domingo, 20 de dezembro de 2015

Biografias

Vivemos tempos tão estranhos que, quando a biografia de algum homem público não é manchada por revelações do submundo do crime organizado contra a República, os próprios homens públicos fazem questão de manchar sua biografia. É o caso dessa entrevista de Dalmo Dallari.
Ele capitaneou o processo de impeachment de Collor e tentou abrir um processo semelhante contra FHC. Agora diz que é golpe!

Um Lula dizer uma coisa dessas é admissível, até porque não se pode pedir coerência a um oportunista safado como ele, mas o doutor Dalmo Dallari? Um jurista de 84 anos de idade, que já deveria ter atingido aquele estágio da vida em que predomina mais a razão que as paixões! E ainda critica o doutor Hélio Bicudo atribuindo-lhe ressentimentos contra o PT que o teriam levado a assinar o pedido de impeachment contra Dilma.

Não é ressentimento, não, doutor Dalmo, é sabedoria e coragem! É conhecimento de como as coisas estão funcionando no PT. É o exercício da capacidade de indignação, característica das pessoas que tem honestidade intelectual. Infelizmente essa honestidade intelectual é o que está faltando ao dr. Dallari. Triste e vergonhoso, a não ser que a senilidade já o tenha levado a não saber mais o que está falando.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Lá vai Levy!

Lá vai, Levy! Há menos de um ano foi convocado para o cargo de ministro da Fazenda e o aceitou como uma missão, uma vez que ninguém queria segurar aquela batata quente.
Ficou durante todo esse tempo batendo na mesma tecla, a do ajuste necessário nas contas públicas. Nada conseguiu e agora sai do governo deixando a situação econômica do país pior do que quando entrou. Isso não foi sua culpa, não foi ele quem piorou a situação, mas ele foi ingênuo ao aceitar o cargo. Foi ingênuo em acreditar que poderia colocar um pouco de sanidade nessa "administração". Foi ingênuo em pensar que dona Dilma lhe daria crédito e autoridade. Acaso o PT permite que alguém trabalhe a favor do Brasil? O PT só aceita e apoia quem trabalha a favor do PT, mesmo assim trai e abandona quando essa pessoa não é mais interessante aos objetivos do Partido.
E essa senhora que ocupa a presidência é uma psicopata! Descolada da realidade, sem sentimento de culpa, age tão somente por interesse, ou interesses.
Quando o convocou para o ministério da Fazenda foi porque temia que o Brasil perdesse o grau de investimento e o nome de alguém ligado à banca (no caso, ao Bradesco), poderia dar-lhe alguma credibilidade. Não foi para que Levy fizesse isso ou aquilo, foi para que ele ficasse de vitrine, ou melhor, ficasse como um refém, servindo de garantia para as agências de risco.
Acontece que Levy até que tentou fazer alguma coisa para que a economia saísse do caos, mas sem o apoio real do governo estava se lançando em uma missão impossível. E, como nada se mexia e a economia só piorava, o Brasil acabou por perder o grau de investimento. Então, no raciocínio torto da dona Dilma, Levy não é mais necessário.
A saída do ministro, para a grande estrategista do Planalto, resolve também um dos seus (dela) problemas: passa a não sofrer mais as críticas da ala radical de seu partido e deixa a petralhada menos desconfortável. Além disso, ela pensa que se reinaugurar a gastança pública, terá mais apoio da população e isso a ajudará a combater o impeachment.

Pior para o Brasil, mas quem se importa?

Erro Supremo

Errare humanum est. Já que a moda é gastar o latim, vamos nessa. A nossa Suprema Corte, com todo o latinório ultrapassado, e a verborragia ininteligível, esdrúxula e arcaica, errou feio. Para errar assim, podia ser em português mesmo. Pra quê gastar o latim?!
Errou porque interferiu nas atribuições de outro poder. Errou porque atribuiu ao Senado um poder de veto que a Constituição não atribui. Os senadores representam os Estados, por isso são em mesmo número para cada Estado. O deputados representam o Povo, aquela entidade em nome da qual tantos crimes se cometem e tantas barbaridades são praticadas, sem que o Povo em si participe de alguma coisa. Os deputados são eleitos proporcionalmente e, ao menos em tese, deveriam levar ao parlamento uma amostra da população que representam. 
Ao atribuir ao Senado uma função que ele não tem e dar-lhe um poder de decisão que pode ser contrária à decisão da Câmara, o Supremo está descaracterizando a democracia representativa. Já é um problema atual a baixa representatividade do parlamento, a desconexão entre suas decisões e  o desejo da nação, e aí vem o Supremo, ao invés de melhorar, piorar a situação.

Outra questão é a decisão sobre a comissão do impeachment. Em uma democracia, quanto mais escolhas melhor, certo? Errado para o STF. A Corte decidiu que não pode haver chapa concorrente à chapa oficial. Isso é cerceamento do direito de escolha dos deputados e, afinal, do direito de escolha dos eleitores que esses deputados representam!! Obrigá-los a fazer uma eleição com chapa única? O que tem isso de democrático? Isso está mais parecido com as eleições do Politburo na Rússia Soviética do que com a funcionamento de uma democracia moderna.
O Supremo Tribunal Federal prestou um desserviço à democracia no Brasil e ao invés de colaborar para a solução do impasse político e econômico está ajudando a bagunçar ainda mais as instituições. 
Diante desse quadro absurdo, deve se ressaltar o voto lúcido dos ministros Dias Tóffolli, Facchin e Gilmar Mendes.
A menção desonrosa vai para Celso de Mello. Não se podia esperar isso do decano do Tribunal.

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