ao contrário, hoje lhe proporciona só desvantagens.
Doravante, Temer vai ficar quieto. O que queria fazer já fez. A carta já provocou as reações desejadas. Seu trabalho agora continua nos bastidores, nas conversas e quem vai atuar no front serão os seus amigos fiéis. Prestemos atenção a eles para entendermos o pensamento e a estratégia de Michel Temer. Dona Dilma agora vai ver como é que um profissional faz política. E os ingênuos não pensem que não há mais cartas na manga, porque ainda existem muitas. Cada uma delas, vai ser jogada a seu tempo.
Ficou porque a elegância e a conveniência política mandam que se preservem as aparências. O vice não pode demonstrar publicamente que está coçando de vontade de sentar-se na cadeira da Presidência. Portanto, tem que manter o ar de distanciamento, de fleugma, mesmo que esteja fervendo por dentro.
Por outro lado, Temer não fez e nem fará um gesto para ajudar Dilma a vencer essa batalha. Por várias, razões. Uma delas é que o PMDB não se esquece que o PT e a Anta quiseram engolí-lo logo no início do primeiro mandato. O objetivo do PT era desidratar o PMDB e usá-lo como massa de manobra apenas para ter os votos que necessitava no Congresso e, ao mesmo tempo, enfraquecer o "aliado" para fortalecer a si mesmo, na sua tentativa de buscar uma hegemonia que lhe garantisse a perpetuação no poder. Em outras palavras, que lhe garantisse a implantação de uma ditadura disfarçada, nos moldes da Bolívia ou da Venezuela. O PMBD não se esquece disso e sabe que o PT não é um aliado confiável.
A segunda razão, pela qual Temer não ajudará Dilma, é que Temer é o vice-presidente. E a única razão de existir o vice-presidente é que ele é quem assume a presidência em caso de vacância por qualquer motivo.
E olha que os vices, no Brasil, tem assumido com muita regularidade, a começar do primeiro. Floriano Peixoto era vice de Deodoro, a quem sucedeu por causa de sua renúncia. Delfim Moreira era vice de Rodrigues Alves, que faleceu antes de tomar posse, de gripe espanhola. Nilo Peçanha era vice de Afonso Pena, a quem sucedeu em virtude da morte do presidente. Café Filho assumiu, por poucos meses, após o suicídio de Getúlio. João Goulart assumiu a presidência com a renúncia de Jânio. Sarney assumiu com a doença e morte de Tancredo. Itamar Franco assumiu com o impeachment de Collor. A lista é grande e tudo indica que vai aumentar.
Portanto essa Carta foi uma bela maneira de dizer adeus à aliança com o PT. O desgaste não é apenas pessoal. O desgaste político é de todo o partido, que não vai querer, nas eleições de 2016, carregar nas costas o peso da prximidade com o PT. Uma proximidade que já não oferece vantagem alguma ao PMDB, ao contrário, hoje lhe proporciona só desvantagens.
Doravante, Temer vai ficar quieto. O que queria fazer já fez. A carta já provocou as reações desejadas. Seu trabalho agora continua nos bastidores, nas conversas e quem vai atuar no front serão os seus amigos fiéis. Prestemos atenção a eles para entendermos o pensamento e a estratégia de Michel Temer. Dona Dilma agora vai ver como é que um profissional faz política. E os ingênuos não pensem que não há mais cartas na manga, porque ainda existem muitas. Cada uma delas, vai ser jogada a seu tempo.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Novidades
Nem sei por onde começar. A pauta política está abarrotada de tantos fatos novos se atropelando, que fica difícil escolher um tema. Vamos portanto a todos, ao mesmo tempo e misturado.
1- Na carta de Michel Temer destaca-se a meu ver uma frase lapidar: Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento.
Essa frase demonstra como é que o PT se relaciona com a oposição. Oposição, para o PT, não é para ser respeitada, é para ser massacrada, extinta. Um partido totalitário tem por ideal extinguir a oposição, como se fez em todos os regimes socialistas, pois a principal característica de uma democracia é a existência da oposição. O exemplo clássico nos vem do berço da democracia moderna, o Reino Unido. No Parlamento britânico há o bloco político do "governo de Sua Majestade" e o da "oposição de Sua Majestade". Michel Temer destaca isso muito bem começando a frase com "democrata, que sou..." como a dizer "democrata, que a senhora não é".
2- O vazamento do conteúdo dessa carta, por si só, é outro fato político da maior relevância. Das duas, uma: ou foi o próprio Temer que a fez vazar ou foi o Planalto. Se foi o Planalto, tentaram encurralar o Temer (para que desmentisse a carta) e fizeram mais uma das suas já costumeiras burradas estratégicas. Se foi o próprio Temer, não é preciso dizer que agiu então como uma raposa velha, criando o fato consumado de seu desembarque da aliança governista. Há muito que o presidente do PMDB quer "sair" do governo. Agora parece que achou o caminho.
3- Lula chamou o senador Delcídio de imbecil. Não por tentado obstruir a justiça, mas por ter se deixado gravar de modo tão "primário". Delcídio pode ser mesmo um imbecil, mas o filho de Lula, Luiz Cláudio, é mais do que um imbecil completo. Para tentar engambelar a PF sobre os tais projetos que justificariam os 2,4 milhões que recebeu, o laranja apresentou um plágio, uma colagem de textos tirados da internet! Francamente! Mais primário do que isso é impossível! E agora? O que vai acontecer? Só resta ao ministério público fazer o seu indiciamento e ao juiz Sérgio Moro, julgá-lo. Ou seja, vai dar cadeia pro molusquinho. Será que seu papai vai deixá-lo mofar no xilindró? Ou vai confessar que a propina, recebida na conta da empresa do filhote, era do papai mesmo? Vamos esperar pra ver.
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